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Vi meu marido sair no seu carro e senti o coração doer. Eu não fui justa com ele e sei que isso é um traço da sua personalidade, Rodolffo odeia mentiras. Para ser sincera, nesse quase um ano de convivência, posso dizer que ele odeia até surpresas.

Olhei pelo rastreador do carro o percurso que ele estava fazendo e vi que estava a poucos quilômetros de casa. Não pensei duas vezes em ir atrás dele.

Fui até o quarto de Elisa e acionei a babá eletrônica, ela dormia profundamente e tive dó de acordar.

- A mamãe vai voltar com o papai minha princesa. - pensei antes de lhe ajeitar nos lençóis.

Elisa tinha feito recentemente aniversário e cada dia era mais inteligente e cheia de questionamentos. Sempre foi e continua sendo uma criança super inteligente.

Peguei o segundo carro e fui para onde Rodolffo estava. Assim que me aproximei, o vi encostado no veículo com os braços cruzados a olhar para o nada.

- Volte para casa Juliette. - ele disse firme e sem me olhar.

Eu não me afastei. Precisava convencer ele a voltar.

- Acha que é um bom lugar para estar a essa hora da noite? Rodolffo está frio.

Ele ficou calado e não me olhou.

- Me perdoe. - eu disse segurando seus braços e então ele me olhou, seus olhos estavam vermelhos. - Não fique assim e não me odeie.

- Nem se eu me esforçasse muito eu conseguiria te odiar e você sabe disso.

- Eu só evitei te contar por que sei que você não ia gostar.

- Independente do meu gosto ou do que você julgar que seja o meu gosto, não quero ser poupado de nada. Me sinto traído quando me escondem as coisas.

- Tudo bem. Eu juro nunca mais te esconder nada. - descruzei seus braços e me abracei a ele. - Só diz que me perdoa. - busquei seus olhos.

- Eu te amo, como não te perdoar? - ele segurou meu queixo. - É contigo que quero terminar os meus dias. Não me vejo sem você.

- E eu digo o mesmo. Não me imagino sem você. Sem o seu amor e o seu cuidado. Vamos para casa?

- Vamos.

Mas antes de ir demos um beijo apaixonado. Depois seguimos cada um em um carro para a nossa casa e lá tivemos uma noite de sono reparador.

...

- Mamãe... Mamãe... - Elisa amanheceu o dia pulando em cima de nós.

Juliette foi a primeira a despertar.

- Oi meu amor... O quê foi?

- Eu quero brincar muito hoje.

- Vamos brincar muito minha princesa.

- Papai, eu posso escorregar?

- Só comigo te segurando Elisa. Nada de pressa. E cadê o beijo do papai? A benção, cadê?

- Eu esqueci papai. - ela disse sorridente e juntos brincamos um pouco.

Juliette levantou da cama e foi até o banheiro. Eu estranhei a demora e a chamei.

- Está no banho amor?

Ela não respondeu e Elisa correu para ver a mamãe.

- Papai ela está vomitando. - Elisa disse alarmada.

Fui até o banheiro e busquei a causa daqueles vômitos.

- Acho que é por que não jantei ontem. As vezes tenho isso quando fico muito tempo sem comer.

- Ôh Juliette... Pelo o amor de Deus. Vou preparar o café da manhã.

Enquanto as meninas se arrumaram, eu fiz um lanche reforçado para nós. Depois de tudo pronto e de estarmos alimentados fomos a um parque aquático, que eu havia prometido a dias. Tudo estava muito divertido e Elisa era só sorrisos.

Mas numa ida minha ao banheiro, tive um encontro desagradável.

- Rodolffo... - Camila surgiu na minha frente.

...

Os Caminhos (In)certosOnde histórias criam vida. Descubra agora