Minha luz. | Filipe Ret.

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emy

Estava dormindo em paz, até sentir meus pés serem puxados por uma mão extremamente gelada. Só pode ser um cadáver, não é possível.

Sentei na cama e abri os olhos de imediato, enxergando a silhueta de uma mulher com uma barriga grande.

- puta que pariu hein, só falta enterrarem você.- agarrei a coberta e fiz ela dar uma volta nos meus pés.

Amanda - vira essa boca pra lá! minhas mãos estão geladas porque acabei de lavar a louça que tinha aqui.- Tento ir para de baixo da coberta mas a mesma puxa de mim.- sai dessa cama, vai hibernar.

- não tem coisa melhor pra fazer?

Amanda - do que incomodar você?.- pergunta e cruza os braços.- não. E aliás, cadê o ret?

- não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe.

Levantei da cama e fui para o banheiro fazer minha higienização. Só em pensar nele já me dava uma coisa estranha no peito.

Amanda - vixi, oque aconteceu?

- coloquei ele pra fora de madrugada.

Amanda - pra fora de casa?.- pergunta incrédula.

- lógico.- sequei o rosto com a toalha e fui para a frente do guarda-roupa.- acho que ele tem outra mulher.- confesso.

Amanda - o que?! assim, do nada?

- claro que não é do nada né. Eu tenho motivos.

Amanda - quais?

- depois que vocês foram embora, ele começou sair com frequência de casa e demorando muito tempo na rua.- calcei os chinelos e saímos do quarto.- e sabe oque é melhor? as desculpas esfarrapadas dele, hoje de madrugada ele chegou tarde, deu uma desculpa que estava na casa do poze. Quando eu fui ligar, ele me impediu e isso é confessar que não estava lá.

Caminhamos até a cozinha. Amanda pegou os pães e colocou na mesa, tocar nesse assunto me fez perder o apetite.

- se ele não estava no poze como ele disse, onde estava?

Amanda - eu não acredito nisso, você deve estar se precipitando emy. O ret é louco por você.

- talvez a "loucura".- fiz aspas com os dedos.- tenha passado.

Amanda - pra uma pessoa que chorou, quase morreu de fome e desidratação quando você sumiu, é bem difícil a loucura passar.

- ele pode ter ficado daquela forma pelo simples fato de achar que eu tinha sumido por culpa dele, ué.

Amanda - eu posso falar com ele?

- nem pensar! Deixa dessa forma.- vejo ela abrir o Instagram e logo escuto a voz do ret saindo do seu celular.

Amanda - ele lançou a "nós combina" puta que pariu, essa música tá muito perfeita.- seu sorriso se desmancha quando ela enxerga minha expressão nada boa.- desculpa! Sabia que ele disse pro lennon que fez essa pensando em vocês dois?

- e eu com isso? Deve estar pensando na outra agora também.

O celular da Amanda acende a tela, indicando uma ligação do lennon, ela se afasta por uns segundos e logo volta eufórica.

Amanda - emilly. Respira, respira fundo.- senti minhas pernas fracas, que merda aconteceu?

- fala logo!

Amanda - o lennon disse que viu o ret entrando em uma casa lá no Leblon, acompanhado de uma mulher.

Fiquei paralisada, não conseguia expressar oque estava sentindo. Uma mistura de ódio e tristeza preencheu o meu peito no mesmo instante. Puta merda, então é isso mesmo? Ele está com outra?

- tem certeza que era ele?.- sento na cadeira, me sentindo meio tonta.

Amanda - é lógico, cê acha que o lennon ia vim falar sem ter certeza que era ele?!.- sinto suas mãos em cada lado do meu rosto, fazendo eu a encarar.- vou pedir o endereço pra ele e a gente vai lá, você não precisa fazer nada, eu mesma mato os dois.

- tá ficando maluca? ninguém vai matar ninguém.

Amanda - então você vai fazer oque? ficar aqui sentada enquanto toma chifre até pelo rabo?

- e se for só uma conhecida, sei lá.

Amanda - porque caralhos ele levaria uma conhecida para uma casa?

Suspiro derrotada. Realmente preciso fazer algo, e vai ser agora.

- primeiramente: vai se ferrar.- levanto da cadeira e corro pro quarto, só preciso trocar de roupa.- segundamente: pede o endereço pro lennon, vou acabar com a festinha dele e fazer ele engolir esse anel.

Amanda - eu cuido da mulher, por favor! Minha mão tá coçando de vontade.

- tanto faz, só liga pro lennon logo, por favor. Quero chegar a tempo.

Amanda - tá bom.

Escuto ela sair do quarto. É hoje que eu pego você no ato ret, pode ser a pior cena da minha vida, mas eu preciso ver para crer. Estava sentindo mil sensações, preciso me acalmar, não vai fazer bem para o bebê, a criança não tem nada a ver com isso.

Amanda - consegui! Bora?

- você dirige.

😬