Capítulo 18

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Ainda permaneço todos os dias olhando as mensagens do Micael, ouvindo seus áudios para que eu possa acalmar meu coração quando a saudade bate na porta ou quando estou com os sentimentos aflorados.

Escrevo para ele, mesmo sabendo que as mensagens nunca vão chegar. Será que ele apoiaria o que estou fazendo agora? Estou tão nervosa que acho que vou ter uma crise nesse momento.

Desço do Uber e minhas pernas não estão totalmente firmes, ando em direção a uma casa de cor branca, cor ar harmonioso, na frente há jardim o que ostra o quanto são cuidadosos. Mesmo parecendo se tratar de um lugar aconchegante, sentia que estava caminhando para um campo minado.

Não deveria ter colocado um salto, droga!

Tropeço a caminho desta casa que para mim é o lugar mais assustador que existe nesse momento. Quer saber, ainda dar tempo.

Dou meia volta para pegar o Uber que acabei de descer e voltar novamente para casa. Assim que viro as costas escuto chamar meu nome, ignoro e continuo voltando para o veículo que me tirará desse lugar pavoroso.

— Onde você pensa que está indo?— Romeu se aproxima e pega em um dos meus braços.

— Não foi uma boa ideia, Romeu. Estou em Pânico! — Tento prosseguir com o que estava fazendo - Vou para casa.

— Nada disso!

— Por favor! Fala que passei mal ou qualquer outra coisa — Imploro

— Não! Já adiei esse encontro demais, agora respira fundo e vamos terminar com isso logo.

Ele entrelaça nossos dedos e me conduz de volta para a casa na qual estava prestes a fugir há alguns segundos atrás. Cada passo que dava parecia que minha pressão baixava, comecei a respirar fundo e controlar para não desmaiar na frente dos meus sogros.

Respira Alicia, respira.

Entro na casa e ela realmente é aconchegante como transparece do lado de fora, é de dois andares. Sala é o primeiro cômodo e é bem ampla, e pelo jeito separado da cozinha. Na entrada vejo uma mulher de cabelos longos e liso castanhos, com um sorriso pelo que posso identificar é alegre, já que faz com que apareçam algumas rugas de expressão ao lado dos olhos.

— Você é a Alicia, como você é linda — ela se aproxima e me recebe com um abraço gentil.

— Alicia essa é minha tia Rose e esse é o meu Tio José.

O José é alto, careca e tem uma postura intimidadora, mas também está sorrindo e estende a sua mão.

— Prazer em conhecê-los — digo a ambos e com a minha voz trêmula.

Romeu me conduz até a sala e sentamos no sofá.

— O jantar já está quase pronto, enquanto isso podemos conversar — A dona Rose começa, com que acredito seja o início de um interrogatório - Alicia, o Romeu me contou que você se mudou recentemente para a cidade, me diz o que está achando daqui?.

Certo. Essa pergunta é até que fácil.

— Estou gostando bastante, no início foi estranho já que não conhecia ninguém, mas estou conseguindo me acostumar.

— E como se conheceram? Estava só enrolando para perguntar sobre isso — o senhor José solta uma risada, acredito que já tinha ideia que a esposa estava apenas esperando a oportunidade.

— Estudamos na mesma sala, então o Romeu foi insistindo na aproximação e começamos a namorar - Corto os detalhes

— Dei uma bolada nela na praça tia, essa foi a primeira vez em que a vi.

PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora