Dante sabia que uma hora ou outra, iria enlouquecer por causa daquele homem.
Para ser mais específico, por causa do seu homem, o mesmo com quem ele tinha se casado, aquele que usava uma aliança de ouro no dedo idêntica a sua e o deixava com frio de noite por puxar todo o cobertor para si.
Naquele dia, Gael estava impossível.
E isso significava provocar Dante toda vez que passava por ele, tocando a sua bunda discretamente e sussurrando palavras sujas em seu ouvido, tudo isso durante o horário de trabalho.
Eles administravam o coffeeshop juntos, Gael lidava cem porcento com os números, afinal, seu diploma em engenharia química tinha que servir para alguma coisa, já Dante falava um holandês melhor, isso facilitava na comunicação com os funcionários e clientes quando necessário.
E no mesmo dia, Dante estava cobrindo uma funcionária que faltou por ter adoecido, isso quer dizer que ele tinha uma bandana preta em seus cachos rebeldes e maiores do que costumava ter no Brasil e um avental amarrado na cintura, anotando pedidos ou equilibrando bandejas. Era um trabalho bem simples e mesmo assim ele se sentia mais feliz do que foi em anos sendo polícial.
Localizados em uma rua movimentada de Amsterdã, entre canais e ciclistas apressados que andava por toda cidade, tinha a porta de vidro com um discreto letreiro em neon que dizia "Oneindig". O aroma inconfundível do lugar era o da maconha que se misturava ao cheiro de café recém-moído.
A loja passava uma sensação acolhedora, com luzes suaves que criam um ambiente íntimo e descontraído.
A decoração é uma mistura de elementos modernos e antigos: paredes decoradas com murais coloridos, sofás confortáveis e mesas de madeira rústica. Músicas aleatórias tocavam ao fundo, no canto, alguns clientes conversavam animados, enquanto outros estão concentrados em seus celulares, notebooks ou livros.
No balcão, um funcionário simpático atendia os clientes, atrás dele, um cardápio digital detalha uma variedade de produtos de maconha, cada produto tem uma breve descrição de seus efeitos e níveis de THC e CBD, basicamente, o quão chapado você ia ficar ao comer aquelas coisas.
Tudo ocorreu bem durante o horário de trabalho, exceto pelas provocações, claro, no fim do expediente Dante já estava em seu limite, ele não via o marido fazia cerca de uma hora, o mesmo estava trancado no escritório e concentrado em planilhas.
Dante dispensou rapidamente os funcionários assim que os últimos clientes saíram da loja, eles insistiram em ajudá-lo a organizar tudo antes de fechar, no entanto, Dante disse que daria um jeito.
Ao saírem, ele trancou a porta principal e fechou as persianas, deixando apenas as luzes necessárias acesas, tirou a bandana dos cabelos e desamarrou o avental, jogando no balcão e seguiu até o escritório, abrindo a porta bruscamente e sem rodeios antes de entrar.
Gael arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso de lado, vendo o quão puto Dante estava, ok, se ele dissesse que não esperava isso, ele estaria mentindo, foi exatamente o que ele esperou o dia todo.
- Você não pode fazer isso de novo. - Dante diz, sério e cruzando os braços na frente do corpo, empurrando com o corpo que fechou em um clique.
- Fazer o que, exatamente?
- Não se faz de sonso, Gabriel. Fica sussurrando aquelas coisas pra mim o dia inteiro.
- Ok, desculpa. - Gael diz, suspirando derrotado. - Da próxima vez eu falo alto e em holandês que toda vez que eu chupo suas bolas você goza rápido.
- Vai se foder, porra. - Dante desencosta da porta e vai se aproximando do marido, que estava sentado na cadeira do escritório, se balançando levemente de um lado para o outro. - Não é tão rápido assim.
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Infinity | Romance gay
Roman d'amourDante é um policial cansado da sua profissão, foi infiltrado para descobrir sobre a "Infinity" depois de seis meses afastado da corporação, segredos serão encobertos e o passado voltará como uma memória do presente. Gael é um traficante conhecido de...