Madre?

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Cheguei em casa sentindo-me exausta e emocionalmente esgotada. Subi direto para o meu quarto, desejando evitar a todos. Ao abrir a porta, encontrei Blake lá dentro, sentada na minha cama, mas algo estava diferente nela. Seu semblante não era o de sempre; havia uma determinação fria em seus olhos.

— Estava esperando por você, priminha — disse Blake, um sorriso amargo no rosto.

— Como você pôde fazer isso comigo, Blake? Você não tem ideia do que eu fiz por você — falei, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

Blake levantou-se e se aproximou, sua expressão desdenhosa.  — Para de fingimento. Você se deu pra ele por livre e espontânea vontade.

Senti meu corpo tremer de raiva e dor. — Você não sabe o que está dizendo.

— Ele disse que você adorava quando ele te tocava — Blake retrucou, seus olhos brilhando com uma espécie de triunfo cruel.

— Ele me manipulou, Blake! Ele me deixou confusa e depois se aproveitou disso —  respondi, minha voz falhando enquanto um nó se formava na minha garganta.

Nesse momento, a porta do meu quarto se abriu de repente, e papai entrou. Eu e minha prima nos calamos imediatamente. Seu olhar era duro e implacável.

"Saia," ordenou papai a Blake.

Blake hesitou, fitando papai por alguns instantes. "Ela não é mulher pra você," disse ela, finalmente, antes de sair do quarto.

Ele fechou a porta atrás de si e veio em minha direção. Seu rosto estava sério, e havia uma raiva contida em seus olhos. Ele agarrou meu cabelo com força, levantando minha cabeça para que eu o olhasse nos olhos.

— Não quero mais aquele homem aqui. Você entendeu? — disse ele, sua voz baixa e ameaçadora.

Eu fiquei em silêncio, o medo paralisando minha voz. Ele interpretou meu silêncio como um sim. Papai se inclinou e me deu um selinho demorado, cheio de possessividade. Depois, me soltou abruptamente e saiu, fechando a porta atrás de si com um baque.

Fiquei ali, sozinha no quarto, tentando processar tudo o que havia acontecido. A dor, a raiva e o medo se misturavam dentro de mim, criando um turbilhão de emoções que eu não sabia como controlar. Sabia que precisava ser forte, mas naquele momento, tudo parecia desmoronar ao meu redor.

Após ele sair do meu quarto, senti um nó apertando meu estômago. Precisava de um momento para mim mesma, para processar tudo o que havia acontecido e tentar encontrar algum resquício de paz.

Segui para o banheiro e tomei um banho demorado, deixando que a água morna escorresse pelo meu corpo. Fechei os olhos, desejando que a água levasse embora toda a dor e angústia que estava sentindo. A sensação de limpeza física me trouxe algum alívio, mas não foi suficiente para apagar as cicatrizes emocionais que carregava.

Depois do banho, me enrolei em um roupão macio e voltei para o meu quarto. Sentei na cama e peguei meu celular. Fazia dias que eu tentava ligar para mamãe, mas ela nunca atendia. Dessa vez, estava determinada a conseguir falar com ela. Liguei e, mais uma vez, o celular chamou por duas vezes antes de cair na caixa postal.

"Por favor, mãe, atende," sussurrei para mim mesma, sentindo a frustração e a preocupação aumentarem. Algo de ruim poderia ter acontecido; ela sempre atendia minhas ligações, mesmo que fosse breve.

Não queria falar com papai, mas sabia que precisava descobrir o que estava acontecendo com minha mãe. Vesti-me rapidamente e desci as escadas, na esperança de encontrar alguém que pudesse me ajudar. A sala estava vazia, então fui para a cozinha. Era hora do almoço, mas não havia sinal de vida além da empregada.

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