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emy

Estava subindo pro camarote junto da Amanda, quando vejo a cara fechada do ret em direção a alguns homens bem arrumados que estavam subindo junto. Pela carranca dele, parecia que ia voar no pescoço de um.

Amanda - ué, quem será esses?.- ela susurra no meu ouvido enquanto subimos as escadas.- cheiro de perfume caro.

- não faço idéia, mas o ret estava olhando pra um deles com uma cara nada boa.

Amanda - vixi, então não deve ter coisa boa aí.

Chegamos na parte de cima e todos estavam se cumprimentando. Não era só o ret que estava com aquela carranca, mas o lennon também. Deu a louca nos dois, só pode.

- porque você está com essa cara.- perguntei colocando meus braços em volta do pescoço dele.

Ret - que cara? tô normal.

- carrancudo, parece que comeu algo e não gostou.- ele sorri e a expressão suaviza.

Ret - fica aqui comigo, beleza?.- assenti e ele me beija.- quer algo pra comer?

- na verdade sim, eu vi um senhor vendendo churrasco no espetinho e fiquei com fome.

Ret - bora lá comprar.

Fiz um sinal pra Amanda que já ia voltar e ele apenas sorri. Aquele camarote estava lotado agora, o pessoal que chegou e ocupou todo o sofá e algumas cadeiras ainda.

Sinto o cheiro do churrasco assim que paramos na frente da mini barraquinha. Fiquei até com água na boca.

Ret - boa noite meu amigo.- o mais velho nos olha e sorri.- consegue pra mim dez desse espetinho?

Vendedor - com certeza, vão levar ou comer aqui?

Ret - comer aqui.

Seguro na mão do ret enquanto ele faz o pedido e olho para o baile. Para quem gosta do furdunço aqui é um ótimo lugar, mas chega uma hora que o desodorante vai vencendo e aquele cheiro de suor vai subindo, é o que está acontecendo agora.  Ficar no camarote tem seus privilégios.

Olhei para cima e vi um moleque me encarando, era um dos que chegaram.

Porque ele está me olhando?

Ret - linda?.- escuto o ret me chamar e o encaro.- peguei cinco de um tipo de carne e cinco de outro, só escolher.

- você sabe que eu não vou comer tudo isso né? Come comigo.

Ret - vou pegar só um pra não fazer desfeita.- provamos juntos, passando pelas pessoas.- caralho, isso é muito bom.

- verdade.- A carne era suculenta e com a farofa ficou melhor ainda.

Ret - convida a Amanda, ela deve estar com fome também.

- eu já ia fazer isso, tonto.

Ret - deixa eu parecer uma pessoa boa.

Sorrimos e entramos no camarote com ele abraçando minhas costas. Olhares foram em nossa direção e me senti envergonhada por um segundo, mas lembrei que era o ret nas minhas costas, então a vergonha se foi e a felicidade tomou o lugar.

?? - tua fiel né ret?.- um homem moreno todo tatuado pergunta.

Ret - é mermo.

Grego - vai ficar trancando a tua fiel aí é sabiá?.- ele indaga o moreno de antes.- deixa a mina se divertir no baile pô.

Sabiá - Mete o pé vai.- vejo ele pegar no maxilar da mulher ao seu lado e apertar.- qualquer coisa errada, tú já tá ligada, atividade.

Ela sai com a mão sobre o Lugar que ele apertou. Misericórdia, será que ela gosta disso? Tem mulheres que amam, mas não sei se é o caso dela.

Letícia - Nunca vi homem igual tu pra gostar de chifre em sabiá.- todos encaram ela com os olhos arregalados, até mesmo o grego.- homem é foda.

Grego - fica quieta mulher.- ele joga a maconha no chão e pega no braço dela.- bora, tu já tá bêbada de mais.

Amanda - deixa ela com a gente grego.- A mesma pega na mão da Letícia e depois na minha.- bora.

- já volto amor.- ele não diz nada, apenas deixa um selar nos meus lábios.

Descemos mais uma vez as escadas, só que agora eu estava sendo puxada. A Letícia reclamava de algo, mas não dava pra escutar por causa da música alta.

Letícia - eu não suporto aquela mulherzinha.- diz assim que chegamos no banheiro.- toda sonsa.

Amanda - ela tem uma cara de pobre coitada.- comenta retocando o batom.- viram o jeito que ele apertou ela?

- sim, ela nem fez nada a respeito.

Letícia - e vai fazer oque? Ela gosta amiga, sempre apanhou igual uma condenada do sabiá. Sempre que ele descobre traição dela, ela ganha olho roxo, alguns ossos quebrados e cabelo arrancado também.

- meu Deus, ela é masoquista.

Amanda - ah me poupe, nunca que eu ia aceitar apanhar assim.

Letícia - lá no Vidigal, ela tem fama de gaiuda e saco de pancada.- ela diz rindo.- nem o próprio morro respeita.

- e porque você tem tanto ranço dela?

Amanda - não tô entendendo também.- encaramos ela que estava aliviando a bixiga na cabine a nossa frente com a porta aberta.

Letícia - ela já tentou mil vezes ir pra cama com o grego.- confessa, levantando a saia.- cuidado com os macho de vocês, ela é bem putinha e fica se jogando pros outros na frente do sabiá.

Amanda - então bora voltar, só tenta ficar com essa sua boquinha fechada pra não acontecer um desastre alí.

Letícia - vou tentar, qualquer coisa vocês dão um jeito por mim

- vou jogar você lá de cima.

Saímos do banho rindo entre nós e logo na porta estava a mulher desse tal sabiá, por sorte a Letícia estava de cabeça baixa, somente eu e a Amanda vimos.

Acabei sorrindo com a cara de assustada que a Amanda fez na minha direção, se a Letícia tivesse visto, não ia prestar.


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Minha luz. | Filipe Ret. Onde histórias criam vida. Descubra agora