Bônus

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Um ano depois

O ambiente era silencioso, exceto pelo suave tique-taque do relógio que marcava cada segundo. A psicóloga, uma mulher de meia-idade com olhos gentis e óculos que deslizavam levemente sobre o nariz, observava Dylan atentamente. Ele estava sentado à frente dela, o olhar perdido em algum ponto distante da sala. Parecia desconectado, quase ausente, mas ao mesmo tempo, uma energia sombria emanava de sua presença.

"Então, Dylan," a psicóloga começou com cautela, escolhendo as palavras cuidadosamente. "Você mencionou que tem pensado muito em vingança..."

Dylan respirou fundo, ainda sem encará-la diretamente. "Vingança... justiça... chame como quiser. Alguém precisa pagar pelo que aconteceu com Sabrina.”

Ele não podia esconder a amargura em sua voz. Era como se cada palavra carregasse um peso imensurável de dor e ódio, algo que ele carregava desde aquela noite fatídica. A psicóloga inclinou-se levemente, mantendo um tom calmo e compreensivo.

"Eu entendo sua dor," disse ela suavemente. "Mas pelo que você me contou, Sabrina parecia ser uma pessoa doce, amorosa. Você acha que é isso o que ela teria querido para você? Que se consumisse com vingança?"

Dylan fechou os olhos por um instante, tentando afastar a imagem de Sabrina que surgiu em sua mente: o sorriso dela, o som suave de sua risada, o jeito como ela o olhava. Mas esse brilho da memória logo foi of uscado pela escuridão do que ele tinha perdido.

"Ela era doce," ele murmurou, sua voz mais baixa, quase quebrada. "Mas isso não importa agora, não é? Ela se foi. E ele... ele ainda está aqui."

A psicóloga permaneceu em silêncio por um momento, dando espaço para que as palavras dele ecoassem. Mas antes que ela pudesse responder, Dylan se levantou abruptamente.

"Eu preciso ir," ele disse, sem olhar para trás. "Essa conversa... não vai me ajudar.”

Ela tentou chamá-lo, mas ele já estava fora da sala, a porta fechando-se com um leve clique.

Dylan dirigiu de volta para sua nova residência, localizada em uma área afastada, longe da cidade e do barulho que ele não suportava mais. O caminho era familiar, mas a sensação de vazio em seu peito era cada vez mais insuportável. Ele entrou na casa em silêncio, as sombras do lugar refletindo sua própria escuridão interna.

Andou até os fundos da casa, onde havia um quarto escondido, isolado. Abriu a porta pesada e entrou, o cheiro de metal e ferrugem impregnando o ar. No centro do quarto, Arthur estava pendurado por correntes, o corpo fraco, marcado por dias de tortura, mas ainda vivo ainda respirando, embora de forma irregular.

Dylan caminhou até uma pequena mesa ao lado da parede. Sobre ela, uma arma de choque estava descansando, esperando pelo próximo uso. Ele a pegou calmamente, seu olhar fixo em Arthur. Não havia mais vestígios de remorso em seus olhos, apenas uma frieza implacável.

Aproximou-se do corpo abatido de Arthur, observando por um momento o estado lamentável em que ele estava. "Hora de acordar, seu desgraçado," disse Dylan, sua voz baixa, mas carregada de rancor e veneno.

Ele pressionou a arma de choque contra o torso de Arthur e ativou o dispositivo. O corpo de Arthur se sacudiu violentamente com o choque, seus olhos se abrindo de repente, enquanto um grito sufocado escapava de seus lábios. Dylan manteve a pressão por mais alguns segundos, sentindo uma satisfação sombria ao vê-lo sofrer.

Quando finalmente parou, Arthur estava arfando, tentando recuperar o fôlego. Seus olhos estavam vidrados de dor e medo, mas também de desespero. Ele sabia que não havia saída.

Dylan se inclinou, o rosto agora a poucos centímetros do de Arthur, que estava com o corpo exausto e os braços presos nas correntes. "Sabe,” Dylan começou, sua voz fria como o gelo. "Eu estive pensando muito sobre o que fazer com você. Tortura parece

uma opção adequada, mas... isso seria fácil demais. Você merece algo pior. Eu vou te fazer sentir cada segundo de dor que Sabrina sentiu. Cada medo, cada desespero."

Arthur tentou dizer algo, talvez um pedido de clemência, mas antes que pudesse falar, Dylan o interrompeu com um soco seco no estômago, fazendo o corpo de Arthur balançar nas correntes.

Dylan deu alguns passos para trás, observando o resultado do seu ato. Não havia mais pressa. Ele estava preparado para fazer aquele sofrimento durar o máximo possível.

"Ela nunca quis que eu fizesse isso, sabia?" disse Dylan, com uma voz fria, mas com uma pitada de amargura. "Sabrina era boa demais para esse mundo. Mas isso aqui... isso é por mim. Não mais por ela."

Arthur balançou a cabeça levemente, como se ainda tentasse entender o que estava acontecendo, mas Dylan já havia perdido qualquer resquício de compaixão. Ele apertou o botão do choque novamente, e o corpo de Arthur se contraiu violentamente mais uma vez.

Dylan sorriu, um sorriso vazio, cruel. "Agora... vamos ver até onde você aguenta.”



The end

SABRINA E O SEU MUNDO SECRETO |+18 Onde histórias criam vida. Descubra agora