Infinity | Romance gay

「 8 」

- Dante?

Gael sabia que era ele, nessa e em qualquer outra vida reconheceria Dante, mesmo num ambiente pouco iluminado em que eles estavam, ele tocou no ombro do outro e chamou pelo seu nome para ter certeza.

- Gabriel.

Ele se odiou assim que ouviu a voz do policial, se odiou pelo sentimento de saudade que se instalou no seu peito, mas isso não durou muito, aquela raiva e mágoa antiga voltaram como fossem um sentimento novo.

- Gabriel era meu nome de nerd, agora eu sou o Gael.

Dante quase sentiu seu olho tremer por não poder revirar os olhos, aquilo era mesmo uma referência a "Meu malvado favorito"?

- A gente precisa conversar, vai ser rápido.

- Eu quero você fora daqui agora, não me interessa o que você tenha pra falar.

Gael se virou pra ir chamar alguém para escoltar Dante pra fora dali, mas não conseguiu dar dois passos, Dante estava segurando seu braço.

- É assunto sério, me ouve.

- Me solta, porra! - Disse e começou a se soltar, querendo se afastar de Dante.

- Eles estão com seu nome, sabem onde você mora e vão colocar vigia nos próximos dias.

O traficante parou por alguns segundos, que porra era aquela? Dante acha mesmo que pode aparecer assim depois de anos e soltar informações?

- Eu vou colocar você pra fora daqui agora.

Dante solta um riso sarcástico e Gael olha para ele incrédulo.

- Não sei por que eu me dei o trabalho de me incomodar com essa situação e vim aqui te alertar, eu vou me arrepender por muito tempo por não deixar você se foder com a polícia.

Agora foi a vez de Gael rir, aquele homem na sua frente achava mesmo que ele acreditaria em algo que ele falasse? Ah, mas ele estava enganado, e a cada segundo a raiva aumentava, Gael estava prestes a ser consumido por aquele sentimento quando foi impedido de gritar, xingar e até mesmo agredir o policial.

Di Angeli estava procurando por Gael no escritório, saindo de lá achando estranho a sala estar vazia, e achou mais estranho ainda quando encontrou Gael e - pasmem - Dante no meio daquelas pessoas. Aquilo definitivamente não era bom, e antes que qualquer merda pudesse acontecer, ele decidiu intervir, se colocando entre os outros dois homens.

- O que tá acontecendo aqui? Dante, desde quando você vem aqui?

- Vim aqui avisar ao Gabriel que a polícia tá atrás dele, mas ele não quer ouvir, então já tô indo embora.

- Não quero ouvir suas mentiras, você trabalha com eles, isso com certeza é um joguinho. - Gael diz, se preparando para dar as costas. - Di Angeli, bota ele pra fora daqui e cuida pra ele não conseguir entrar mais.

- Não precisa me chutar pra fora daqui, eu vou por vontade própria, mas devolve o dinheiro que eu gastei pra entrar aqui.

- Vai sonhando que o Pix vai chegar. - Gael falou e mostrou o dedo do meio para o policial, saiu de lá com um sorriso falso no rosto.

O traficante pensou em voltar para o escritório, mas logo se sentiu claustrofóbico em se trancar naquela sala, ele tentou não se sentir abalado pelo que acabou de acontecer, foi até o bar e pediu a bebida mais forte dali, tomando dois shots seguidos que desceram ardendo a garganta, porém, aquilo não importava, contanto que tirasse aquela sensação de desconforto que ele estava sentindo, estava tudo bem.

Odiava o fato de se sentir daquele jeito por causa de Dante, odiava Dante e como não estava preparado para vê-lo mesmo depois de anos.

Gael deixou o bar para trás e foi em direção à saída dos fundos do prédio, os clientes não tinham acesso aquela parte e ir até a saída principal naquele momento seria trabalhoso demais, e ele não estava com cabeça para aquilo. Quando o vento gelado da noite entrou em contato com a sua pele, ele se sentiu mais aliviado.