- Vem cá boneca. - Juliette a pegou e colocou na cama.
Elisa deitou por cima de Juliette e lhe deu alguns beijinhos no rosto. Era natural delas, essa troca de carinho.
- O papai tava triste e veio acalmar ele? - ela disse inocentemente e Juliette sorriu.
- Eu estava triste pequena e seu papai me acalmou.
- O papai gosta de você igual eu, não é papai?
Eu fiz carinho no rosto da minha filha e lhe disse:
- O papai gosta da sua mamãe do coração como os príncipes gostam das princesas Elisa.
Ela olhou para nós dois e sorriu.
- Você entende o quê o papai tá falando?
- Que o papai é príncipe e a mamãe é princesa.
- Sim... E que o papai agora tem dois amores, você e a Juliette.
- Ah papai... Eu sei que vocês vão casar.
Elisa parecia satisfeita e fez festinha na cama. Juliette e eu nos olhamos cúmplices, nosso olhar falava muito.
Nessa segunda preguiçosa resolvemos não mandar a Elisa a escola. A deixamos brincar e ficamos juntos o dia todo. Cleonice foi também dispensada.
Quando nossa pequena dormiu, fomos para o quarto e nessa noite ficamos só no carinho.
- Será que a Elisa vai falar para alguém?
- Juliette não se preocupe, somos adultos.
- Mas eu ainda acho muito cedo.
- Eu estou apaixonado. Não quero viver escondido.
- Você não merece isso.
- Eu quero conhecer a sua família e levar a Elisa junto.
Juliette ficou um pouco triste.
- Não sei o quê meus pais vão dizer quando virem que eu vim trabalhar e acabei me envolvendo com o patrão, mas sei que eles não sentirão orgulho de mim.
- Seus pais não podem te recriminar e nem a mim.
- Estamos em pecado e eles são muito religiosos.
- Casa comigo?
- Rodolffo... Casamento é sério.
- Estou falando sério. Tenho plena convicção.
- Temos uma boa sintonia, mas casamento não é assim.
- Acho que ainda não estamos na mesma sintonia, mas um dia ficaremos.
- Por hora vamos ficar como estamos e do futuro cuida Deus.
As palavras de Juliette me deixavam um pouco inseguro, mas eu lhe daria tempo e esse tempo nos seria favorável.
...
Dois meses depois...
Tudo estava acontecendo rápido e eu sei que todos da família de Rodolffo sabem do nosso envolvimento, inclusive creio que Cleonice contou a minha mãe por que ela pareceu estranha e fria ao telefone.
Rodolffo tem anseios de viver tudo de uma vez e eu me pego pensando em como ele conseguiu tanto de mim. Hoje eu sei que a paixão me arrebatou, mas ainda tenho medo de sofrer.
Enquanto Elisa dorme, eu o espero no seu quarto e ele chega em minutos. Estamos dormindo juntos todas as noites que ele está em casa e nos finais de semana tenho ficado aqui direto.
- Oi princesa. - ele abrindo a porta. - Olha o quê eu te trouxe.
Era uma cestinha com vários doces e chocolates.
- E a cólica, está melhor?
- Estou sim. Quase não sinto.
- Hum... Isso é bom. Mas eu comprei o remédio certo e se quiser está aqui. Agora vou tomar um banho.
Depois do banho, ele veio me fazer massagem e tinha a melhor massagem da vida.
- Eu sinto muito... - disse enquanto ele massageava minhas costas.
- Pelo o quê?
- Você está há dois dias no hospital e me encontrar assim... Sei que não era seu desejo.
- Eu desejo estar contigo, sentir seu cheiro, o calor do seu corpo, isso é tão importante quanto fazer amor. Está tudo bem.
- Obrigada.
- Eu te amo. Nunca esqueça isso.
Rodolffo sempre demonstrava e falava de amor, mas eu só conseguia ouvir, externar ainda não.
...
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Os Caminhos (In)certos
FanfictionO quê reserva o destino para duas pessoas machucadas?