SABRINA E O SEU MUNDO SECRETO |+18

Momento de descontração

Sabrina narrando

O som das risadas e das conversas se misturava com o cheiro de carne assando na churrasqueira. Era um dia quente, e o sol já começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa. Eu estava sentada na roda de amigos, ao lado de Dylan, que mantinha uma expressão relaxada enquanto trocava piadas com um dos caras.

Eu tentava acompanhar as conversas, mas me sentia um pouco deslocada. Javier estava ali também, sentado próximo, mas mantinha-se em silêncio, observando. Era estranho como ele parecia estar sempre me analisando, mesmo quando não estava falando diretamente comigo.

De repente, uma das amigas da Allana olhou para mim, interrompendo meus pensamentos.

— Ei, Sabrina, qual o seu sobrenome mesmo? — ela perguntou, curiosa.

Senti um leve aperto no peito antes de responder.

— Belmont... — disse, meio sem jeito, não gostava de falar sobre minha família.

— Belmont? Você é filha do senhor e da senhora Belmont? Já ouvi falar muito da sua família. — Outra pessoa da roda acrescentou, atraindo ainda mais atenção para mim.

— É, eu também! — alguém mais comentou, fazendo com que todos olhassem em minha direção.

Então, um rapaz mais distante da conversa se inclinou para frente, confuso.

— Nossa, eu nunca ouvi falar deles...

Tentei disfarçar o desconforto com um sorriso rápido e soltei uma risada nervosa.

— Acredite, você não está perdendo nada. — Falei, tentando soar casual, mas o peso das palavras me atingiu de forma inesperada.

Antes que mais perguntas surgissem, pedi licença:

— Com licença, pessoal... vou pegar uma água. — Levantei-me rapidamente, sentindo a necessidade de me afastar daquelas perguntas.

Caminhei para dentro da casa, o ar mais fresco me ajudando a respirar melhor. No corredor, enquanto seguia em direção à cozinha, dei de cara com Javier, que estava encostado na parede, os braços cruzados, como se estivesse me esperando.

Ele ergueu as sobrancelhas ao me ver.

— Tá tudo bem? — ele perguntou, com um tom de voz suave. — Não precisa se sentir deslocada nem nada assim. Se precisar falar com alguém, já que a Allana não está em casa, pode falar comigo.

Eu hesitei por um momento, surpresa com o jeito direto dele.

— Claro que eu sei que o Dylan também está por aqui... — Ele continuou com um sorriso leve, mas eu sentia a tensão no ar. — Mas se precisar de mais alguém, sabe onde me encontrar.

Antes que eu pudesse responder, senti os braços de Dylan me envolverem por trás. Ele me puxou suavemente para si e beijou o topo da minha cabeça.

— Tá tudo bem aqui? — Dylan perguntou, a voz carregada de carinho, mas também com uma leve sugestão de proteção.

Javier se afastou alguns passos, sorrindo de forma educada.

— Vou deixar vocês dois sozinhos. — Ele disse, com um tom brincalhão, mas havia algo por trás disso. — Aproveitem o churrasco, pombinhos.

Ele se virou e saiu, deixando apenas eu e Dylan no corredor.

Assim que Javier se afastou, senti Dylan me puxar um pouco mais perto. Ele olhou para mim com aquela expressão carinhosa que sempre me fazia sentir segura, mas com um toque de curiosidade nos olhos.

— Ei, desculpa por ter saído daquela forma lá fora. — Eu disse, meio sem jeito, me referindo ao momento desconfortável na roda de amigos.

Dylan passou os dedos pelo meu braço, de forma tranquilizadora.