" - inimigos não deviam fazer isso... - sorrio com sua frase e aperto firmemente sua cintura.
- é? - ela concorda com a cabeça enquanto me aproximo cada vez mais - então esqueça que somos inimigos, só por essa noite! - encaro seus lábios, eu queria...
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um mês, finalmente essa porra tinha acabado.
amanhã seria finalmente meu primeiro jogo oficial com o Sesc flamengo, e por mais que eu já estava acostumada com isso, o frio na barriga e a ansiedade estavam me consumindo aos poucos. é normal, a ansiedade antes de jogos, mas agora já eram mais de duas da manhã, eu precisava dormir, e nem minhas pelúcias de conforto estavam me ajudando nisso. agora eu só queria meu irmão do meu lado, mas não quero o acordar no meio da madrugada. me sento na minha escrivaninha e começo a tentar desenhar, mas minha mãos estavam trêmulas. olho para o lado vendo a led que eu havia comprado naquele dia no shopping com o Taylor, sorrio e volto a desenhar, mas minhas mãos tremiam cada vez mais, talvez isso não seja só por causa do jogo. respiro fundo, estava ficando assutada, já sentia meu ar indo embora. me levanto rápido da cadeira, bagunçado meu guarda-roupa todo a procura do moletom do Taylor. visto o moletom assim que o acho, seu cheiro realmente me acalmava. ah, foda-se. pego meu celular que está do outro lado do quarto, entro no contado do garoto e ligo para ele.
atende... por favor.
- pretinha? - respiro aliviada ao escutar sua voz.
- vem na minha casa, por favor.
- o que aconteceu? - deu nitidamente para perceber a mudança em seu tom de voz, agora parecia preocupado.
- Taylor, eu preciso de você... rápido!
- a bombinha luna, usa a bombinha! da pra perceber muito bem sua respiração falha. então por favor, usa a bombinha.
- tá certo - me levanto e saio procurando o objeto por todo o quarto.
- não desliga o telefone tá? eu já estou saindo - uso a bombinha e autorizo sua entrada antes de o responder - luna? tá aí?
- sua entrada já tá autorizada, já usei a bombinha. só, não demora, por favor.
- cinco minutos, princesa.
ah, "princesa". só ouvir ele me chamando assim, aquece meu coração, o que me deixa realmente confusa, isso nunca tinha acontecido comigo antes. não com outro garoto, fora meu irmão. não só com a porra de uma palavra. que raiva!
- subindo.
foi a última coisa que ele falou na ligação, antes de desligar. saio do quarto e vou até a porta, abrindo e ficando lá fora esperando ele chegar. o garoto chega no corredor correndo, mas para quando me ver parada em frente a porta. meus olhos pararam diretamente nos seus, aquilo foi o suficiente para minha mente e meu corpo deduzir que eu estava segura, que eu podia chorar a vontade com ele ali, que eu podia chorar livremente em seu braços. algumas lágrimas pesadas desceram sobre meu rosto, e o garoto volta a correr, parando somente quando me prende em um abraço confortante.
