SABRINA E O SEU MUNDO SECRETO |+18

O Fim de Tudo part.2

As três horas se arrastaram, mas eu não podia parar. Sabrina estava nas mãos dele, e isso era tudo o que eu precisava para continuar. Minhas habilidades em rastrear sinais e manipular redes não eram algo que eu usava com frequência, mas agora... agora era necessário.

Eu me sentei na frente do computador, com um laptop aberto e diversos monitores ao redor. Conectei meu dispositivo ao servidor da casa. Códigos e gráficos brilhavam na tela enquanto meus dedos digitavam freneticamente, quebrando barreiras de segurança, invadindo sistemas. Eu estava procurando qualquer sinal de Javier, qualquer pista que me levasse até ele. Cada linha de código trazia uma nova chance, e eu ajustei todos os meus
rastreadores virtuais para pegar o rastro do telefone dele.

Com uma técnica específica, eu consegui capturar o último ping do celular de Javier. Ele estava escondido em uma área remota, uma casa dentro do bosque, onde a cobertura era mínima, mas suficiente para revelar sua localização. Achei. Ele realmente achou que poderia se esconder de mim.

Peguei um boné escuro, vesti uma calça preta e um casaco grosso. Eu precisava estar invisível, como um fantasma naquela noite. Enquanto dirigia até a casa, as luzes da cidade ficavam para trás e o caminho de terra se estendia à minha frente. O bosque era denso, e a casa estava isolada, bem no meio. Perfeito para alguém que quer desaparecer. Mas não para mim.

Estacionei a uma distância segura e continuei a pé, movendo-me entre as árvores, meu coração batendo rápido, mas a mente completamente focada. Não havia margem para erro. Quando cheguei perto da casa, a adrenalina pulsava em minhas veias. Respirei fundo e bati na porta, abaixando a cabeça para que ele não visse meu rosto.

A porta se abriu, e Javier apareceu. Seu olhar desconfiado percorreu minha figura, mas ele parecia não reconhecer nada. "O que você quer? Não posso te ajudar, vá embora", disse ele, prestes a fechar a porta.

Eu tossi, forte e prolongado, fingindo estar doente. Era o suficiente para desarmar sua desconfiança por um momento. Javier suspirou, impaciente, mas abriu a porta novamente.

"Tá bom, entra, eu te arranjo um copo d'água, mas não posso perder muito tempo." Ele me fez um gesto para entrar, e eu segui para dentro da casa, mantendo a cabeça baixa. O ambiente estava escuro, iluminado apenas por uma lâmpada fraca. Ele foi até a cozinha e voltou com o copo d'água.

"Pode se sentar," ele disse, apontando para uma cadeira. Eu preferi ficar em pé, observando seus movimentos, percebendo a tensão no ar. Javier se sentou no sofá, cansado, relaxando por um segundo.

Eu segurei o copo com firmeza, observando-o enquanto ele se acomodava. Foi então que eu coloquei o copo sobre a mesa, ao lado dele. "Eu falei com você há três horas," minha voz saiu baixa, mas carregada de raiva contida. "Eu disse que ia te encontrar."

Javier congelou. Seus olhos se arregalaram no mesmo instante em que percebeu quem estava ali. Sua mão foi rápida, indo em direção à arma em sua cintura, mas eu fui mais rápido. Antes que ele conseguisse sacar, eu puxei a minha e bati com força no rosto dele.

O som do impacto ecoou pela sala, e Javier desabou no chão, desacordado. A arma dele caiu de sua cintura e deslizou pelo chão. Eu respirei fundo, meu coração ainda disparado, mas senti a onda de adrenalina começar a diminuir.

Carreguei o corpo mole de Javier até o sótão da casa. O lugar era sombrio, com apenas a luz de uma lâmpada piscando no canto, criando sombras distorcidas nas paredes. Coloquei-o em uma cadeira velha de madeira e amarrei seus braços e pernas com cordas grossas. O nó estava apertado o suficiente para que ele não pudesse escapar, não que isso fosse uma opção.

Javier ainda estava desacordado, respirando pesado e com o rosto ensanguentado. Peguei dois pregos grandes e bati na madeira à frente de seu rosto, o som ecoando no pequeno espaço. Ele se remexeu, abrindo os olhos devagar, ainda meio grogue, tentando entender onde estava. Eu me aproximei, com minha voz baixa e controlada.