Capítulo 3

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É uma quinta-feira e estou em casa no puro tedio no celular, sem vontade de fazer absolutamente nada, e é exatamente o que estou fazendo, meus pais não estão em casa, minha mãe conseguiu o emprego na entrevista em que foi quando eu e Micael passamos o dia juntos.

Sigo para a cozinha para achar algo gostoso para comer e não acho nada que me agrade, olho o celular e são duas horas da tarde, sol esta rachando lá fora e lembro-me da mercearia onde vende picolé próximo a praça que Micael me mostrou, penso relutante em sair de casa, mas a vontade acaba me convencendo. Subo e troco de roupa, coloco uma camisa na qual roubei do Micael faz um tempo, que chega até meus joelhos com a estampa do Homer fazendo um joia e um short jeans, pego meu livro favorito e sigo em direção a mercearia.

Compro um picolé de açaí e sigo para o novo destino, a praça do bairro.

Ao se aproximar vejo que esta cheia de jovens jogando vôlei, mas a quadra esta vazia vejo que tem um banco próximo a ela com uma árvore fazendo uma sombra aconchegante. Já fico animada, até que está batendo um vento gostoso, sim um lugar perfeito para ler e curtir o momento sozinha.

Abro meu livro 'Para Todos Os Garotos Que Já Amei', sou apaixonada em romances clichês e esse é uns dos meus favoritos, já li diversas vezes. Até os darks romances eu também gosto bastante, tem algo que me atrai aquela sensação que a protagonista não está no controle dos seus sentimentos, do cara ser um macho alfa e se ajoelhar para a mocinha é algo tentador e frustrante ao mesmo tempo, onde que um dia vou encontrar algo assim? Sem contar que eu nem deveria ler esse tipo de coisa ou estar pensando na possibilidade, mas sonhar não mata, não é?

Começo a ler e reparo que chegaram alguns garotos para jogar na quadra, espio de canto de olho, mas logo volto minha atenção para o livro mergulhando na história e quando estou na minha parte favorita, onde eles aceitam a fingir serem um casal de mentira, uma bola acerta meu livro que vai direto à minha cara.

- Caralhoo! Quem foi o idiota? – Pergunto irritada, pois além de acerta meu rosto ainda amassou meu livro que também caiu no chão.

Olho para quadra possessa e alguns dos moleques disfarça a risada e um garoto vem na minha direção

- Desculpe moça! Não foi intencional, esta bem? – Diz um rapaz loiro de olhos de chocolate, deveria ter a minha idade ou um ano a mais, estava apenas com uma bermuda e tênis e ele é alto, não sei com precisão. Ele pega a bola e me olha esperando uma resposta.

- Presta atenção, poderia acertar uma criança. Sabia que esse livro não é barato? – Digo ainda raivosa com o que acabou de acontecer com o meu livro favorito.

- Foi mal. Tomaremos cuidado a partir de agora – diz e sai correndo de volta para quadra, o sigo com o olhar por alguns instantes e logo volto para o livro, só o que faltava sai para tomar um ar e o que eu levo? Uma bolada na cara.

Assim que me canso do ar puro, fecho meu livro e sigo para casa, já está começando a escurecer, aperto o passo para chegar em casa, então tenho uma ideia, sempre que estou conversando com alguém no telefone me sinto com uma falsa segurança. Pego meu celular e faço uma chamada de vídeo, ele não atende de primeira e já imagino o que deve está fazendo.

- Então a paulistana se lembrou da ralé aqui?

- Qual é Rafa, pode assumir que eu estou fazendo falta – digo com o ar de convencida e ele ri.

- É claro né, somos amigos desde infância – Ele diz fazendo uma pausa e dando uma tragada, solta a fumaça e continua – Ana me falou que vocês conversaram e que seu quarto estava uma zona, vejo que está até passeando pela cidade, isso é bom.

PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora