A casa era enorme e muito bonita, pintada na cor branca, tinha 3 andares e uma varanda circulando toda a fachada do primeiro andar. As portas e janelas também eram brancas e pareciam ter no mínimo 100 anos, pelo seu estilo colonial. Mas as condições estavam perfeitas, como se a casa tivesse sido reformada recentemente. A garagem era separada do restante da casa e pelo tamanho deveria ter espaço para no mínimo uns 4 carros.
Saio do carro, seguida pelos dois vampiros. Alice e Jasper dão as mãos e caminham em direção à porta de entrada, me sinalizando para ir com eles.
Entro na casa, observando o lugar, o primeiro andar era amplo e claro, poucas paredes, os cômodos principais aparentavam ser todos abertos, logo na porta de entrada ficava a sala, à esquerda ficava uma grande escadaria levando para o segundo andar, na direita, alguns sofás harmonicamente colocados próximos a um piano, a cozinha e sala de jantar também ficavam ali, interligadas com a sala em um conceito aberto e moderno.
Esperava que a casa fosse de muitos jeitos, mas não assim. A residência dos Cullens era normal, sim, normal. Pelo que via não tinham fossos, masmorras, tinha muitas janelas, durante o dia a casa deveria receber muita iluminação natural. Não pude ver nenhum caixão também – apesar de que não tinha visto os quartos.
O restante da família estava na área da cozinha, possivelmente esperando nós três chegarmos. Me aproximo do local, seguindo Alice, que saltitava até lá. Emmett vem ao meu encontro, me abraçando com um forte abraço de urso. Se eu fosse uma humana normal provavelmente teria algumas costelas quebradas agora. Lizzie também me abraça, um abraço mais gentil do que o de seu companheiro.
Carlisle e Esme estavam lá também, próximos à mesa de jantar, abraçados enquanto esperavam Emmett e Lizzie me cumprimentarem.
Dr. Cullen estende a mão em minha direção a qual rapidamente aperto.
-Ficamos felizes que aceitou o nosso convite para jantar, Marina. -O líder do clã diz, gentil como sempre. -Espero que possamos ter uma noite agradável.
-Estou feliz de estar aqui. – Respondo. -Apesar de que preciso admitir, sua filha Alice ameaçou me perseguir caso eu recusasse.
Alice me dá um tapinha fraco no ombro, Esme a repreende com o olhar, se vira pra mim e me abraça, um abraço muito maternal, com direito a um esfregar gentil em minhas costas.
-Espero que goste de comida italiana, achei que seria ideal já que seu sobrenome é Bianchi. -A vampira diz. -Fizemos lasanha para você.
-Eu adoro, Esme. Obrigada, faz muito tempo que não como lasanha.
Edward me cumprimenta com um aceno e um sorriso, mas não se aproxima muito. Olho para a sereia loira, que estava apoiada no balcão da cozinha, sua expressão impassível, como de costume. Estava muito bonita, como sempre. Ela usava um vestido azul escuro e um cardigã preto, ambos mostrando o estilo clássico e refinado da vampira. Sorrio em sua direção e dou um leve aceno em cumprimento, a vampira me ignora e vira o rosto em outra direção.
Fico bastante constrangida, meu rosto deveria estar completamente vermelho à esta altura. Sinto meu constrangimento se dispersar, Jasper fez isso. Agradeço ele com um sorriso que logo é retribuído pelo vampiro loiro.
-Rosalie, cumprimente nossa convidada. -Esme fala para sua "filha".
Rosalie volta sua atenção para mim novamente e abre a boca para falar algo, mas desiste e começa a caminhar na direção contrária de onde estávamos. A garota abre uma porta que não tinha reparado antes, já que ficava escondida em um canto da cozinha.
-Desculpe Esme, não posso fazer isto. -Rosalie diz e sai pela porta.
-Ignore a Rosalie, Marina. -Lizzie tenta melhorar o clima. -Não estamos acostumados a receber alguém para jantar, aí Rose age assim como um bicho do mato.
Dou um pequeno sorriso em resposta à explicação da loira simpática, mas não acredito que o problema de Rosalie seja esse.
-A lasanha já está pronta. Emmett, querido, me ajude a tirar do forno-Esme fala. -Os outros já podem se sentar.
O jantar correu sem nenhum contratempo. Obviamente, só eu comi, estava uma delícia inclusive. Rosalie não voltou para lá, o restante dos vampiros ficaram me fazendo companhia, e Esme me encheu de mimos, me trazendo até sobremesa. A vampira mãe afirma que eu poderia ir visitar eles sempre que quisesse, que ela iria cozinhar pra mim. Sorrio e agradeço, mas não faria isso, seria abusar da boa vontade de Esme.
-Esme, posso te fazer uma pergunta? Se for muito idiota ou ofensiva, já peço desculpas. -Peço e recebo um sorriso de confirmação. – Como você pode cozinhar tão divinamente sendo que vocês não comem comida humana?
-Não é uma pergunta ofensiva querida. Obrigada pelo elogio. - Esme me tranquiliza. -Eu costumo cozinhar cookies e outros doces para Carlisle levar para seus pacientes no hospital, se tornou um Hobbie para mim.
Dr. Cullen é médico, pelo que falam na cidade é um médico de primeira, ajuda muitas pessoas todos os dias, mesmo sendo um vampiro, trabalha diretamente com sangue e não perde o controle. Sua esposa é extremamente gentil e cozinha para os pacientes de seu marido.
Quiron tinha razão, nem todos os monstros são ruins. Estes vampiros aqui eu tinha quase certeza de que eram os mocinhos da história e que não precisava me preocupar com os semideuses e humanos da cidade.
Depois do jantar me ofereço pra lavar a louça, já que Esme tinha cozinhado e só eu tinha comido. Sra Cullen quase me expulsa da cozinha dizendo que não precisava me preocupar que ela iria usar a lavadora e que era para ir para a sala com o restante da família. Insisto até convencer a matriarca do clã, argumentando que como filha de Poseidon eu aproveitava qualquer oportunidade de mexer com água, mesmo que fosse pra lavar louça.
Era mentira, quem gosta de lavar louça? Mas foi uma mentira necessária, não queria parecer uma exploradora, indo lá, comendo sem pagar nada, pelo menos eu ia fazer alguma coisa. Tinha certeza de que o vampiro Edward tinha lido minha mente, já que me olhou com humor nos olhos. Pelo menos ele não me dedurou para a Sra Cullen.
Enquanto lavo meu prato e as travessas, os Cullens continuam por perto me fazendo perguntas sobre minha família não-divina no Brasil, e me olharam com compaixão quando informei que fazia muitos anos que não ia para casa. Depois disso, mudei o assunto, perguntando aos vampiros sobre o clã Voltura ou Vilture, que o Sr. D tinha comentado.
-Acredito que ele estava se referindo aos Volturi, Marina -Dr. Cullen fala. -Eles são uma espécie de realeza vampírica, já que possuem muita autoridade e poder dentro da nossa comunidade...
Carlisle conta sobre o clã e sobre o período que viveu com eles na Itália. A noite segue com mais conversas e trocas de histórias e informações, até que Alice percebe que eu estava começando a ficar com sono e diz que vai me levar de volta ao trailer.
-Pode ir para a garagem, Marina. -Alice diz e sorri de um jeito estranho -Vou até meu quarto buscar uma coisa, mas já te encontro lá.
Assinto para ela e me despeço dos Cullen, agradecendo pela hospitalidade e pelo jantar, principalmente Esme, que reforça o convite para eu voltar a visita-los, ela se despede de mim com um abraço e me entrega um pote com o que sobrou da lasanha. Estou começando a amar essa mulher, será que ela não quer me adotar?
Saio da casa e me encaminho para a garagem, escutando uma música indie quando abro a porta e adentro o local. Reconheço a melodia, era Prey, do The Neighbourhood, uma banda indie que eu costumava ouvir. Me surpreendo com o que vejo, a garagem era enorme e moderna, tinha 6 carros lá e ainda tinha espaço de sobra, o Jeep, a BMW, o volvo e o audi que eu já conhecia estavam lá, junto com outros dois carros que ainda não tinha visto, um sedan luxuoso e um jeep CJ-7 caindo aos pedaços que estava com o capô aberto e sem o motor. Na parede dos fundos havia um grande balcão de madeira com várias ferramentas dos mais variados tipos, filhos de Hefesto adorariam trabalhar aqui. No canto da bancada se encontrava o rádio de onde saia a música, e mais para o meio do balcão estava um motor -que devia ser do jeep.
No entanto, não foi nenhuma dessas coisas que me surpreendeu, o que me fez perder o fôlego foi a visão de Rosalie Hale inclinada sobre o balcão, segurando uma chave de fenda em suas mãos apertando alguma coisa no motor.
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The Sea Daughter and the Immortal Beauty - Rosalie Hale
VampireMarina tinha um plano: Atravessar o país viajando de Nova York até o estado de Washington, matar uns monstros por lá e depois voltar para o Acampamento Meio-Sangue, era simples. Mas a garota deveria saber, nada é simples na vida de uma semideusa. As...