Minha rotina atualmente está bem cansativa, sem contar que esse ano vou realizar a prova no Enem, ou seja, estou tentando dar o máximo para que eu tenha uma boa nota. É estranho pensar que ano que vem já completos dezoito anos, nesse caso tenho que decidir se faço faculdade e trabalho, ou se só trabalho.
É uma pressão e responsabilidade que coloco nos meus pensamentos e não consigo decidir, de qualquer forma o Enem é o primeiro passo para que ajude a minha cabeça a tomar a decisão correta.
— Está estudando gata? Eu não vou fazer.
Alan faz com que meus pensamentos vão embora e eu foque no agora.
— O que? Você vai sim! — elevo minha voz indignada.
— Eu vou fazer curso técnico, hoje não está valendo tanto a pena fazer faculdade, só vale se você tiver certeza do que quer fazer.
— Eu sei, mas você sabe o que quer, ou não? — pergunto curiosa e agora noto que nunca tocamos nesse assunto sobre o que cada um gostaria de trabalhar.
— Na verdade não, só queria ser rica amiga.
— Isso até eu.
Solto uma gargalhada.
— Quer saber, vou ao banheiro.
Peço a autorização da professora e pego um crachá de identificação.
Saio da cabine do banheiro e vou direto para a pia para lavar as mãos e ouço alguém entrando no banheiro, logo noto que se trata de Gabriela , sim a pessoa que me expulsou de seu grupo já completo.
Desde aquele dia não troquei mais nenhuma palavra com nenhuma delas, pois sabia que nada que viria delas seria de fato algo de boa energia, mas os olhares que direcionam para mim são cômicos, e eu seria idiota se não soubesse qual era o motivo.
— Então o que você tem com o Romeu é realmente sério?
Sem que eu a percebesse já estava no meu lado e direcionando a pergunta a mim. Viro meu rosto para olhar para ela e enxugo minhas mãos na minha calça e a observo tentando buscar qual é o motivo de sua pergunta.
— Você acha mesmo que ele gosta de você? Uma menina qualquer que veio do interior de Minas. Ele está com você apenas para te comer e cair fora, ele só vai te usar.
Tudo o que sai da sua boca soa como veneno para mim, olho também para o seu dedo que está apontado para o meu rosto como uma ameaça, não consigo achar nada em minha mente que faça com que ela tomasse essa iniciativa de me confrontar. Sem contar que não faz sentindo algum ela me confronta sendo que a pessoa na qual ela deseja, está comigo e não a corresponde.
Sem pensar muito bem, respondo sua ameaça no mesmo tom para mostra-la que não sou uma pessoa indefesa no qual ela pensa.
— Está falando isso por experiência própria? — Ergo a sobrancelha em desafio — Gabriela eu agradeço pelo conselho, mas sei muito bem o que estou fazendo.
Mesmo com a minha resposta ela ainda mantem sua mão erguida e seu dedo indicador apontado para o meu rosto, para que ela saiba que não estou satisfeita com seu gesto ameaçador defiro um tapa em sua mão e antes que ela esboce alguma reação ao que acabei de fazer, passo por ela em busca da saída.
— Depois não chora quando ele voltar para a mamãe aqui.
Ao ouvir suas palavras a minha cabeça ferve como um caldeirão, se fosse personagem de algum desenho estaria saindo fumaça pelos meus cabelos, antes mesmo de abrir a porta para sair daquele maldito banheiro dou meia volta motivada pela minha fúria e ciúmes.
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Perdida
RomanceAlicia e sua família se muda para cidade mais populosa do país em busca de escrever uma nova historia e deixar o seu trauma no passado. Mas quando tudo parecia se encaminhar para melhor, a pessoa que mais ama precisa partir. O passado volta a atorme...