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emy

Acordei com a claridade do sol que passava por de baixo da porta e dei um pulo da cama, precisava falar com o Diogo.

- bom dia diogo.

Diogo - bom dia, senhora.

- como foi com a sua mulher ontem?

Diogo - você estava certa, as flores ajudaram.

- que bom.- sorri satisfeita.- sobre ontem ainda.. é.. você iria dizer algo quando o Matheus chegou né? o que era?

Diogo - eu quero poder te ajudar.

como? do nada?

- por que agora, do nada?!

Diogo - deixa eu tentar explicar, eu trabalho para o senhor Matheus a um bom tempo, mas nunca fiz trabalhos dessa forma, ter que manter uma pessoa presa.- ele abre a porta.- isso é desumano, eu só aceitei porque não tinha outra saída pra ajudar minha irmã.

- mas você já pagou tudo pra ela?

Diogo - não, é aí que você entra, eu não aguento mais vir pra cá e ter que fazer esse tipo de coisa, enquanto lá fora tem milhares de pessoas chorando por você. Eu te ajudo a sair e você paga o tratamento dela.

Estou confusa e se eu aceitar e for uma armadilha? mas e se ele estiver realmente disposto a ajudar?

O que eu faço?!

Quer saber? vou concordar, se der errado não vai fazer diferença, já estou na merda.

- ok, eu aceito!.- o sorriso cresce em seu rosto.- podemos ir hoje já?

Diogo - infelizmente não, a senhora não sabe, mas lá fora está cheio de pessoas iguais a mim cuidando a casa.

Puta merda, não acredito.

- é brincadeira né?

Diogo - não, é verdade.- ele desce até a cozinha e eu o sigo.- olha lá.

Ele apontou pela janela para um homem moreno, o rapaz estava parado com suas duas mãos juntas em frente ao corpo, roupas pretas e parecia ter uns dois metros de altura.

- misericórdia, tem mais dele?.- perguntei incrédula e ele assente.

Diogo - muito mais.- diz e senta na bancada.- mas tem uma forma de sair.

- qual?

Diogo - somente depois de um mês e meio, dia quinze.

Fico boquiaberta. É muito tempo!

- é muito tempo diogo!.- apoiei as mãos no rosto.- e porque específicamente esse dia?

Diogo - todos temos o mesmo contrato, o nosso acabara dia  quinze e depois entrará outros guardas e é nessa hora em que você vai agir, nesse meio tempo.

- e se eu não conseguir?

Diogo - não se preocupe, vou ajudá-la! Só precisamos ir planejando tudo certinho sem o Matheus saber.- ele encara minhas mãos.- ele deixou você sem as cordas né? isso é bom, porque eu ia deixar você sem elas hoje.

- tá, espera, deixa eu ver se entendi.- respirei fundo.- você vai me ajudar a sair daqui e em troca eu pago todas as coisas necessárias para a recuperação total da sua irmã, é isso?

Diogo - isso mesmo.

Eu sabia! Eu sabia que Deus iria enviar um anjo para me ajudar.

Mal conseguia conter a alegria dentro de mim, eu vou voltar pra casa!

- ok, acordo fechado.- estendo a mão para ele que faz o mesmo.- obrigada pela ajuda Diogo, eu não estava aguentando mais.

Diogo - olha só.- ele pega o celular e me mostra um vídeo do ret.- ele está parecendo bem mal, quando vi isso hoje de manhã, tive mais certeza em ajudar você.

Olhei para o Filipe através daquela tela.. ele está muito mal, não parece ele, seus olhos fundos e inchados, parecia que tinha acabado de chorar, o cabelo estava maior e a barba estava aparecendo, sem contar as olheiras.

Meu pai amado, o que está acontecendo por lá?

preciso voltar! preciso voltar!

Diogo - vamos planejar desde agora, nada pode dar errado e eu já tenho algumas idéias.

Queria muito chorar, mas não era hora pra isso, preciso focar na minha fuga.

- pode falar!



🤒

Minha luz. | Filipe Ret. Onde histórias criam vida. Descubra agora