「 1 」- Infinity: depois do fim

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Dante definitivamente estava ficando irritado.

Fazia mais de uma hora que Gael e Dante estavam no supermercado e não estavam nem na metade das compras.

Seria bem mais fácil se eles dividissem a lista, cada um fosse para um lado e logo as compras estariam feitas, mas não! Gael fazia tudo conforme seus pensamentos impulsivos mandavam e pegava os primeiros produtos que via pela frente para terminar logo, pagar e se mandar dali, ao contrário de Dante, que gostava de marcas específicas e fazia questão de ler os valores nutricionais de cada produto.

Então a função de Gael era basicamente empurrar o carrinho, revirar os olhos e se distrair com alguma embalagem de doce que também era um brinquedo e decidindo rapidamente que compraria. Enquanto Dante escolhia os produtos e traduzia alguma palavra ainda desconhecida, no Google tradutor.

E por mais que Gael achasse entediante ir ao supermercado e Dante reclamasse sobre o marido ficar tocando em tudo e como tinha micro bactérias, eles não deixavam de fazer aquilo juntos.

- E essa? - Gael pergunta, movendo os braços que antes estavam apoiados no carrinho e esticando a mão que estava o celular, mostrando a imagem de uma tatuagem em casal para Dante, eram dois peixes carpa, um em tinta preta e outro vermelha, nadando em direções contrárias.

- Eu já te falei o que eu acho sobre tatuagens em casal. - Respondeu Dante.

- Vai ser os peixinhos ou você vai tatuar o meu nome no peito, com um coração.

O que era mais divertido do que irritar o Dante? Nada.

- Não me olha com essa cara, Dante! É uma prova de amor, um símbolo do seu amor por mim.

- E se por acaso, eu tatuar o seu nome, o que você vai fazer como símbolo do seu amor por mim? - Dante pergunta, tentando imitar a voz de Gael ao repetir a frase dele.

- Eu pensei em um textinho, até decorei. Tenho espaço o suficiente nas costas pra fazer essa. - Gael diz enquanto empurra o carrinho, entrando em outro corredor, ele pigarreia para limpar a garganta antes de prosseguir:

- Dante, - Ele faz um sotaque italiano, acentuando o "e" no final, tinha ficado encantado em como os italianos falavam o nome do marido, quando eles foram para lá. - tenho sorte de ter você todos os dias na minha vida, você é o chocolate do meu bolo de cenoura, o seu bolo favorito, você é a outra metade da minha laranja, o sol que ilumina meus dias e a estrela das minhas noites, cada momento ao seu lado é um presente, e eu não trocaria isso por nada neste mundo, quero envelhecer ao seu lado, ver nossos cabelos ficarem branquinhos, por mais você já esteja cheio de fios brancos e pinte secretamente, você é o meu xuxuzinho. Eu te amo.

Gael segura a mão de Dante, os olhos transmitindo emoção e com um sorriso apaixonado no rosto, Dante riu, e foi como se toda a sua irritação nem tivesse existido, ele amava demais aquele homem e as loucuras dele pra ficar irritado com ele por muito tempo.

- Se não fosse tão brega, eu acreditaria.

- Como assim brega? Você não gostou? Eu já fiz! - Gael diz, tocando a parte das costas coberta pelo moletom onde ele teria feito a tatuagem.

Dante tira os olhos do celular, solta um "tá de brincadeira?" e puxa o moletom de Gael o suficiente pra ver se tinha aquele texto horroroso tatuado ali. E no fim, não tinha nada, mas se uma coisa Dante aprendeu nessa vida, era não duvidar das loucuras do seu homem.

- Viu só? Eu te conheço, Gabriel, você não me engana.

- Chato, só tava tentando me divertir. - Gael coloca a caixa de cereal que o marido tinha empurrado em suas mãos no carrinho. - Já que você não gostou dessa, eu faço o seu nome no cóccix.

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