Reencontro

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Eu estava determinada a tirar minha mãe do hospital psiquiátrico. Já tinha se passado três dias desde de que Arthur apareceu por aqui na pensão. Quando cheguei ao hospital era por volta das 23h, a adrenalina corria pelas minhas veias. Estacionei o carro alugado a algumas quadras de distância e caminhei o resto do percurso. O coração batia acelerado, e minhas mãos tremiam levemente enquanto me aproximava da entrada lateral.

Consegui entrar sem que nenhum funcionário me visse. Sabia que precisava ser rápida e silenciosa. Caminhei pelos corredores frios e estéreis, minhas passadas ecoando levemente. Finalmente, cheguei ao quarto onde minha mãe estava a alguns dias atrás. Respirei fundo e abri a porta.

O quarto estava vazio. Nada além de uma cama perfeitamente arrumada e alguns móveis básicos. Não havia sinal de minha mãe. A realidade começou a pesar sobre mim. O quarto estava preparado para receber outro paciente. A sensação de desespero começou a tomar conta.

Comecei a procurar freneticamente por pistas. Vasculhei gavetas, olhei atrás dos móveis, mas não encontrei nada. Documentos, notas, qualquer coisa que indicasse para onde minha mãe foi levada. Mas havia apenas silêncio e vazio. Escutei passos se aproximando pelo corredor e meu coração saltou no peito. Sem tempo para pensar, me abaixei e me escondi atrás da cama.

Os passos pararam por um momento. Eu prendi a respiração, tentando controlar o pânico. Depois de alguns segundos, os passos continuaram e se afastaram. Esperei um pouco mais antes de sair de meu esconderijo. Com cuidado, abri a porta e me dirigi a outra ala do hospital.

Virei no corredor à esquerda e quase esbarrei em um guarda. Ele me viu e imediatamente pediu que eu me identificasse. O pânico tomou conta de mim. Comecei a andar rápido na direção oposta, ouvindo o guarda falar no rádio sobre uma intrusa na área dos leitos. Precisava encontrar uma saída e aceitar que não conseguiria levar minha mãe comigo.

Aproximando-me da saída de emergência perto da recepção, senti um aperto no peito. A raiva e a sensação de impotência se misturavam dentro de mim. Eu falhei em resgatar minha mãe. Com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, entrei no carro alugado e saí disparada do local.

Dirigi sem destino, as lágrimas turvando minha visão. A frustração e o desespero me dominavam. Bati no volante, gritando de raiva. Tudo parecia perdido. Parei em um bar à beira da estrada, tentando encontrar um momento de paz.

Entrei e sentei no balcão. Um homem de meia-idade me olhou com curiosidade.

— O que vai querer? — perguntou ele.

— Um whisky duplo — respondi, tentando controlar minha voz trêmula.

— Menina corajosa — ele comentou, servindo o whisky.

Virei o copo de uma vez, sentindo a garganta queimar. Fechei os olhos e lembrei da última vez que vi minha mãe. Ela entrou no meu quarto naquela noite, sussurrando palavras de despedida. Ainda podia ouvir a tristeza na voz dela.

O barman perguntou se eu queria outro, e concordei com um aceno de cabeça. Tomei outro gole, deixando o líquido amargo tentar apagar minhas memórias. Pensei em como minha mãe estava no hospital: abatida, pálida, uma sombra do que ela era antes. A imagem dela doente, presa naquele lugar, me encheu de tristeza e raiva.

Não parecia justo. Minha mãe, apesar de seu comportamento, não merecia isso. Nenhuma de nós merecia. Eu sentia um ódio profundo por Arthur, pelo que ele fez com ela, com todos nós. Mas a raiva também era dirigida a mim mesma, pela minha impotência, por não conseguir resgatá-la.

...


Dylan narrando

Eu não poderei viver sem ela, sem sentir seu cheiro, sem ouvir sua sua voz era como uma tortura. Após dias tentando achar qualquer rastro, finalmente localizei ela. O aplicativo que eu usava apontava para um bar à beira da estrada e depois de dirigir km, Estacionei meu carro e entrei no local, o coração martelando no peito.Assim que entrei, meus olhos se fixaram nela. Sabrina estava sentada ao balcão, abatida, com os cabelos amarrados em um rabo de cavalo, usando uma calça jeans preta, uma blusa , uma jaqueta da mesma cor e botas, ela parecia triste, uma visão que partia meu coração. Ao seu lado, um homem de aparentemente trinta anos, estava com a mão em sua perna. Vi Sabrina afastar a mão do sujeito, mas ele parecia ignorar e continuava a importuná-la. A raiva me consumiu de imediato.Furioso, caminhei até eles e, sem pensar, derrubei o homem com um soco no rosto. Ele caiu do banco, mas rapidamente se levantou e avançou sobre mim. Nossos corpos colidiram, e começamos a trocar socos violentamente, rolando pelo chão do bar.

SABRINA E O SEU MUNDO SECRETO |+18 Onde histórias criam vida. Descubra agora