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emy

Abri o papel, evidentemente era sangue mesmo, o que me apavorou mais, era uma foto do ret saindo do prédio, no momento em que ele estava indo para o Studio. Isso indicava que essa pessoa que está me ameaçando, estava na frente da minha casa o tempo todo.

Amanda - mas que merda é essa?!.- ela correu até a janela.- não tem nenhum tipo de carro suspeito.

- ah, pelo amor de Deus né, você acha que o cara ou sei lá, vai vir com aqueles carros luxuosos e vidros pretos?.- ela assente.- isso não é um filme Amanda, a pessoa pode estar até naquele uno alí.

Amanda - aí eu vou rir dele, carro feio do cacete.

Revirei os olhos não dando muita atenção para oque ela dizia e voltei minha atenção para a carta.

- é a mesma mensagem de sempre, que inferno!

Bati minha mão com força sobre a mesa.

Amanda - vamos denunciar!

- não. Faz o seguinte, liga pra mãe e vê se está tudo bem com ela.

Ela me oferece uma cara rabugenta e depois faz oque eu pedi.

Preciso pensar!

Quem iria me querer tanto longe do ret e ainda ter o tempo livre pra ficar tirando fotos, como se fosse divertido?

"Agatha?" pensei roendo a unha.

Ela era o centro do meu pensamento quando lembrei da menina que a mulher do grego colocou pra fora do baile.

- Amanda!.- chamei e ela veio quase correndo.- você sabe o nome da menina que a Letícia colocou pra fora do baile? lá na rocinha.

Amanda - Beatriz.- ela me encara.- você acha que pode ser ela?

- eu não sei! estou pensando entre ela e a Agatha.- bufo impaciente.- ou talvez seja alguma fã mesmo.

Amanda - não importa quem seja emy, precisamos denunciar.

- não, o que a polícia vai fazer se pegar a pessoa e tiver outros junto? vai ser mais um motivo pra acabar comigo.

Amanda - que merda você está pensando em fazer então?!

- você sabe que eu sou formada em criminologia né?

Meu pai era policial militar e eu sempre levei ele como exemplo em tudo, era um homem bom e muito apaixonado pela sua profissão. Ele fez eu me apaixonar também pela sua profissão por causa de todas as histórias que ele me contava, minha mãe não gostava, por que ela dizia que eu era igualzinha a ele, quando colocava algo na cabeça, ninguém tirava mais.

Estudei muito e me formei em criminologia, quando ia finalmente exercer a minha profissão, ele acabou falecendo em uma trocação entre facções que tinham na minha cidade.

Entrei em luto por tempo indeterminado, não saia, não me alimentava direito e só queria chorar e dormir.

Depois de muito tempo, a Amanda e a minha mãe conseguiram me tirar aos poucos do buraco em que eu estava.

Comecei a reagir, saía algumas vezes de casa pra comprar livros, porque na minha cabeça, ler me levava para um universo paralelo, onde eu fugia da minha realidade, que era a tristeza pela perda. Depois não quis mais saber da minha própria profissão.

Amanda - sim, não me diz que você quer resolver isso.- ela fica boquiaberta.

- então eu não digo.- caminhei até o meu quarto e abri um cofre que tinha escondido, lá dentro estava a arma que o meu pai deixou pra mim quando eu me formasse.- aí está você.

Amanda - deixa isso aí emilly.

- porque você tem tanto medo assim de armas?.- pergunto ainda olhando para a arma na minha mão.

Amanda - não é da arma e sim de você.- ela suspira.- você fica igualzinha o seu pai.

- bobagem.

Guardo a arma no cofre de novo, se eu tiver que usá-la, não vai ser agora.

- sai do meu quarto vai, chatona.- vou empurrando ela até o lado de fora e descemos pra sala juntas.

Amanda - quero ajudar.

Ela se pronunciou, chamando minha atenção.

- você não consegue nem ficar com o bico fechado.

Amanda - eu juro que vou ser prestativa.- ela junta as mãos em frente ao rosto.- por favor emy!

- tá!.- suspirei derrotada.- me ajuda fazendo oque eu peço, pode ser?

Amanda - sim! pode ser.- começa a saltitar.- ai que legal, eu pareço aquelas mulheres do FBI.

- sua imaginação é bem fértil hein.

O ret entra pela porta minutos depois e eu encaro a mulher na minha frente.

- bico calado!

Amanda - ta bom.


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Minha luz. | Filipe Ret. Onde histórias criam vida. Descubra agora