CAPÍTULO 23: DECLÍNIO☀️

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Eu sempre me perguntei desde que João viajou e meu pai me deixou, será que ainda vou perder mais? Maldita seja a hora em que me fiz essa pergunta, pois sim eu perdi mais, muito mais. Pode parecer hipócrita de minha parte, mas eu não queria nem pensar na possibilidade de Edward me deixar, ele se tornou uma das pessoas mais importantes para mim, um dos únicos que ainda me restavam.
Meu sangue ferveu ao ouvir tamanho absurdo da boca daquele homem, pude ver que para ele o filho era só uma questão temporária de conquista, ele estava disposto a me pagar para tirá-lo de minha casa, somente para ele sair como o pai heroico que não deixou o filho desamparado;

--O que o senhor pensa que vai conseguir com isso? Acha que me oferecendo dinheiro eu vou ceder ao seu capricho?
--Tudo nessa vida tem um preço garoto, diga o seu.
--Eu não estou a venda senhor, muito menos nessa tramoia que o senhor pretende. Por acaso acha que eu vou trair um dos meus melhores amigos?
--Não só acho, como tenho quase certeza absoluta que você é uma péssima influência para o meu filho. Olha só como sua casa é movimentada, se é que essa casa é mesmo sua, e ainda mais com seu animal feroz criado aqui, um perigo aos outros moradores entorno e ao meu próprio filho, está na cara que você é um irresponsável. Não vou permitir que meu filho viva nesse ambiente errado.
--Escute aqui meu senhor, essa casa é minha sim, e outra, caso o senhor não saiba eu tenho uma licença totalmente legal para ter esse animal aqui comigo, então isso não é da sua conta.
--E ainda por cima mal criado.
--Veja lá como fala comigo Germano, sou um amor de menino, mas não banque o superior para o meu lado que o senhor vai realmente conhecer meu lado mal criado.
--Pois bem, já que é assim terei que apelar para a chantagem.
--Que chantagem?
--Acha que eu não sei que você e meu filho vivem aqui sozinhos?
--Como é?
--Eu sei de tudo, andei dando uma vislumbrada por aqui e vi que só vocês dois moram aqui, o que eu já até imagino o porquê. Fui até a escola de vocês para saber da educação do meu filho e andei sabendo dos boatos sobre você e ele, então já imagino o que os dois fazem morando sozinhos.
--Espera, espera ai, como é? O que o senhor está pensando?
--O que já é bem óbvio, você e meu filho tem uma relação. A princípio eu não entendi o porque do meu filho, um grande rapaz bonito e desejável assim como eu fui, faz com você. No entanto, analisei e você não é um rapaz feio, só que eu devidamente não vou aceitar que meu filho seja gay.
--O senhor está entendendo tudo errado, Edward e eu nunca tivemos nada. Tudo o que chegou aos seus ouvidos foram mentiras inventadas por uns garotos que não gostam de mim e do seu filho.
--Vai negar que nunca sequer beijou o meu filho?
--Nunca, jamais o toquei ou o vi dessa maneira. Edward e eu vivemos como irmãos aqui, eu encontrei nele a paz familiar que eu precisava e ele também.
--Eu não vou discutir isso com você, eu já soube o bastante para tirar minhas conclusões, então o aviso é o seguinte. Fale com meu filho que ele precisa sair dessa casa, expulse ele e diga que não quer mais vê-lo, caso o contrário, eu ligo para a polícia e o conselho tutelar e digo que vocês dois vivem aqui sozinhos e com um tigre sem cuidado ou supervisão de um adulto. Isso faria a justiça colocá-lo para morar comigo e seus responsáveis se é que tem algum responderiam um processo.
   Como pode ver, eu tenho todo o poder para acabar com sua vida de jovenzinho adolescente, mas estou te dando a chance de acabar com isso sem se prejudicar, portanto pense bem garoto.

--Você... Você é um monstro.
--Eu sou? Não, apenas quero o que por sua causa ainda não consegui, meu filho. Ele só não voltou pra mim ainda por sua causa, então eu mesmo decidi resolver isso a qualquer custo.
--Eu não vou magoá-lo assim.
--Bom, eu deixo a desculpa a seu critério, invente o que quiser, só esteja cinte que você tem até o final das férias para concluir o que estou ordenando, caso contrário já viu.

Naquele instante Edward apareceu na sala, todo arrumado e com uma cara bem estranha ao nos ver conversando;

--Está tudo bem por aqui? (Edward)
--Está sim, eu estava aqui sentado te esperando e seu amigo apareceu filho.  (Germano).
--Do que falavam? Está tudo bem Espurr? (Edward)
--Bom... Eu...
--Está sim, ele e eu apenas comentávamos sobre como foi ótimo você ter decidido sair comigo hoje. (Germano)
--Não faça eu me arrepender disso beleza?  (Edward)
--Claro que não, vamos? (Germano)
--Vai indo que eu já saio. (Edward)

Ele foi indo e ainda deu uma olhada para trás piscando para mim, o desgraçado estava me provocando de todas as maneiras, mas o pior é que eu não tinha nada na manga contra ele, nada;

--Eu não queria ir, mas ele insistiu demais, tudo bem por você se eu for?
--Claro, é seu pai afinal.
--Você não parece bem, o que houve? Ele falou alguma coisa pra você?
--Não, é só um enjoo, mas daqui a pouco passa.
--Quer ir no médico?
--Não, eu estou bem. Aproveite o dia com ele, pode ser que acabem se dando bem de algum jeito.

Minha garganta queimou para que aquela fala saísse. Eu estava me odiando naquele momento por sentir medo daquele infeliz, mas eu não podia fazer nada contra ele;

--Agora vai, ele está te aguardando lá fora.
--Tá bem, escuta... Hoje quando eu chegar de tarde, lá pras seis horas, podemos pedir umas pizzas e curtir juntos? Tenho um motivo especial hoje e queria aproveitar com você.
--Claro, amei a ideia.
--Então eu vou indo e... Espera, aonde você esteve até agora que saiu tão cedo?
--Fui resolver umas coisas, mas nada demais, depois eu te conto.
--Acho bom em, até depois.
--Até.

Me deu uma agonia tã grande em ver ele indo e eu não podendo pará-lo e falar o que o cretino do pai dele havia me dito. Entrei na cozinha onde Diego me esperava sentado na bancada olhando pro escorpião;

--Ei, cuidado com ele. Quero que seja uma surpresa e tanto para ele quando for mais tarde.
--Ainda estou encabulado que comprou mesmo esse ser venenoso para ele, mas até que combinam. –Diego disse soltando um riso.
--Você pode me ajudar a preparar tudo?
--Claro, para isso que eu vim. Te ajudo e depois vou pra casa me arrumar e volto.
--Ótimo, muito obrigado.

Preparei um almoço simples para nós, omelete de carne moída, arroz e salada de tomate com pepino. Comemos e ele lavou os pratos enquanto eu levava o bichinho pra mesinha de estudos do Edward, ele ia ser bem surpreendido. Em seguida, desci e começamos o planejamento da mesa, enchemos uns balões e e feitamos a sala para ficar bem organizado;

--Espurr, estamos terminando tudo, mas e as comidas?
--Cada um ficou de trazer uma coisa, a minha parte era o bolo.
--Comprou um bolo?
--Não, eu fiz. Está escondido no fundo da geladeira.
--Já quer colocá-lo aqui?
--Não, melhor esperar os outros chegarem com as coisas primeiro e aí colocamos ele por último.
--Está bem, então eu vou indo para me aprontar e volto depois tá bom?
--Está ótimo, muito obrigado pela ajuda Diego, até já.
--Até, não demoro.

Ele foi embora e eu tive a sensação de que algo iria acontecer. Saí para fora e me sentei na beirada da piscina vendo as águas, pensando que aquilo tudo não precisaria estar acontecendo se eu tivesse o João comigo, ele  certamente saberia o que fazer em uma situação como aquela.  Ouvi uma batida no portão e me desesperei, pois fiquei tão concentrado na piscina que certamente o tempo voou.
Abri o portão e Ben estava com um sorriso encantador, fiz sinal para que passasse  com as embalagens de salgado que carregava em suas mãos;

--Onde coloco isso?
--Pode colocar ali na mesa, já deixei arrumada.

Ele organizou tudo bem arrumado para não bagunçar o que eu tinha ajeitado. Quando terminou se virou para mim e fixou os olhos nos meus com as mãos em volta da minha cintura;

--Está tudo bem?
--Sim, porque a pergunta?
--Não nos falamos desde nossa última conversa sobre... Bom você sabe.
--É, eu estava bem errado naquele dia, novamente te peço desculpas.
--Está tudo bem, eu não estou chateado. No entanto, eu quero saber uma coisa Espurr.
--O que quiser.
--Sente algo por mim realmente?
--Isso é uma pergunta para você me fazer? Eu confiei meus sentimentos a você, confiei mesmo sabendo que eu não tinha esquecido o Cristian e muito menos sem saber se você estava mesmo ou não gostando mesmo de mim.
--Porque duvidou do meu sentimento por você?
--Ben, antes de sermos amigos você era daquele grupo, pensei na possibilidade de fazer comigo o mesmo que Esteban fez com a Álice ou com a Clarice.
--Eu... Eu não vou tirar sua razão. Eu ficaria meio desconfiado também, mas nunca me enganei sobre meus sentimentos por você,  fiquei meio em dúvida se o que eu sentia era realmente amor, pois não é fácil um dia você dormir namorando uma menina e acordar gostando de um garoto.
--Entendo o seu lado, você não queria que  todos te vissem e te achassem um gay né.
--Não foi bem isso, até porque eu não me importei duas vezes em assumir agente em público, fiz aquilo para limpar sua imagem dos boatos com o Edward e para te mostrar que eu estava e ainda estou disposto a ter algo sério com você.
--Então agora é totalmente sério. Eu quero namorar você Benjamin.

Ele se calou e não tirou os olhos de mim, parecia algo meio meloso demais, mas eu me sentia bem em dizer aquilo;

--Namorados oficiais? Quer que agente se assuma sério como um casal?
--Quero. Eu pensei tempo demais já, voc3 mostrou que soube ganhar meu carinho, então eu quero que seja pra valer.
--Então agora somos...
--Namorados. Você é meu namorado e eu sou o seu.
--Eu... Eu nem consigo acreditar nisso.

Ele meu deu um abraço tão alegre que eu fiquei mais feliz e menos tenso com relação aos problemas. Ficamos conversando sobre como contar para nossas famílias e tudo mais sobre nosso relacionamento, até que os demais foram chegando um a um.
O segundo a chegar foi Levy, logo depois chegaram Clarice e Lótus. Mirella apareceu meia hora depois, e por último chegou a Álice.

--Que bom que todos vieram, eu vou tomar um bom banho e desço já. Fiquem atentos para se Edward chegar.
--Está ótimo, vai lá amigo. (Clarice)

Subi correndo para tomar um banho e me refrescar. Coloquei uma blusa branca com um suéter preto por cima e uma calça preta, penteei meu cabelo e desci. Tudo estava nos conformes e todos já haviam chegado;

--Diego, que bom que conseguiu voltar a tempo.
--Sim, vim o mais depressa possível. (Diego)
--Depressa sim, mas você enrolou demais. (Sofia)
--Que bom que veio moça, aliás qual seu nome mesmo?
--Sofia, e o seu é Espurr né? (Sofia)
--Isso, que bom tê-la aqui, já foi apresentada aos outros?
--Ainda não, chegamos agorinha. (Sofia)
--Bom, então venha comigo.

Peguei pelo braço dela e o cruzei ao meu, daí fomos andando até os outros com Diego nos seguindo;

--Gente, essa é a Sofia, amiga do Diego. Sofia, esses são meus amigos, Lótus, Clarice, aquela é a Álice, Mirella e por fim aquele é o Levy.
--Muito gosto em conhecer vocês. (Sofia)
--Oi, seja bem vinda. (Clarice)
--Prazer em conhecer você. (Lótus)
--Fique a vontade. (Álice)
--E esse aqui é o meu namorado, Benjamin.
--Muito bom conhecer você. (Benjamin)
--É ótimo conhecer você também. (Sofia)

Me virei para trás e todos os outros me olhavam com uma cara de espanto;

--Porque estão me olhando desse jeito?
--Como assim namorado? (Álice e Lótus)
--É... Bom... Tenho meio que uma novidade.
--Que novidade? (Levy e Diego)
--Bom gente, Ben e eu temos uma coisa para falar.

Ele veio por trás de mim e me segurou na cintura de novo enquanto olhava para os outros;

--Espurr e eu estamos namorando. (Benjamin)
--Namorando tipo, namorando mesmo? (Lótus)
--Sim, estamos namorando.
--Caramba... Já era sem tempo. Até que enfim. Meus parabéns. (Mirella)
--É, felicidades aos dois. (Clarice)
--Parabéns. (Diego)

Por algum motivo, senti que Diego, Levy e Álice não ficaram tão animados com a notícia, só não entendia o porque.  Ouvimos um barulho no portão e nos escondemos, assim que ele passou pela porta todos nós aparecemos e começamos a cantar. Todos cantando em sintonia a música de parabéns fez com que seus olhos enchessem de lágrimas, o que eu jamais pensei ver de Edward. A música acabou e cada um o abraçou para dar as felicitações de aniversário,  e eu fui o último;

--Meus parabéns irmão.
--Seu panaca, como fez isso sem eu ver. –Disse ele rindo emocionado.
--Eu sempre dou meu jeitinho, espero que goste do que preparamos.
--Claro que eu gostei, jamais pensei que você soubesse que hoje era meu aniversário. (Edward)
--É o Espurr né Edward, ele sabe tudo. (Clarice)
--Parem se não fico mal acostumado. Agora pessoal, comam a vontade e divirtam-se, Edward corte o bolo.

Ele pegou a faca e cortou o primeiro pedaço, tirou-o cuidadosamente e antes mesmo que alguém tivesse perguntado para quem era, ele se aproximou e entregou o prato para mim;

--E o primeiro pedaço vai para  a pessoa em quem eu mais confio. (Edward)

A onda de arrependimento voltou, como que eu podia fazer o que o crápula do pai dele me pedira? Eu não faria aquilo, ainda mais depois dele dizer aquilo para mim;

--Obrigado, também confio muito em você.
--Ótimo, agora vamos comer? (Clarice)
--Clarice! Estragou o momento amiga. (Mirella)
--Deixa ela Mi, vai Clarice pode comer. Todos podem se servir gente.

Todos aproveitaram a comemoração. Fiquei indo e vindo da cozinha, por causa de copos e talheres. Enquanto eu pegava uns pratos, Lótus apareceu de surpresa atrás da bancada me assustando;

--Lótus que susto, eu quase derrubo os pratos.
--Desculpa, mas preciso falar com você a sós, vi você vindo aqui e aproveitei.
--Tá bom, pode falar... Se bem que eu acho que sei o que você vai me falar.
--Sabe?
--Sei, quer saber porque o Dylan não está aqui não é? Acredite, mas eu também não sei, mandei mensagem e ele nem sequer me respondeu.
--Não respondeu e nem vai responder.
--Porque diz isso?
--Ele está com ódio de mim e de você.
--Ódio? Ódio porque?
--Porque disseram a ele que você me induziu a terminar com ele, tendo a intenção de me tirar dele.
--Como é que é? Quem foi o miserável que disse isso pra ele?
--Emily, ele me contou que foi ela, e ainda por cima ele agora está de chamego pra cima e pra baixo com o grupo deles.
--Não, isso não pode ser verdade.  Você tentou falar com ele?
--Está brincando? Foi a primeira coisa que fiz quando ele surtou na minha casa. Ele disse várias coisas e que não quer mais saber de mim e nem de você.
--Meu Deus, como aqueles ordinários puderam Lótus, como puderam?
--Olha de quem estamos falando Espurr, eles não valem nada.
--Não se preocupe, eu vou tentar ligar para ele amanha antes de ir pra minha avó.
--Faça isso, e se ele disser algo me avise por favor.
--Claro.

Voltamos para a sala e eu estava atordoado com mais um problema, já não bastava o conflito que eu travaria comigo mesmo por causa do pai do Edward, daí vai e me aparece aqueles répteis fazendo a cabeça do Dylan. Edward e eu entretemos todos até as nove e meia da noite, que foi quando todos foram embora.   Me despedi de Ben com um abraço amoroso;

--Nem acredito que estamos namorando e vamos passar uma semana na fazenda da sua avó.
--É um sonho mesmo, agora vai e prepare suas coisas e as do seu irmão. Segunda bem Cedo nos vemos aqui.
--Até fofo.

Ele se despediu me dando um beijo na bochecha. Vi ele indo, mas o que mais me prendeu foi o olhar mortal de Álice;

--O que foi que houve amiga?
--Podemos conversar depois?
--Pessoalmente?
--Sim.
--Bom, é que eu vou essa semana lá para a fazenda de minha avó.
--Eu sei, quero saber se posso ir junto.
--Tá bom, por essa eu não esperava, mas eu vou amar ter você lá comigo, claro que pode.
--Obrigada, então nos falamos lá. Quando vamos?
--Segunda bem cedo, mas passa a noite aqui amanhã  que saímos todos juntos logo.
--Está bem. Vou comunicar minha mãe e venho.
--Está bem, boa noite amiga.

Ela foi embora meio pensativa demais, o que não era do feitio dela. 
Nisso aproveitei que Levy estava lá, e resolvi pedir o que eu tanto receava;

--Levy, antes que vá, deixa eu te perguntar uma coisa?
--Claro, pode falar.
--Está muito compromissado essa semana?
--Não, só uma cirurgia que meu pai vai fazer quinta e eu vou assistir. Porque?
--Eu vou passar essa semana na minha avó com o Edward, o Benjamin e a Álice. Se você quisesse ir e pudesse nos levar, seria incrível.
--Bom claro, mas eu teria de voltar quarta a noite.
--Como quiser, mas seria bom para você ficar mais próximo do grupo.
--Está bem eu vou, que dia vamos?
--Segunda de manhã cedo.
--Beleza, vou organizar tudo para não ter erro.
--Está bem, e mais uma vez obrigado.
--Não há de que.

Eles foram. Subi pro quarto com o Edward de olhos vendados, coloquei ele sentado na cadeira de frente pra mesa de estudos onde estava o presente. Tirei a venda e ele olhou por uns dois minutos parado pro animal;

--Isso é...
--Um escorpião negro, eu vi que você tinha interesse em um, daí comprei ele pra você.
--Como... Como sabia?
--Eu sempre sei, a Clarice avisou. –Eu disse rindo.
--Eu adorei de verdade. Você é incrível.

Ele se levantou e me abraçou fortemente. Eu gostava da nova energia dele, e naquele abraço eu tentava encontrar forças para não ceder a chantagem do pai dele;

--Eu gostei bastante. Posso levá-lo para a fazenda ?
--Claro, só cuidado com ele lá. Inclusive que bom que mencionou, vamos arrumar as coisas e deixar tudo pronto, falta apenas um dia para as férias começarem de verdade.
--Beleza. Inclusive me conta, como sabia do meu aniversário?
--Eu sem querer vi uma notificação de uma mensagem do seu pai ontem a noite.
--Saquei, e conseguiu preparar isso tudo em cima da hora?
--Tive ajuda. Diego veio e me ajudou a arrumar tudo, mas eu fiz com a melhor das intenções, espero que tenha gostado
--Eu gostei demais, nunca fizeram isso pra mim, não depois da... Morte da minha mãe.
--Eu entendo, mas escute. Quero que nessa semana que passaremos lá, você se divirta muito, ria muito, se interaja da maneira que quiser e tudo mais, quero que se sinta em casa está bem?
--Obrigado por isso. De verdade, acho que comecei a gostar de você mais do que eu devia.
--Isso é relativo. –Eu disse rindo.
--Isso é a pura verdade. –Ele respondeu rindo também.

Ligamos o notebook do quarto dele e vimos um filme juntos. Acordamos no dia seguinte dormindo na cama dele, me levantei atordoado, pois a hora tinha voado, já eram nove e meia da manhã, tínhamos de arrumar tudo depressa e nem estávamos de pé ainda. Acordei ele e tomamos um belo café reforçado para ter energia, arrumamos tudo nas malas e deixamos os quartos limpos. Lavamos a área, o quintal dos fundos, a casinha do Denver e todos os cômodos da casa. Foi nessa correria que tive a brilhante ideia de levar o Denver no porta malas do carro,  eu tinha uns calmantes manipulados e podia entupir ele com eles, assim ele dormiria  a viagem toda.
Aquele desestruturado do pai do Edward não ia usar meu tigre na jogadinha dele, ele podia ser esperto, mas eu também era.   Providenciei tudo para que não faltasse nada para nós lá. Pedimos pizza e esperamos Álice chegar. Comemos e dormimos cedo, acabei nem ligando pro Dylan, deixei para fazer isso no dia seguinte... Mas me arrependi disso.

Teens 3☀️ Pôr do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora