O desaparecimento de Erik

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Durante a noite eu acordei com o toque suave dos cabelos de minha mãe em meu rosto. Na penumbra do quarto, consegui ver sua figura se afastar silenciosamente, sussurrando um "se cuida, minha abelhinha". Fiquei confusa, mas o cansaço logo me venceu e me vi mergulhando novamente no sono.

Ao despertar na manhã seguinte, fui recebida por uma bandeja de café da manhã caprichada, com ovos, torradas, iogurte e frutas frescas. Um bilhete ao lado da bandeja me informava que não precisava ir à escola naquele dia, pois meu pai precisava que eu ficasse em casa para receber uma cliente importante.

Um misto de alívio e curiosidade tomou conta de mim. Não ter que encarar a escola depois do incidente com Erik era um alívio, mas a visita da cliente me deixou intrigada. O que seria tão importante a ponto de justificar minha presença em casa?

Enquanto saboreava o café da manhã, minha mente divagava sobre os acontecimentos recentes. A presença de minha mãe a noite em em meu quarto, o acontecimento com papai na cozinha e agora essa visita misteriosa. Eu sentia um turbilhão de emoções, mas uma sensação de proteção e carinho ainda permanecia em meu coração, como se minha mãe estivesse de alguma forma me guiando e cuidando de mim, mesmo estando longe.

O dia passou voando, as horas se arrastaram enquanto eu tentava colocar meus pensamentos em ordem. Erik ligou duas vezes em meu celular, mas eu ainda não sabia como lidar com toda aquela situação. Decidi não atender, precisava de um tempo para entender o que estava acontecendo.

Quando finalmente decidi sair para o quintal e me sentar na grama, a empregada veio até mim, dizendo que uma senhora queria falar comigo ao telefone. Ao atender, a voz aflita da senhora perguntou se eu tinha notícias de Erik, meu colega de classe. Atordoada, respondi que não, que não havia ido à aula naquele dia.

A senhora pediu que, caso eu tivesse alguma informação, ligasse para o mesmo número, que pertencia à mãe de Erik. A ligação se encerrou, deixando-me confusa e preocupada. Corri para meu quarto, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Erik, mas não obtive resposta. Tentei ligar para ele, mas só caía na caixa postal.

A aflição tomava conta de mim, o coração batia descompassado. A empregada, percebendo minha agonia, trouxe um chá para mim, sugerindo que eu tentasse me acalmar. Perguntou se queria que ela ligasse para meu pai, mas recusei. Eu precisava entender o que estava acontecendo, precisava saber se Erik estava bem.

Meu celular permanecia em silêncio, sem nenhuma resposta de Erik. As horas pareciam arrastar-se, a preocupação aumentava a cada minuto que passava. Eu precisava encontrar respostas, saber o que estava acontecendo com ele. A incerteza pairava no ar, fazendo-me desejar saber a verdade. A única certeza que eu tinha naquele momento era a de que algo não estava bem e eu precisava descobrir o que era.

Depois de mais alguns minutos, consegui me acalmar. Talvez minha empregada tivesse razão, afinal, não havia acontecido nada de mais e Erik estava apenas um pouco atrasado. Respirei fundo e tentei me convencer de que tudo estava bem.

Foi então que papai entrou pela porta da sala, com um sorriso no rosto. Ele notou minha presença e perguntou se havia gostado do café da manhã que ele havia preparado mais cedo. Apenas confirmei com a cabeça, sem conseguir esconder minha aflição.

Ele me analisou por alguns minutos e perguntou se eu estava bem, se podia se sentar ao meu lado. Tentei esconder minha agitação e concordei com um sorriso forçado.

Papai se sentou ao meu lado e me abraçou. Ainda assim, eu não conseguia parar de pensar em Erik e nas possíveis coisas que poderiam ter acontecido com ele.

Meus olhos se encheram de lágrimas, ao olhar para cima, percebi uma mancha de sangue na camisa que papai usava por baixo de sua jaqueta, que estava aberta. Meu coração gelou e uma sensação de pavor tomou conta de mim.

"Papai, o que aconteceu? Por que você está com sangue na roupa?", perguntei, com a voz embargada.

Depois de alguns instantes de silêncio, papai finalmente quebrou o gelo e explicou a mancha de sangue em sua camisa.

"Filha, eu encontrei um animal ferido na estrada hoje no caminho de volta, e tentei ajudá-lo, mas infelizmente não havia mais nada que pudesse ser feito. Tive que dar um fim nele para que seu sofrimento fosse abreviado, antes mesmo que ele se metesse em mais confusão.", ele disse com a voz calma.

Papai diz para eu subir e colocar algo especial porque teremos uma noite muito especial, até tento argumentar, mas papai me puxa delicadamente do sofá e disse para eu não ser desobediente, me deixando sem escolha a não ser subir para o meu quarto e me arrumar.

Eu não conseguia entender o motivo de tanta empolgação, mas decidi seguir as ordens de papai. Tomei um banho rápido e escolhi um vestido de cetim preto que ia até o meio das coxas, combinado com uma calcinha de renda.

Antes de descer, decidi mandar uma mensagem para Erik, perguntando quando ele poderia me responder. Eu estava ansiosa para ver se me responderia, mas logo fui interrompida pela voz do meu pai chamando por mim na sala de jantar.

Quando entrei na sala, meu pai estava com uma roupa despojada, mas ao mesmo tempo elegante. Seu perfume amadeirado preenchia o ambiente, e eu não pude deixar de notar o brilho em seus olhos.

Ele puxa uma cadeira para que eu possa me sentar, e logo em seguida ele também se acomoda. A noite vai se passando e não pude deixar de notar como papai está diferente, mais carinhoso, calmo. Penso que talvez se agora eu tentar conversar com ele o que tentei falar naquela noite, só de pensar sinto o pavor tomar conta de mim.

_  Papai, queria conversar com o senhor sobre uma coisa.   Digo num tom baixo, quase que para mim mesma ouvir. 

_ Claro, minha pequena!  Ele disse me olhando atentamente.

_ Acho que precisamos parar de fazer isso.  Digo com a sentindo um nó se formar em minha garganta.

_ Como assim, amor?  Diz pegando em minha mão

Fico em silêncio sem saber como dizer, tenho vontade de levantar e gritar, gritar e dizer para ele o quanto isso que estamos fazendo é errado. Mas não sei como ele pode reagir, ou talvez eu seja apenas uma covarde. Papai toma toda sua taça de vinho de uma só vez, ele afasta a cadeira e bate em sua perna fazendo menção para que eu me sente ali. Respiro fundo e me levanto devagar e vou até ele que me senta ali onde tanto me queria, ele enfia seu rosto em meu pescoço e puxa o ar sentindo meu cheiro. Olha para mim e diz que estava morrendo de saudades já, e em seguida toma minha boca num beijo molhada cheio de desejo e luxúria.

Sinto seu membro ficando duro em baixo de minha bunda, uma de suas mãos acaricia minhas costas e a outra entra por baixo do pano que esconde meus seios. Ele faz movimentos circulares brincando com meu pequeno bico, fazendo minha pele arrepiar.

_ Quero te mostrar um lugar.  Ele diz enquanto se levanta me levando em seu colo

_ Onde iremos?  Pergunto confusa e um pouco desconfortável

Papai me carrega com facilidade até a área de serviço, onde ele puxa um vidro que revela uma porta escondida na parede, como se fosse uma sala para um mundo desconhecido. Adentramos em um espaço pouco iluminado, frio e um tanto sujo. Minha curiosidade é aguçada quando avisto algo no canto, coberto por sacos plásticos, papai me agarra por trás e começa a beijar e passar a língua em meu pescoço, leva uma de suas mãos até minha intimidade e acaricia por baixo do vestido.

Um arrepio percorre minha espinha, meus olhos se embaçam com as lágrimas que teimam em cair. Ele me conduz para um canto e me força a deitar. Imploro em silêncio para que ele pare, mas as palavras não saem. Tento empurrá-lo, tento afastá-lo, mas ele parece não se importar. Uma agonia avassaladora toma conta de mim, minhas mãos tremem e buscam desesperadamente algo para se segurar. Minha mão direita, sem que eu perceba, encontra algo frio sob os sacos plásticos próximos. Toco em algo que parece ser uma mão e quando tento me remexer e sair de baixo de papai, acabo puxando o plástico que revela o corpo de meu colega de classe.




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