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Era irônico da parte do universo estar aprontando aquilo com Gael, era mais engraçado ele ter feito piada sobre o que plantava e minutos depois estar tudo queimado.

A porra de mais de 5 mil mudas de maconha foram reduzidas a cinzas.

Lembra daquela regra número um sobre ser um traficante? Você deve ser seu próprio fornecedor.

Chegou a hora de dizer a regra número dois, seja fornecedor de outros traficantes também.

Aquela era uma das formas de Gael estar no controle das coisas, deixava os outros na palma da sua mão e se uma coisa que ele odeia é ser feito de idiota pelos outros, mas a regra não é valida quando se trata dele fazer as outras pessoas de idiota quando preciso.

Marisa Cardoso provocou o pior dele naquele dia.

Gael tinha o péssimo hábito de querer estar sempre no controle de tudo, o afastamento dele da Infinity estava sendo quase sufocante e ele teve que insistir muito para participar de reuniões online com Beatriz, ele era do tipo de pessoa que preferia fazer o serviço do que pedir para outra pessoa, porque para dele, a pessoa não faria tão bem quando ele.

E isso foi um dos motivos que fez ele chegar onde estava hoje, sendo o número um da Infinity, ele sabia que era controlador, ambicioso e seria capaz de fazer a terra virar um inferno para ter o que queria.

Gael sentiu a raiva borbulhar dentro dele ao mesmo tempo, uma parte dele reconhecia a habilidade de Marisa em mexer com suas fraquezas. Com um suspiro pesado, Gael percebeu que não podia deixar que suas emoções o dominassem. Ele precisava manter a cabeça fria e encontrar um jeito de organizar toda aquela merda.

Foi por isso que em vez de gritar e ter o impulso de quebrar o primeiro vidro que visse pela frente, ele disse a Beatriz no outro lado da linha que em 20 minutos estava chegando e quando desligou, olhou para um Dante confuso e explicou a situação da maneira mais controlada que conseguiu e disse que precisaria da ajuda dele.

E foi assim que Gael foi para no porta-malas do carro de Dante.

- Tem certeza que você vai ficar bem aí? - Dante perguntou uma última vez, só para ter certeza, enquanto fitava Gael deitado em posição fetal.

- Melhor tá aqui do que no porta-malas do carro da polícia com você.

- Você tem um bom ponto.

- Eu sempre tenho.

- Convencido de merda. - Dante murmura já abaixando a porta, mas deu tempo de ver Gael mostrando o dedo do meio para ele.

Dante logo entrou no carro, colocando o cinto de segurança e deslizou os dedos pelo visor do GPS do carro, digitando o endereço da estufa que Gael tinha dito. Os olhos fixos na tela, ele respirou fundo, tentando acalmar sua mente que insistia que aquilo iria dar errado. Com um clique suave, o dispositivo traçou a rota, e Dante deu partida.

Foi dirigindo pelo caminho conhecido dos arredores da sua casa, que ficava bem-dizer no meio do mato, mas ele adorava aquele lugar.

Conforme se afastava da sua casa e seguia o caminho que nunca tinha passado antes, cada curva revelava uma nova paisagem.

Enquanto seguia as instruções do GPS, Dante pôde ouvir os pássaros que ecoavam pelos em meio das árvores que ladeavam a estrada.

As folhas das árvores se moviam com a brisa suave, e o sol dourado entre seus galhos, seria agradável se fosse uma manhã de sábado normal, o silêncio tranquilizador da natureza contrastava com a tensão que pairava dentro do carro.

Gael, no porta-malas, tentava se concentrar em ficar confortável, ele tinha 1,75 de altura, com certeza sairia dali dolorido e precisando se alongar, ele também tentava regularizar a respiração, caso contrário, ficaria sem ar.

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