CAPÍTULO 7:... TUDO VALE☀️

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Estava atordoado com o impacto da esbarrada que dei na tal garota, mas ainda assim pude ver um olhar familiar nela. É muita loucura eu ter visto a Naomi nela, sendo que aquela garota era extremamente linda, cabelos cacheados, um corpo lindo, pele de índia e seu rosto com formato indiano. No entanto ela ficou me olhando também, como se me conhecesse;
--Desculpe garota, não vimos você. (Benjamin)
--Tudo bem, eu também estava distraída, desculpe.
--Escuta, qual o seu nome?
--Meu nome? Bom... Ângela. Meu nome é Ângela Fontes, e vocês? (Ângela)
--Eu sou o Benjamin, muito prazer. E esse é l Espurr. (Benjamin)
--É um prazer conhecê-los. (Ângela)
--O prazer é todo nosso.
--Você é nova aqui? (Benjamin)
--Sim, entrei sexta feira, mas meu primeiro dia é hoje. (Ângela)
--Que azar, bem em um dia de provas. (Benjamin)
--Sim, fiquei sabendo sexta, mas estudei praticamente as mesmas coisas na minha antiga escola. (Ângela)
--Que bom. (Benjamin)
--Me tira uma dúvida, de que turma você é?
--Ah, eu sou do 1C. (Ângela)
--A mesma turma que agente, podemos te levar até lá se quiser. (Benjamin)
--Eu aceito sim. (Ângela)
--Bom vamos então, faltam dez minutos para a prova. (Benjamin)
Fomos andando com ela do nosso lado, mas por algum motivo eu sentia o olhar dela queimando do meu lado. Sem a menor sombra de dúvidas, havia algo de estranho nessa tal Ângela, mas eu não sabia o que era. Chegando na sala, Ben me deu um abraço e foi pro lugar dele, enquanto eu ia pro meu percebi que ela estava me seguindo. Ela se sentou na cadeira a frente da minha, achei que ficaria na dela, mas me enganei, era bem comunicativa;
--Temos prova de que hoje mesmo?
--Espanhol, Português e Inglês.
--Ah sim, linguagens.
--Pois é. Escuta Ângela, de onde é que você veio?
--Ah, eu vim do Rio, sou carioca parça.
Aí sim é que minha cabeça deu nó, primeiro porque carioca não fala desse jeito e segundo porque ela realmente tinha aparência carioca;
--Você é daqui mesmo?
--Sim, nasci aqui.
--Viveu aqui a vida toda?
--Bom, não... Porque essa pergunta tão repentina?
--Ué, você perguntou de onde eu vim e eu estou perguntando se você é daqui mesmo ou se veio de algum outro lugar assim como eu.
--Ah sim.
Aquilo não me convencera nem um pouco, mas ainda havia uma pergunta que eu podia fazer;
--Você é esperta em muitas matérias?
--Olha, até que sim.
--Entendi. Bom, boa sorte então.
--Pra você também.
Depois disso ela se virou para frente e se pôs a ficar quieta esperando a hora da prova. Dentro de uns instantes, Álice entrou com uma cara de exausta, parecia nem ter dormido direito. Queria muito ter ido até a cadeira dela ver se estava tudo bem, porém o sinal tocou e o professor Rodney entrou com tudo na sala. Ele foi bem rápido e direto, fez a chamada e entregou as provas adequadamente. Comecei pela de Espanhol que para mim era a mais fácil, depois passei para a de Português e por fim fiz a mais complicada, Inglês.
Tínhamos exatamente quatro horas para fazer as três provas. Terminei a de Espanhol e Português em meia hora, mas todo o restante do tempo foi na de Inglês. Saí da sala faltando onze minutos para o fim do tempo, desci pro andar de baixo e me pus a esperar em uma das mesas do pátio até que um dos meus amigos terminasse, no entanto quem desceu logo em  seguida de mim, foi nada mais ninguém menos que a querida Ângela;
--Oi, como foi?
--Acho que fui bem, mas inglês estava puxada.
--Não achei tão difícil, mas você deve ter Ido bem.
--Tomara.
--Sua mãe é rígida com as notas?
--Não moro com minha mãe, mas eu mesmo não aceito ir mal na escola.
--Você mora sozinho?
--Não. Com meu pai.
--Ah sim, que bom. Olha eu já tenho que ir, mas foi ótimo te conhecer Espurr.
--Igualmente, Ângela.
Nós dois falamos o nome um do outro com ironia e desdém;
--Antes que eu me esqueça, quais provas temos amanhã?
--Artes, História, Filosofia e Sociologia.
--Entendi, obrigada.
Saiu andando rumo ao portão. Algo naquela garota não me agradava e ao mesmo tempo me deixava intrigado por me lembrar tanto a minha ex-colega de equipe. Em instantes, Ben desceu as escadas acompanhado de Álice e Edward;
--Oi fofo, como foi nas provas de hoje? (Benjamin)
--Acho que fui bem, com exceção de inglês.
--Realmente Inglês estava uma droga. (Edward)
--Não achei tão difícil, pra mim a que pegou mais foi a de português. Como eu ia lembrar as características do arcadismo? (Benjamin)
--E você Álice , foi bem? Desde que você chegou na sala te notei estranha amiga.
--Estou bem sim, só meio sonolenta. (Álice)
--Isso é meio óbvio, mas porque está sonolenta? Demorou a dormir ontem? (Edward)
--Nem dormi praticamente, estava estudando e depois aproveitei para continuar umas pesquisas. (Álice)
--Bom, se estudou certamente foi bem nas provas. (Benjamin)
--Até que sim, só em espanhol que não tive tempo de estudar muito, mas creio que não fui tão ruim. (Álice)
--Cuidado gente, vamos nos esforçar para aproveitarmos nossas férias sem preocupações, voltar as aulas já com nota pra recuperar é triste. (Benjamin)
--Ben está certo, estudem muito pras de amanhã.
--Vou tentar. (Álice)
--Vamos pra casa Espurr? É bom que estudo logo cedo. (Edward)
--Vamos, você vai querer passar lá Ben?
--Queria muito, mas também tenho que estudar e resolver os detalhes da viagem com minha mãe. (Benjamin)
--Tá bom então, se cuida fofo.
--Você também fofo. (Benjamin)
Ele me deu um abraço e um beijo na testa. Eu amava o carinho que ele tinha comigo, era tão lindo. Me despedi de Álice e fui para casa com Edward, mas como novamente eu reparo em tudo, a caminhote estava parada na entrada de uma casa a dois portões do nosso ,do lado oposto da rua.  Aquilo estava me assustando de um jeito inexplicável, queria muito perguntar se eram vizinhos novos, mas ao que indica eram bem estranhos. Passamos rapidamente para dentro de casa, onde ao fecharmos o portão fomos recebidos pelas lambidas bem molhadas do Denver. 
Ao passar pela porta, vimos uma mala pronta na sala. Pensei por um instante que era meu irmão que havia chegado antes da hora, mas em segundo João desceu todo arrumado e com uns documentos;
--João, está tudo bem? Que mala é essa?
--Que bom que chegaram, vou ter que sair da cidade por uns dias, mas não vou demorar muito tempo. (João)
--Espera, como assim sair da cidade? Porque? (Edward)
--Tenho que resolver uns assuntos pessoais, mas prometo que volto logo. (João)
--Mas João, nesse fim de semana temos a viagem pra fazenda, você vai chegar a tempo?
--Vou fazer de tudo pra isso acontecer Espurr, mas caso eu não volte a tempo, você descobre tudo que puder com a sua avó. (João)
--E pra onde você vai?
--Rússia. (João)
--Uau, mas do nada assim? (Edward)
--Surgiram imprevistos e eu tenho que ir, se cuidem por favor e tomem conta da casa. Espurr não esqueça a comida do Denver e avise ao seu pai, pois não tive tempo para ligar pra ele avisando. (João)
--Tá eu aviso... João, você vai voltar mesmo não vai?
--Mais é lógico, são só uns assuntos, não vou deixar vocês. (João)
--Promete?
--Claro. (João)
Eu o abracei fortemente, pois algo me dizia que era a última vez que eu o veria por um bom tempo. Não gostei nada daquilo, essa viagem tão repentina, era muito suspeito. Acompanhamos ele até o carro e vimos ele partir pro aeroporto, o que me deixou meio triste de certa forma. Entramos pra dentro e fomos até a cozinha, preparamos um almoço improvisado, Frango empanado com batata frita e arroz. Nos sentamos na bancada e um clima silencioso se colocou entre nós por uns minutos;
--O que será que houve pra ele ter ido assim do nada?
--Não faço ideia Edward, mas eu sinto que ele está me escondendo algo.
--Tem alguma noção do que pode ser?
--Não, nenhuma.
Na verdade algo se passava pela minha cabeça sim, a possibilidade de ser algo relacionado a morte de nossos avôs. Será que ele tinha descoberto algo? Era essa a dúvida que se passava na minha mente. 
Terminamos de comer e ele subiu para tomar banho e estudar. Lavei a louça, lavei a área e depois coloquei umas roupas pra lavar na máquina e depois na secadora. Ao terminar de fazer tudo, subi e tomei o meu banho bem relaxante, coloquei uma música para relaxar a mente e me pus a pensar em coisas boas.
Saí com minha pele bem engelhada da água. Vesti uma blusa tom caramelo e um short cinza bem fresco. Novamente estendi a toalha na varanda e me joguei na cama, eu precisava revisar umas matérias de História, mas minha mente não parava de pensar naquela garota nova. Fiquei tão vidrado no nada que levei um susto quando meu celular tocou, atendi as pressas e falando nada com nada;
--Oi, quem foi?
--Quem foi o que?
--Ah, foi mal, tô meio aéreo. Quem é?
--Não reconhece minha voz não é Espurr? Sou eu, Dylan.
--Ah, Dylan. Desculpe, não prestei atenção, como você está?
--Bem, está em casa?
--Estou, porque?
--Estou tocando a campainha a vinte minutos e nada de você abrir.
--Meu Deus, eu não vi estou no quarto, calma ai que eu tô descendo.
--Tá bom.
Desci as pressas, quase caí da escada de tanta pressa, mas cheguei intacto até a porta. Fui até o portão descalço pelo gramado, Denver achou que eu queria brincar e saiu correndo e saltitando para tentar me derrubar, se eu não tivesse pulado teria mesmo me derrubado. Abri  e pedi pro Dylan entrar rápido para ele não sair pra rua, afinal mesmo eu tendo licença as pessoas não podiam ver ele, se apavorariam e ligariam para o centro de controle de animais.
Enquanto Dylan ia para a porta da sala, levei Denver pelos fundos e o prendi na casinha dele, já deixei a comida dada logo para não precisar soltá-lo de novo, depois entrei pela lavanderia e lavei meus pés no tanque, sequei na toalha reserva e fui pra sala;
--Agora sim, oi.
--Oi, que luta em. (risada)
--Nem fale, senta ai fica a vontade.
--Valeu, cadê o Edward e o João ? A casa tá um silêncio.
--Ah, Edward está estudando lá no quarto dele e João... Bom ele teve uns imprevistos e teve que viajar de última hora.
--Nossa, algo grave?
--Não sei, ele não me deu muitos detalhes.
--Entendi.
Nos sentamos no sofá e minha visão ainda estava meio torta;
--Bom, qual o motivo da visita?
--Na realidade, quero saber como vamos lidar com o principal problema dos Teens.
--Como assim Dylan?
--Amun e os micróbios dele.
--O que fizeram agora?
--Estão se aproveitando dos boatos inventados da Bella e tão piorando eles, aumentando as coisas que já nem são verdade.
--Mas será possível que esse animal não se cansa de nos infernizar?
--Parece que não, falei pra ela que falaria com você antes de pedir a opinião do restante do grupo.
--Fez bem, Edward mesmo está farto das besteiras do Amun, mais essa e ele surtaria de vez.
--Ainda mais depois da última que ele aprontou com você.
Quando ele disse isso, me lembrei como se estivesse vivendo o momento de novo, Amun, Emily, Esteban, Ema e Elmon me derrubando naquele dia em que Cristian partiu meu coração. Porém ao mesmo tempo, me recordei do dia em que Nolan  me derrubou na rua enquanto eu voltava do colégio. Parecia que as lembranças se coincidiam de alguma maneira, o que me dava muita agonia apenas em pensar;
--A Bella disse algo mais?
--Não, mas está aflita, pois a imagem dela está indo novamente pro buraco, sendo conhecida como uma verdadeira puta.
--Isso não pode ficar desse jeito, sei quem pode desmentir tudo isso.
--Quem?
--Uma amiga da Mirella.
--Ela conhece e Bella?
--Ela odeia a Bella, e foi ela mesma quem iniciou esses boatos.
--Se ela a odeia o que te faz pensar que vai atender ao nosso pedido?
--Ao nosso talvez não, mas ao da Mirella sim, já que são melhores amigas.
--Será?
--Não custa tentar.
Enquanto conversávamos o alarme da casa disparou. Me apavorei e Dylan arregalou os olhos, ficamos paralisados, só saímos da paralisia quando Edward passou correndo rapidamente pela escada e passou porta a fora. Fomos correndo atrás dele, me desesperei com a ideia de alguém ter tentado invadir a casa;
--Edward o que houve?
--Alguém tentou pular a cerca do muro. (Edward)
--Como sabe que foi isso? (Dylan)
--Eu vi, estava na varanda pegando um ar e vi quando uma sombra tentou adentrar para o nosso quintal, ia cair bem na moita perto as piscina, mas ao ouvir o disparo do alarme ele recuou. Corri para tentar alcançar, mas não consegui. (Edward)
--Era só o que nos faltava.
--Será que era um ladrão? (Dylan)
--Bem provável. (Edward)
--E agora? Chamamos a polícia?
--Claro, mas vamos esperar seu pai chegar primeiro, ele vai saber melhor o que devemos fazer. (Edward)
--Espera, acho melhor darmos uma revistada no quintal, por precaução. O tal invasor podia não estar sozinho.
--Espurr tem razão Edward, nunca duvide da capacidade de um ladrão ou uma gangue de ladrões. (Dylan)
--Ótimo, então vamos nos dividir, eu vou pela direita até os fundos, Dylan você vai pela esquerda até os fundos e Edward você vasculha a frente toda aqui e da uma olhada na frente do portão.
--Beleza. (Dylan e Edward)
Fizemos a ronda e nada encontramos, não nego que tive muito medo, mas soube me conter. Dylan foi para casa depois disso e Edward e eu fomos trancar todas as entradas e janelas da casa. Tirei o Denver da casa dele e levei ele pra dentro, deixando ele na lavanderia bem confortável, era só por aquela noite para me certificar que nada aconteceria mesmo.
Depois de subir e tentar dormir, me lembrei que havia uma missão a cumprir. Levantei de novo, abri meu closet e peguei uma cartolina e meu estojo de canetas. Abri meu e-mail e lá estava a planta do museu que G disse que iria me mandar. Desenhei cada detalhe e para não ter erro na hora de traçar uma rota, fiz uns pontos de localização específica, das portas até janelas , esgotos e dutos de ar.
Virei praticamente a noite nisso, mas valeu muito a pena. Quando terminei eram praticamente seis da manhã, fechei a cartolina, guardei meu estojo de volta na mochila e retirei um caderno para revisar a matéria de história rapidamente. Quando abri a varanda para pegar a toalha do banho, vi a pontinha do sol nascendo, entrando pela janela e refletindo no meu olho direito, senti um calor enorme dentro de mim, como se o fogo do sol tivesse entrado em mim apenas com o fato de eu olhar para ele. O que também me fez recordar de um dos momentos mais lindos da minha infância, um momento incrível que vivi... Ao lado do Cristian. 

Teens 3☀️ Pôr do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora