Minha luz. | Filipe Ret.

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Um mês e quatorze dias se passaram desde o dia do planejamento com o Diogo. Muita coisa mudou aqui dentro dessa casa, Matheus passou a chegar mais nervoso e estava com uma idéia de irmos morar em outro lugar.

Diogo me explicou que ele estava assim porque a polícia estava fazendo buscas por quase todas as florestas e uma hora chegaria aqui. Eu não aguentava mais fingir estar gostando de tudo aquilo, então voltei a tratar ele normalmente, mas o mesmo acabou percebendo e achou muito estranho.

A três dias atrás, ele chegou e queria me beijar, eu obviamente neguei e isso o fez ficar furioso e me amarrou novamente.

Estava cansada, perdi muito peso de lá pra cá, não comia nada que vinha dele, então o Diogo comprava algo pra mim no caminho e me entregava pela manhã.

Ele é um anjo, vou fazer de tudo pra ajudar a irmã dele, só tenho agradecer por ter sido ele o responsável por mim aqui nessa maldita casa.

O meu peito pesa mais e mais todos os dias pela saudade de todos, minha família, minha casa.. as meninas da minha live, tudo!

Meus nervos estão a flor da pele, hoje é véspera da minha tão esperada volta, estamos agora eu e o Diogo planejando mais ou menos em que hora podemos começar a agir na madrugada.

Diogo - hoje a partir da meia noite não estaremos mais aqui.- ele coloca uma roupa preta em cima da mesa.- emilly, presta bastante atenção. Essa roupa é sua e eu vou deixar um radinho pequeno com você para irmos conversando sobre o que pode fazer ou não, ok?

- ok.- escutava tudo atentamente.

Diogo - eu trouxe aqui comigo uma faca de pequeno porte e um grampo pra voce abrir a porta.- ele coloca o resto das coisas em cima da roupa.- eu sempre saio cedo, mas hoje vou ficar aqui até meia noite para poder encerrar o contrato e assinar os papéis.

- certo, mas e se os outros guardas chegarem antes?

Diogo - não se preocupe com isso, eles vão chegar vinte minutos depois, esse é o tempo estimado de lá pra cá.- ele me encara com o semblante sério.- não é fácil chegar até a cidade emilly, a floresta é gigante e tem apenas uma rodovia que leva até a cidade mais próxima.

- o que eu faço então? e se caso eu me perder?

Diogo - escuta, assim que eu sair dessa casa, vai ser meia noite.- ele fica em pé.- no momento em que eu estiver saindo, eu vou bater palma duas vezes, esse é a nossa forma de contato, quando você escutar isso, desamarre as cordas e espera uns cinco minutos para abrir a porta.

- por que cinco minutos?

Diogo - ele já vai ter ido pro quarto, muito cuidado pra não fazer nenhum tipo de barulho, nem um ruído, por favor! Se não ele vai abrir a porta e pegar você, dessa forma não vou poder mais ajudar. Tenha em mente que é caso de vida ou morte, mas fique calma acima de tudo.

- você falando dessa forma não me deixa calma.- cruzo os braços.- e depois que eu sair da casa?

Diogo - vá para o lado direito da casa e apenas siga reto, somente reto! Você vai parar na rodovia e seguir reto pelo lado direito. Eu vou estar lá esperando, mas caso eu não esteja, você já sabe oque fazer.

- Estou nervosa, muito nervosa.

Diogo - mantenha a calma e coloca a sua família em sua mente, amanhã mesmo pode já estar com todos eles.- ele sobe para o quarto com todas as coisas e eu o acompanho.- tudo ficará aqui em baixo do colchão, por favor enquanto ele estiver aqui, fique deitada por cima pra ele não ver nada.

- tudo bem, eu fico.

Diogo - estou torcendo por você emilly, vai dar certo!

- obrigado pela ajuda, você é um anjo enviado por Deus.
Conto com você hoje a noite.

Diogo - certo.

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