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emy

Não conseguia respirar direito, ainda tremia muito, não consigo acreditar que realmente estou aqui, em um quarto qualquer, sendo mantida como refém, ótimo refúgio pra quem só queria chorar hein.

O Matheus saiu e me deixou trancada, ele disse que ia pegar algo pra mim comer. Preciso sair daqui! Mas como que faz algo com as mãos amarradas?

Sinto vontade de chorar quando lembro de todos, eles devem estar super apavorados com o meu sumiço repentino, minha mãe não pode ter uma notícia de que a filha dela sumiu, eu não sei o que aconteceria com ela.

Por um momento me pego pensando no ret, em como me sentia segura nos seus braços e desejando estar neles novamente.

Porra! que merda de situação! Do nada o Matheus resolve aparecer com a idéia de me conquistar, uma ova que ele vai.

Matheus - voltei princesa.- ele destranca a porta e trás em suas mãos um prato com comida.- come, vai te fazer bem.

- me desamarra então, por favor.- se ele vacilar eu ganho.

Matheus - nada disso, eu vou dar na sua boca.

- não quero, estou sem fome. Obrigada!.- viro meu rosto em direção oposta.- você vai ficar aqui comigo?

Matheus - eu queria, mas tenho que trabalhar.- ele deixa o prato ao meu lado.- mas não se preocupe, vou deixar um amigo meu de confiança cuidando de você.

Preciso me acalmar, eu só tenho que conquistar a confiança dele e pronto, vou sair dessa budega aqui e voltar pra casa.

- ok! Não vou conseguir dormi direito com as minhas mãos pra trás.

Matheus - fique tranquila, eu vou tirá-las de você quando for para dormir e ir no banheiro fazer qualquer coisa.

- obrigada..

Matheus - não precisa agradecer querida.

O sol estava se pondo e logo a noite chegaria.

Matheus - vamos, eu vou levar você até o banheiro.- ele me ajuda a levantar.- eu já comprei roupas e várias coisas novas pra você, está tudo aqui na nossa casa.

Ah, que maravilha hein?! quase pulei de emoção.

Vai se ferrar!

Meus olhos registravam cada canto da casa, era uma casa antiga, de madeira, mas bem elegante por dentro. Os móveis muito bem reservados, tinha até uma tv gigantesca na sala.

- ela é bem bonita.- não estava mentindo.

Matheus - sim,  eu cuidei dela com carinho, pra nós dois.

Subi as escadas sendo puxada por ele, antes que eu pudesse fazer algo, ele desamarrou a corda do meu pulso, mas não pude reagir como eu queria porquê tinha um brutamonte parado na sala nos encarando.

- quem é?.- perguntei olhando fixo para o homem lá em baixo.

Matheus - esse é o meu amigo que vai cuidar de você.

Puta merda!

- ah sim, entendi.- entro no banheiro.- com licença.

Matheus - fique a vontade, a casa é sua.

Entrei no banheiro e analisei tudo, até se podia quebrar o video do box, vi uma pequena janela no canto, coloquei os pés em cima do vaso sanitário e inclinei a cabeça para tentar ver o lado se fora.

Era só floresta, como eu tinha previsto. Eu nem sabia onde era, como sair e nem porra nenhuma! O nervosismo voltou, me fazendo ficar tonta.

Tirei a roupa e entrei de baixo do chuveiro, tentando procurar um alívio e até mesmo uma ideia boa pra sair dessa merda.

dez minutos depois já estava pronta, saí do banheiro e me deparei com o Matheus na porta me esperando.

Matheus - como foi o banho?.- sorriu, amarrando de volta os meus pulsos.- desculpe por isso, não é desse jeito que vou conquistar você, eu sei! Mas não quero correr o risco de te perder novamente.

- o banho foi ótimo, obrigada.- precisava passar confiança.- sobre os pulsos, está tudo bem.. eu entendo.

Matheus - eu sabia que entenderia, eu te amo emillyzinha.

- onde eu vou dormir?.- mudo de assunto.

Matheus - aqui, por favor.

Nos dirigimos até um quarto pequeno, onde tinha somente uma cama e uma escrivaninha.

Matheus - vai ser aqui por enquanto.- entrou e fechou a porta.- algum problema pra você?

- nenhum, está ótimo.- sorri falso.

Matheus - mais pra frente, você não vai precisar usar isso nos pulsos.- ele desamarra novamente.- você só precisa se apaixonar por mim.

- isso não se consegue tão fácil.- faço massagem nos meus pulsos.

Matheus - é, eu sei.- ele me abraça.- fico feliz por estar aqui! boa noite meu amor.

- boa noite.- ele levanta e sai do quarto.

Saí da cama rapidamente e comecei a vasculhar tudo do quarto, procurando algo com ponta ou até mesmo um grampo.

....

Procurei e nada, absolutamente nada, que desgraça!

Sentei na cama um pouco cansada e deixei meu corpo cair sobre o colchão, o alívio veio de imediato. Não tinha dormido bem na noite anterior, até porque eu fui dopada.

E lá vem todos os pensamentos de novo, minha mãe.. Amanda, o ret, mesmo que aquele infeliz não merecesse estar na minha mente.

Virei meu rosto para o lado no travesseiro deixando escorrer minhas novas lágrimas.

"me desculpem por ser teimosa e sair sozinha..".


👀




Minha luz. | Filipe Ret. Onde histórias criam vida. Descubra agora