Os Caminhos (In)certos

26

Do outro lado do parque aquático estavam Juliette e Elisa.

- Mamãe eu tô cansada... - disse Elisa vindo ao meu encontro.

- Tá minha princesa? Então vamos sentar um pouquinho.

Elisa e eu estávamos jogando um pouco de bola, mas o sol nos cansou rapidamente.

Minha pequena fez questão de se sentar entre minhas pernas.

- Quando eu crescer quero ser igual a senhora mamãe...

Eu sorri e lhe dei um beijo no topo da cabeça.

- Você será tudo o quê quiser Elisa. O mundo é seu.

- Mas eu quero parecer igual com a minha mamãe. - ela disse isso se virando para mim.

- Tá bem amor, mas você é a cara do seu papai.

- Mas eu quero ter o cabelo grande assim. - ela tocou meus cabelos. - Ter até os risquinhos na barriga.

Eu achava engraçado o quanto ela achava bonito as estrias que tinha na minha barriga. Não é que elas me incomodassem, mas Elisa achava um máximo.

- A mamãe já te explicou o por quê dos risquinhos, lembra?

- Humrum. Eu lembro mamãe. - ela colocou a mão sobre a minha barriga e beijou em seguida na altura do meu umbigo. - É meu irmãozinho...

Comecei a chorar e ela me abraçou.

- Meus meninos iam te adorar Elisa. Vocês seriam bons amigos. Dois príncipes e uma princesa.

- Não chora mamãe. Pufavô.

- Mamãe só tem saudades.

- Mas tem eu aqui... E o papai também.

- Eu sei princesa. Obrigada por todo amor que me oferece. Eu te amo pequena.

Elisa me deu um beijo no rosto e sorriu. Era o sorriso que mais trazia paz aos meus dias.

...

Na parte do banheiro masculino.

- Está me perseguindo por um acaso?

- E se eu estiver?

Camila disse provocativa.

- Ótimo. Me dê motivos para te levar a cadeia, eu farei com gosto.

- Idiota. - ela disse com raiva.

- Escuta aqui, saia do meu caminho.

- Escuta aqui você... Acha que eu vou deixar que você viva a vida perfeita e que tenha a família perfeita as minhas custas.

- Como é?

- Eu quero a Elisa comigo. Fui eu quem a carreguei e a justiça não vai me negar a guarda dela.

- Isso é sério ou está louca?

- É seríssimo. Eu vou tirar a Elisa da sua companhia e da presença de uma mulher que não é nada dela.

- Você nem ao menos conhece a filha que tem. Elisa é apaixonada na Juliette, vê na minha esposa um exemplo, um porto seguro, uma mãe que ela nunca teve. Existe amor entre elas, muito antes que houvesse qualquer relação entre mim e a Juliette. Se você perguntar a Elisa com quem ela deseja ir, com certeza ela não escolhe nem a mim, muito menos a você Camila.

- Essa mulher está alienando a minha filha.

- Camila se você resolver entrar na justiça contra mim para me tomar a guarda da minha filha, vai se arrepender amargamente.