Capítulo 5

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É claro que com essa ligação o meu humor iria melhorar 100%.

- haha estou vendo você na frente do portão da escola, vamos da um role de carro?

O procuro em volta e noto que tem um Golzinho bola rebaixado e com umas musicas no ultimo volume que se meus pais ouvisse tiraria nossas tripas fora, desligo o telefone e retorno minha atenção para o Romeu.

- Romeu obrigado pelo seu cavalheirismo, mas já tenho carona para casa. Bom descanso e até amanhã –

Dei um tapinha nas suas costas ele não me respondeu, o deixei e segui em direção ao carro que estava chamando a atenção de todos.

Abro a porta sentando no banco do passageiro da frente, jogo minha bolsa no banco traseiro e regulo o banco e coloco o cinto.

- Quantas piranhas sentaram nesse banco essa semana? – Uso meu tom sarcástico

- O que? Mais respeito mocinha. Eu só saio com damas! Eu que sou o moleque piranha – Começo a rir, pois conheço muito bem o irmão que tenho.

– E me diz uma coisa, quem era aquele garoto? Alicia, você está se envolvendo com alguém aqui?

- Não – Digo com firmeza – Esse garoto quer minha amizade fico dando uns fora, mas parece que ele é insistente. Não se preocupe com isso.

- Alicia, não estou com ciúmes, só peço que você tenha cuidado dessa vez, não que você não pode se relacionar com ninguém – Me encara serio e abaixa o som, dessa vez ligando o carro e seguindo em direção ao nosso "role"

- Eu sei, é só... Prefiro ficar na minha – Sussurro somente para mim.

Micael suspira e fica em silencio em alguns segundos. Logo em seguida ele aumenta o som no ultimo volume que os vidros do carro estremecem com o grave.

- Essa foi inspirada em homens como eu – Ele diz sorridente, olho para ele e solto uma gargalhada o vendo cantando.

"ontem eu era o amor da sua vida, hoje eu sou um filha da..."

- Vou esperar você colocar essa musica no jantar de natal em casa, nossos pais vão apreciar o quanto poética essa musica é – Espero sua reação, ele simplesmente sorri e diz

- Alicia, tem musica para ocasião, é por isso que deixo as musicas separadas por pen driver, você acha que eu sou otário? – Volta a sua total atenção a estrada.

Com as musicas poéticas do meu irmão seguimos viagem , não pergunto o destino apenas curto o momento, o vento batendo no meu rosto até...

- Que cheiro é esse? – falo e em reação coloco a mão no nariz

- É o rio Tietê, ele bem é conhecido, mas diferente dos pontos turísticos ninguém gosta de passar por aqui – Ele diz fazendo uma careta para o cheiro.

- Como que as pessoas deixam chegar a esse ponto, essa cidade não tem dinheiro suficiente para recuperar esse rio? –

Pergunto curiosa, uma das maiores cidades do Brasil sofrer com tamanha poluição.

-Não sei dizer do bolso do governo do estado de São Paulo, mas algo me diz que não é só o governo que tem que arregaça as mangas, essa poluição não chegou nesse nível sozinho.

Analiso seu ponto de vista e concordo.

Se acontecesse de limparem esse rio, as pessoas iriam colaborar e parar de um dia para o outro de jogar lixo nesse lugar? Uma questão complicada e triste.

Alguns tempo depois noto que reconheço esse caminho.

- Estamos descendo a serra?! – E no mesmo momento fico eufórica sem acreditar.

PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora