PARTE TRÊS: DOCE“Hoje eu acordei tão cedo, pra falar que eu quero abrigo, mas não posso ser seu.”
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Gael pôde jurar que aquele seria seu fim, estava a um passo de surtar e entrar em pânico.
A cozinha estava um caos, louça suja e a fumaça tomava conta do ambiente e o detector apitava sem parar, se essa cena tivesse uma trilha sonora, seria a Olivia Rodrigo gritando "Like aaah" na música "All-american bitch".
Vinte minutos antes, a cozinha estava limpa e perfeitamente arrumada, Gael teve a incrível ideia de cozinhar, e lá estava ele com um avental amarrado na cintura, conferindo no celular que tinha pego todos os ingredientes, não era difícil, mas pra quem não sabia cozinhar quase nada, frango ao whisky daria um trabalho e tanto.
Ele havia organizado todos os ingredientes sobre a bancada, cada um em seu lugar, se sentindo a própria Ana Maria Braga, mas não tinha um papagaio e sim um cachorro que tinha sumido, enfim, ele pegou a panela e outros utensílios. Ah, ele estava tão confiante que daria certo, porque quando ele viu o vídeo da receita pensou "Eu sei fazer isso".
Ele começou cortando o peito de frango em pedaços e os temperou com sal e pimenta, em seguida, aqueceu a frigideira, derreteu a manteiga e colocou os pedaços de frango para dourar como o modo de preparo mandava. Até esse momento tudo estava bem.
Ao sentir o cheirinho bom do frango dourando, Gael pegou o whisky e, com um pouco de hesitação, despejou na frigideira, pronto para o momento de flambar. O fogo subiu, iluminando a cozinha por um breve segundo, mas ao invés de um flambeado como nos programas de culinária, as chamas se espalharam rapidamente.
Foi então que o pânico se instalou, Gael quase tropeçou nos próprios pés quando tentou pegar a tampa da frigideira no armário pra poder apagar as chamas, mas o whisky ainda queimava, o creme de leite e a mostarda que estavam abertos na bancada e prontos para serem adicionados a receita foram derramados no meio da confusão.
A cozinha se encheu de fumaça densa, fazendo os olhos de Gael lacrimejar e ele começar a tossir, o detector de fumaça começar a apitar, a fumaça já cobria o teto, deixando a cozinha cinza
Gael, quase surtando e sem saber ao certo o que fazer, pega o celular e liga para Dante.
- Já percebeu que você só liga pra mim quando alguma coisa ruim tá acontecendo? - Dante diz assim que atende, em um tom de divertimento.
- Eu vou morrer. - Gael consegue dizer e a fala é seguida por uma tosse.
- O que porra tá acontecendo? - A voz de Dante agora soava séria e preocupada.
- Tem fumaça por toda cozinha quando você voltar pra casa vai me encontrar morto aqui no chão! - Esse pensamento faz Gael querer chorar. - Meu deus, eu ainda sou tão novo, se eu escapar vivo, prometo nunca mais roubar os produtos caros do Dante.
Gael falou a última parte para qualquer força superior do universo que o tivesse ouvindo.
- Puta merda, calma, abre todas as janelas e portas, cobre o rosto com algum pano pra não respirar a fumaça.
E foi como se uma chave tivesse sido virada na mente de Gael, ele estava tão afobado como aquela situação que não conseguiu pensar em nada, mas então fez o que Dante disse e desligou o fogão.
A cena era de total caos: ingredientes espalhados, a frigideira ainda soltando fumaça, e o detector de fumaça continuava a apitar sem parar.
- Deixa o vento circular, vai pro quintal e só entra quando a fumaça estiver saído quase toda, vou te falar como desativar o detector de fumaça.
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Infinity | Romance gay
RomanceDante é um policial cansado da sua profissão, foi infiltrado para descobrir sobre a "Infinity" depois de seis meses afastado da corporação, segredos serão encobertos e o passado voltará como uma memória do presente. Gael é um traficante conhecido de...