A Dor da Perda

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O desespero toma conta de mim..
Eu estava em choque. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Meu pai, segurando meu braço com força e tapando minha boca para que eu não continuasse gritando.

"Por favor, Sabrina, fique quieta", ele sussurrou, seus olhos estavam vazios. "Eu sei que isso parece terrível, mas eu fiz isso por você. Eu fiz isso pelo seu próprio bem. Ele estava te fazendo mal"

Balancei a cabeça freneticamente, tentando me libertar de seu aperto, mas ele era muito mais forte. Foi então que ouvi o suspiro.

Um longo e angustiante suspiro vindo do corpo que estava coberto por um grande saco plástico. Reconheci imediatamente como sendo de Erik, as lágrimas brotaram em meus olhos e os fechei firmemente, recusando-me a acreditar na terrível verdade que estava diante de mim.

"Por que, pai?" Sussurrei, finalmente conseguindo falar. "Por que você fez isso?"

Ele olhou para mim, suas mãos tentava me agarrar. "Ele estava te fazendo mal, Sabrina. Ele só iria nos trazer problemas. Ele não merecia o seu amor."

° Sete horas antes... °

Papai esperou Erik na porta da escola e o seguiu até faltar apenas algumas casas antes de Erik chegar a sua. Sob a falsa desculpa de resolver um mal entendido sobre o dia que tínhamos feito o trabalho aqui em casa, meu pai convenceu Erik a entrar no carro. Ele, ingênuo e confiante, não desconfiou de nada. O que foi o seu maior erro.

Mas antes que chegassem ao destino, meu pai parou o carro e agiu com uma frieza assustadora. Asfixiou meu colega de classe com um saco plástico até que ele perdesse a consciência, e depois o esfaqueou implacavelmente no peito e na barriga. Eu posso imaginar os gritos abafados de Erik em minha mente.

O que parecia ser um plástico de proteção solto para o banco era, na verdade, para embrulhar o corpo de Erik e colocá-lo no porta-malas. Eu nunca poderia imaginar que algo tão terrível aconteceria com alguém que eu gostava tanto.
...

Sinto uma mistura de raiva e dor se apoderar de meu peito. Como ele poderia decidir o destino de outra pessoa daquela maneira? Como ele poderia tirar a vida de alguém tão bondoso?

Me soltei de meu pai, correndo em direção ao corpo de Erik e puxando o saco plástico para longe de seu rosto. Seus olhos estavam entreabertos, seus lábios pálidos e frios. Soltei um grito angustiante, minha voz ecoando pelas paredes daquele lugar sombrio.

Meu pai me apanhou com força, tentando me acalmar. Mas eu me debatia e gritava, incapaz de controlar a dor avassaladora que dominava meu coração.

Erik em seu último suspiro diz que estará sempre comigo. Ele estava morto. E meu pai era o responsável por aquilo.

Me ajoelhei ao lado de meu melhor amigo, acariciando seu rosto frio e suplicando por um milagre que jamais viria. Sinto como se algo tivesse morrido em mim.

Olhei para meu pai, meus olhos cheios de ódio e tristeza. "Eu te odeio", sussurrei, sinto sua mão estalar em meu rosto. E em seguida ele me pega pelo pescoço e me arrasta me encostando na parede, as lágrimas rolam desesperadas em meu rosto. Então ele passa a língua em minha bochecha e em seguida dá outro tapa, minha pele arde com tamanha a força que foi o tapa. Ele me deita novamente, abre minhas pernas e rasga minha calcinha. Olho para o lado e vejo Seus cabelos castanhos bagunçados, seu rosto está pálido e sem cor, tudo que eu queria que fosse tudo um pesadelo. Um terrível pesadelo. Papai me penetra com toda força, fazendo eu arquear as costas no chão, abro a boca em busca de ar. Sinto seu membro rasgando minha pele, ele solta um gemido forte. Ele dá mais algumas estocadas e puxa minha cintura como se quisesse fazer de nós dois um só e em seguida sinto algo escorrer de dentro de mim quando ele finalmente tira seu membro latejante de dentro de minha intimidade.

Com esforço, tento me aproximar novamente do corpo de Erik, porém sou impedida por papai, que me segura pelo braço e me empurra para longe. Respiro fundo e sussurro "você é um monstro", antes de me levantar e fugir dali, deixando para trás o corpo daquele que era luz em meus dias de trevas.

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Três dias se passaram desde que me fechei neste quarto. Três dias de solidão, introspecção e uma tristeza profunda que parece ter se instalado em meu coração como uma sombra permanente. Não consigo encontrar saída para esse abismo escuro em que me encontro, e o peso da tristeza parece sufocar cada parte minha.

Meus dias agora consistem em ficar deitada na cama, olhando para o teto sem ver nada, envolta em pensamentos sombrios e um vazio que parece se expandir a cada respiração. Sinto como se estivesse afundando em um mar de desespero, onde cada onda me arrasta mais para baixo, até o ponto em que a luz do dia se torna apenas uma lembrança distante.

As lágrimas já não vêm com tanta facilidade, pois a dor se transformou em um torpor silencioso que me consome por dentro. O sorriso que um dia adornava meu rosto desapareceu, substituído por uma máscara de indiferença que esconde a tempestade que ruge em meu interior.

Estou cansada. Cansada de lutar contra essa escuridão, cansada de tentar encontrar um raio de luz neste mar de tristeza. Sinto-me perdida em meio a um vendaval de emoções que não consigo controlar, como se estivesse à deriva em um oceano de dor.

E assim, aqui estou eu, Sabrina, presa em meu próprio quarto, cativa de uma tristeza profunda que ameaça me devorar por completo. Se há uma saída dessa escuridão, ainda não a encontrei. E assim, permaneço, à mercê das sombras que dançam ao meu redor, esperando por um raio de esperança que me guie de volta à luz.

Quando ouvi a voz do meu pai chamando do lado de fora do meu quarto, um arrepio percorreu minha espinha. Eu sabia o que aquilo significava - ele iria me machucar de alguma forma. Antes que eu pudesse processar a informação, as náuseas tomaram conta de mim. Sem aviso prévio, comecei a vomitar no chão do meu quarto, incapaz de conter a sensação de mal-estar que me consumia.







SABRINA E O SEU MUNDO SECRETO |+18 Onde histórias criam vida. Descubra agora