꧁ 𝐓𝐎 𝐘𝐎𝐔 | Sakusa Kiyoomi ꧂

46

Após se despedirem de Ryo, Sakusa segurou a mão de Yuki, ela o olhou:

— Está tudo bem?

Suas sobrancelhas estavam relaxadas, Sakusa assentiu.

— Apenas fiquei incomodado com aquele cara.

— Hiroki?- confusa, tombou a cabeça — Ele é da mesma sala que nós dois e também foi de grande importância para mim quando minha mãe estava internada.

Sakusa assentiu e me olhou.

— Como ela está?

— Bem, está se recuperando aos poucos.

Sakusa observava cuidadosamente a garota, esta que caminhava à sua frente. Não sabia o quão ansioso podia ficar apenas estando ao lado dela. Seus cabelos longos dançavam com o vento, era uma bela paisagem para o Ace.

Yuki girou seus calcanhares, fazendo Sakusa desviar o olhar para não ser pego:

— Eu tenho uma ideia...- seus olhos brilhavam em expectativa — Vamos para a quadra de vôlei!

— Estão todos de folga, Yuki- a morena colocou suas mãos na cintura, Sakusa percebeu a intenção da garota— Você... Ok, só espera eu pegar meus tênis.

Sakusa deu de ombros e seguiu para o vestiário masculino, onde pegaria seus tênis. De canto de olho, ele viu Yuki fazer uma dancinha estranha enquanto sorria.

"Por Deus, o que eu estou fazendo..."

Sakusa pegou seus tênis no vestiário, ainda refletindo sobre a situação. Ele não era do tipo que se deixava levar por pequenos momentos ou exibia suas emoções com facilidade, mas havia algo na Yuki que sempre o fazia baixar a guarda, mesmo que ele tentasse negar.

Ao voltar para a quadra, viu Yuki ainda com aquele sorriso radiante no rosto, ajustando os tênis enquanto olhava a quadra vazia com olhos cheios de expectativa. O jeito dela, tão vibrante e energético, contrastava com a sua natureza reservada, mas ele sabia que essa dinâmica era o que fazia deles uma boa equipe, tanto dentro quanto fora da quadra.

— Você parece mais animada do que deveria — comentou Sakusa, mantendo seu tom neutro.

Yuki riu, terminando de amarrar os cadarços.

— É porque o Torneio de Primavera está logo aí, Sakusa! Preciso estar no meu melhor, e sei que você também. Vamos treinar só um pouco, sem pressão. — Ela piscou, pegando a bola que estava em um canto da quadra.

Sakusa a observou por um momento, percebendo o quanto ela se dedicava ao time, como recém capitã e levantadora. O voleibol era algo que os unia, mas também revelava lados deles que poucas pessoas viam. Ele não conseguia evitar um leve sorriso ao ver o entusiasmo de Yuki enquanto ela fazia alguns passes rápidos para aquecer.

Sakusa retirou a mascara, a colocando dentro da bolsa descartável. Esticou as pernas e deu alguns pulos, estava em forma.

— Está bem — ele disse finalmente, caminhando em direção ao centro da quadra. — Mas só porque você pediu.

Yuki deu um pequeno salto de comemoração, claramente animada.

Eles começaram a treinar, a quadra ecoando o som dos passos e das batidas da bola. Yuki, como sempre, estava impecável, com levantamentos precisos, e Sakusa respondia com seus ataques potentes, o que fazia com que a dinâmica entre eles fluisse perfeitamente.

Depois de alguns minutos, ambos pararam para tomar um fôlego, o silêncio preenchendo o espaço entre eles enquanto recuperavam as energias.

— Esse torneio vai ser diferente, não vai? — Yuki perguntou de repente, jogando a bola para Sakusa. — Não sei, tenho uma sensação estranha... boa, mas estranha.

Sakusa pegou a bola com facilidade e olhou para ela.

— Diferente como? — Ele sabia que ela sempre confiava em sua intuição, e isso o deixava curioso.

— Como se fosse uma oportunidade de provar algo... para nós mesmos, talvez. — Ela deu de ombros, mas o olhar determinado em seus olhos revelava que aquilo importava muito para ela.

Sakusa assentiu, entendendo o que ela queria dizer. Ele também sentia a pressão do torneio se aproximando, mas estar ali, com ela, na quadra, fazia tudo parecer mais controlado, mais possível.

— Vamos dar nosso melhor, como sempre — ele respondeu, sério, antes de devolver a bola para ela com um pequeno sorriso.

Yuki sorriu de volta, sabendo que aquela era a maneira de Sakusa dizer que estava com ela, não importando o que viesse pela frente.