Os dias se arrastavam com uma lentidão torturante. Cada minuto longe de Dylan era uma agonia constante, uma dor que não diminuía. As noites eram ainda piores, quando o silêncio e a escuridão me envolviam, trazendo lembranças do nosso tempo juntos. Eu revivia cada momento, cada toque, cada palavra sussurrada. A saudade era insuportável.
Uma tarde, enquanto eu estava no meu quarto, tentando estudar, senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. O rosto de Dylan surgia em minha mente constantemente, e a dor de estar longe dele estava me consumindo. Eu precisava fazer algo, precisava lutar de alguma maneira. Mas como?
Decidi descer para o jardim, na esperança de encontrar um pouco de paz entre as flores e as árvores. Quando passei pela cozinha, ouvi a voz de Arthur. Ele estava falando com um dos empregados, sua voz autoritária e fria. Senti um nó no estômago, mas continuei andando.
No jardim, encontrei um canto isolado e sentei-me, tentando acalmar meus pensamentos. Eu sabia que precisava encontrar uma maneira de enfrentar Arthur, mas cada vez que pensava nisso, o medo me paralisava.
Pouco depois, ouvi passos atrás de mim. Virei-me e vi Arthur, sua expressão fechada e severa.
- O que está fazendo aqui, Sabrina? - perguntou ele, sua voz cortante.
- Eu só... precisava de um pouco de ar. - respondi, tentando manter a calma.
- Você sabe que não pode sair sem a supervisão do seu guarda-costas. - disse ele, cruzando os braços.
- Eu só estou no jardim, pai. Preciso de um pouco de liberdade, de espaço. - repliquei, sentindo a raiva crescer dentro de mim.
- Liberdade? Espaço? - ele riu, mas não havia humor em seu riso. - Você perdeu esse direito quando decidiu me desobedecer.
- Eu não sou uma prisioneira, Arthur! - explodi, levantando-me. - Eu tenho direito à minha própria vida!
O olhar dele endureceu e, antes que eu pudesse reagir, ele levantou a mão e me deu um tapa no rosto. O impacto foi forte, me jogando no chão. Senti o gosto metálico de sangue na boca e as lágrimas escorreram pelo meu rosto, não só de dor, mas de humilhação.
Arthur se ajoelhou ao meu lado, pegando meu rosto com força.
- Isso é culpa sua, Sabrina. Se você não fosse tão teimosa, tão rebelde, nada disso estaria acontecendo. - ele sussurrou, seu hálito quente contra minha pele.
Eu o empurrei, tentando me levantar, mas ele segurou meu braço, apertando com força.
- Me deixe em paz! - gritei, tentando me soltar.
- Não até você entender que tudo o que faço é para o seu bem. - ele disse, seu tom controlado, mas com uma raiva latente.
- Para o meu bem? - perguntei, incrédula. - Isso não é para o meu bem, é para o seu controle. Você quer me manter como uma marionete, mas eu não vou permitir!
Ele me soltou, levantando-se com um olhar de desprezo.
- Você sempre foi uma ingrata, Sabrina. Tudo o que faço é para te proteger, mas você não consegue ver isso. - disse ele, virando-se para sair.
- Proteger? Você me prendeu! Você afastou a única pessoa que eu amo! - gritei, minha voz quebrando.
Ele parou, mas não se virou para me olhar.
- Você não entende nada sobre amor. - disse ele, antes de continuar andando.
Fiquei ali, no chão do jardim, soluçando de raiva e dor. Cada palavra dele era como uma faca, cortando minha alma. Eu sabia que ele estava tentando me manipular, mas ainda assim, as palavras dele doíam.
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SABRINA E O SEU MUNDO SECRETO |+18
Fiksi PenggemarEm uma mansão luxuosa da cidade de Luxville, a família Belmont ostenta riqueza e poder. O patriarca, Arthur Belmont, construiu seu império do zero e desfruta das regalias que o dinheiro proporciona. Sua esposa, Helena Belmont, é conhecida por sua fi...