Aviso!
Esse capítulo contém o tema de ansiedade, abuso sexual, exposição, dependência emocional e tentativa de suicídio.
Em caso de gatilho, sugiro que não continue.
Para aqueles que vão seguir boa leitura!!
Acordo e escuto meus pais passando pelo corredor, vou em direção para pegar meu celular pra ver as horas e percebo que estou sem ele. Levanto e vou em direção a sala, vejo que é a hora de se arrumar para ir a escola, claro, se eu não tivesse de suspensão.
— Bom dia — Digo indo no filtro para beber um pouco de água
— Bom dia Filha! Ah antes que você tente, o celular está comigo — meu pai tira da mochila do trabalho meu celular — Então não perca seu tempo procurando no nosso quarto.
Fico ainda mais triste, pois esse era o meu plano.
— E o Notebook está no carro, então filha leia bastante e assista ainda mais a TV. Sorte que sua mãe te protege demais, por mim iria proibir o seu namoro.
— Ricardo! — Minha mãe repreende
— Ok! Vamos, se não iremos chegar atrasados — Ele pega a chave, abre a porta para minha mãe, se despendem e partem para o trabalho.
Sento no sofá sem acredita que os dias serão assim no puro tédio e sem ouvir a voz do meu irmão. Todos os dias de manhã eu escutava um áudio no qual ele estava me humilhando com todo o seu amor e agora tento repassar somente na minha mente para consolar o meu coração.
Fecho os olhos e deito no sofá e concentro nas lembranças. Quando ele jogou ovos podres que deixou enterrados, na minha cabeça, e depois ajudou a lavar meu cabelo, que na verdade não foi uma ajuda. Ele jogou sabão em pó.
Ah meu irmão você faz tanta falta e não acredito que você não está aqui comigo. Estou imersa nas minhas lembranças quando escuto alguém batendo na porta.
Quem pode ser essas horas? Teoricamente não tem ninguém em casa.
Ignoro e fecho novamente os olhos para concentrar novamente nas lembranças, mas uma voz me tira do transe.
— Alicia, abre rápido.
Levando imediatamente do sofá e corro até a porta.
— Você é louco? O que está fazendo aqui?
Pergunto para o idiota, coloco minha cabeça para fora para ver se alguns dos vizinhos estão vendo quem está batendo na porta sem que meus pais estejam.
Puxo ele pela gola da camisa e coloco para dentro de casa e fecho a porta atrás de mim.
— Você está com a mesma roupa de ontem? — Ele pergunta encarando o meu corpo.
Olho para minha roupa e lembro que não fui tomar banho, pois estava chorando horrores.
— O que veio fazer aqui Romeu? Devia está na escola. Meus pais acabaram de sair para trabalhar.
— Você acha que eu não sei? Eu estava de tocaia lá fora, não respondeu minhas mensagens — Ele usa um tom de preocupação.
— É parte do castigo, não posso sair também, somente para escola e trabalho e para ver você fora da escola somente aqui em casa.

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Perdida
RomansAlicia e sua família se muda para cidade mais populosa do país em busca de escrever uma nova historia e deixar o seu trauma no passado. Mas quando tudo parecia se encaminhar para melhor, a pessoa que mais ama precisa partir. O passado volta a atorme...