「 4 」- Infinity: depois do fim

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- Fui mais um em suas mãos, não sei se por carência ou falta de opção. - Gael cantava a letra. - Só sei que eu senti amor, que pena só eu senti amoooor.

Ele estava na cozinha, preparando o jantar, mas seus movimentos eram bruscos, refletindo a irritação que sentia, estava praticamente esfaqueando a cebola e assassinando o tomate. Dante entrou na cozinha, seus olhos já procurando uma desculpa para iniciar a conversa que sabia que terminaria em briga.

- Dante, você pode, por favor, voltar para onde você estava e me deixar sozinho no meu espaço? - Disse Gael, tentando manter a calma e era incrível como ele ficava educado quando estava com raiva, Dante conhecia aquele homem muito bem.

- Qual é o problema? - retrucou Dante, sua voz cheia de frustração e cruzou os braços na frente do corpo. - Eu não de verdade, não estou te entendendo, será que tudo que eu faço te irrita tanto assim?

- Eu preciso de espaço, tá legal? Eu quero ficar sozinho, ouvindo minha música e sofrendo em paz! - Gael respondeu, largando a faca na tábua de corte com um barulho alto.

- Então eu que tô te fazendo sofrer? Você tá assim comigo faz três dias e eu nem sei o motivo.

Gael já tinha até um plano em mente, caso ele e Dante se separassem, em relação à guarda das crianças, que dizer, dos cachorros, ele levaria Melo consigo porque o doguinho mais velho estava há mais tempo com Dante.

E Dante sentiria mais falta dele. Ou seja, era um plano de Gael fazer Dante sofrer mesmo que aquilo lhe doesse.

- Em qual universo paralelo, que é bem distante desse aqui, você acha que Beatriz não iria me ligar aos berros me xingando por seja que diabos eu fiz pra você estar tão na merda que ficou podre de bêbado ontem? Ou talvez você não achava que ela ligaria para a sua mãe que ligou pra mim tentando agir normalmente e com um tom de voz simpático e acolhedor, ela ameaçou acabar com a minha raça se eu tivesse feito alguma coisa muito grave a você? - Dante falou casualmente. - Vai dizer que não imaginou que Theo, Helena e Di Angeli viessem aqui tão bravos que Di Angeli estava pronto pra me fazer de saco de pancadas?

Gael não disse nada, apenas fitou o seu marido.

- Eles fizeram tudo isso e eu nem se quer estava entendendo o motivo de tudo isso.

- Já acabou o discurso?

- Não acabei não, espera aí, você tá assim porque eu cortei o cabelo?

Gael ainda estava de luto pelo cabelo cortado de Dante, ele era tão apaixonado por aqueles cachos cor de chocolate, estava há uns cinco centímetros de chegar no ombro quando Dante resolveu cortar, deixando curto.

- Mas você estava tão lindo! - Gael não se conteve e falou.

- Eu já estava cansado de ter cabelo caindo no meu olho o tempo todo! E vai crescer de novo, não aja como eu tivesse ficado careca.

Gael solta uma risada ao imaginar e recebe um olhar indignado do marido que estava emburrado.

- Não faz essa cara pra mim, eu que estou bravo aqui, muito bravo por sinal. - Gael diz.

- Por causa do cabelo, que patético.

- Olha aqui, Dante. - A voz de Gael assumiu um tom sério, ele olhou com firmeza para o marido e apontou o dedo indicador para ele. - Eu admito que exagerei sobre o lance do corte, e só fiquei irritado alguns minutos por causa disso, mas você me fazer de idiota já é outra história, acha mesmo que eu não sei que você me deixou na mão duas vezes no almoço essa semana pra se encontrar com uma tal de Anna?

Dante suspirou profundamente, esfregando as têmporas como se tentasse afastar uma dor de cabeça que nem tinha chegado.

- Eu sabia que isso ia dar em merda. - Ele murmurou, mais para si mesmo do que para Gael.

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