29

113 23 6
                                    

No dia seguinte...

Cheguei em casa e tudo estava tão silencioso que me deu frio na barriga, mas não ao ponto de eu não ser surpreendido pela Elisa.

- Oi princesa...

Ela vinha devagar em minha direção e pude ver que escondia uma caixinha.

- Benção papai?

- Deus te abençoe... O quê tem aí?

- Tenho um presente meu e da mamãe.

- E cadê a sua mamãe?

- Está escondida ali.

Elisa não conseguia controlar a boca e eu gargalhei.

- Minha filha... Não era para dizer isso... - Juliette surgiu e usava um vestido floral. - Abre a caixinha amor.

Elisa me entregou a pequena caixa e ficou colada em mim para ver o quê tinha dentro. Eu já estava ciente do conteúdo, mas ao ver a foto da ultrassom, um desenho da Elisa e dois sapatinhos brancos, chorei de emoção.

- Você estava certo meu amor. Estou grávida e graças a Deus tudo parece bem com o bebê.

- Eu sou irmã mais velha agora.

Peguei Elisa nos braços, me juntei a Juliette e juntos demos um abraço apertado.

- Eu sou o homem mais feliz do mundo por que tenho vocês. Minha sorte, meu norte até o fim.

...

Meses depois...

A gravidez de Juliette foi incrível. Els esteve saudável e a nossa menina crescia muito forte, mas Juliette era sempre vidrada no tamanho da bebê.

- Eu acho que ela é bem pequena. Será que vai nascer desnutrida?

- Meu amor, tire essas coisas da cabeça.

- Eu tenho medo. É daqui a três dias Rodolffo...

- Ela pode contrariar e vir antes.

- Eu ando tendo muitas contrações de treinamento.

- Na última ultrassom ela estava encaixada.

- O meu filho tinha tudo para nascer normal, tive dores, mas não aconteceu.

- E se a Elizabeth quiser vir natural...

- Eu ia amar, mas e a laqueadura? Eu quero fazer.

- É possível ser feita dias depois. O plano não precisa ser abortado.

- Seja o quê Deus quiser.

Naquela noite Juliette lamentou muito da falta de posição para dormir e quando eu fui ajudá-la a ir no banheiro de madrugada a bolsa se rompeu.

- Rodolffo... - ela disse assustada.

- Calma. Vamos ter paciência por que se o pânico se instaurar, nem eu vou resistir. Sou médico, mas hoje eu sou apenas pai.

Expliquei a Elisa que íamos sair e voltar com a irmãzinha, o quê ela se animou imediatamente.

Seguimos ao hospital.

...

Eu sentia muitas dores e estava dilatando de forma natural. Rodolffo estava comigo e me dava todo suporte.

- Ah... Eu tô sentindo...

- Sentindo o quê?

- Vai nascer.

Eu estava de pé e foi naquele momento que senti a passagem da bebê e seu choro invadiu toda a sala. Rodolffo a pegou e logo estávamos com ela no colo.

- É tão linda... Tão perfeita meu amor.

Eu dei beijinhos e só soltei a pequena princesa quando a equipe médica a levou de mim. Foi um parto tranquilo e super natural, até a laceração foi mínima.

A amamentação foi nas primeiras horas de vida e eu tinha alimento para a minha bebê.

- Elisa está eufórica. Minha mãe quer trazê-la aqui, acha que é uma boa ideia?

- Claro. Trás ela aqui, a mamãe já tem saudades da minha princesa número um.

- Obrigada por incluir ela em tudo, desde sempre. Eu sei que no futuro isso será sempre lembrado pela Elisa.

- Ela não saiu de mim como a Elizabeth, mas ela é nascida no meu coração e nele terá morada eterna.

- Eu te amo muito.

- Eu te amo muito.

Ficamos a contemplar a nossa pequenina menina.

...

Os Caminhos (In)certosOnde histórias criam vida. Descubra agora