Uma Saída Oportuna

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Sabia exatamente quem havia escrito aquilo: Dylan. Só ele teria a ousadia de me enviar um bilhete assim em meio a um evento tão formal. O alívio e a leveza que senti ao ler suas palavras foram um pequeno bálsamo em meio à tensão da noite.

Enquanto guardava o bilhete em minha bolsa, papai retornou, seu olhar avaliando meu comportamento.
— Tudo bem? — ele perguntou, desconfiado.

— Sim, claro! — respondi, mantendo a expressão serena.

Ele não pareceu convencido, mas não insistiu. Continuamos a circular pelo salão, e a presença silenciosa do bilhete de Dylan em minha bolsa me dava uma força inesperada. Sabia que ele estava por perto, e isso me confortava de uma maneira que não conseguia explicar.

A noite seguiu, e eu desempenhei meu papel com precisão, mas a cada olhar furtivo para o salão, procurava por Dylan, esperando vê-lo entre a multidão.

Papai estava me conduzindo discretamente até o banheiro. Meu coração disparou, ciente de que algo ruim estava prestes a acontecer. Ao subirmos as escadas, apareceu um garçom que chamou a atenção de papai, informando que estavam o esperando na parte sul do salão e que ele deveria acompanhá-lo até lá.

Um alívio imediato percorreu meu corpo. Ele me olhou fixamente e disse,

— Não saia daqui, já volto. — Ele me deu um beijo no rosto antes de se afastar, deixando-me sozinha.

Assim que ele sumiu de vista, senti uma mão firme me puxando pela cintura, arrastando-me por uma porta que dava acesso à parte de trás do que parecia ser a cozinha.

O homem tirou a pequena máscara e revelou seu rosto. Era Dylan. Suspirei aliviada, um sorriso involuntário se formando em meus lábios.

— Vim te resgatar — ele disse, acariciando meu rosto com ternura.

— Não posso sair daqui, Dylan. Meu pai vai voltar a qualquer momento — sussurrei, a apreensão evidente em minha voz.

— Eu não aceito um não como resposta, Sabrina — respondeu ele com determinação.  — Vamos!

Sem esperar minha resposta, Dylan me puxou com ele. Nós saímos pelos fundos e entramos rapidamente em seu carro. Ele acelerou, saindo em alta velocidade. A adrenalina corria pelas minhas veias, mas ao mesmo tempo, uma sensação de liberdade tomava conta de mim. Abri o vidro do carro e deixei o vento acariciar meu rosto, sentindo-me viva como há muito tempo não sentia.

Dylan dirigia com confiança, os faróis iluminando a estrada à frente enquanto deixávamos para trás a opressão da festa e de Arthur. O silêncio entre nós era confortável, uma pausa bem-vinda depois da tensão da noite.

— Onde estamos indo? — perguntei, finalmente quebrando o silêncio.

— Você vai ver — respondeu ele, um sorriso misterioso brincando em seus lábios.

Após algum tempo, ele desacelerou e virou para uma estrada menos movimentada, cercada por árvores. O destino ainda era um mistério, mas confiava em Dylan. Ele parou o carro em um local isolado, onde apenas o som da natureza nos rodeava.

— Estamos aqui — disse ele, saindo do carro e abrindo a porta para mim.

Desci do carro e olhei ao redor. Estávamos em uma clareira iluminada pela lua, o cenário parecia saído de um conto de fadas. Dylan pegou minha mão e me conduziu até o centro da clareira, onde havia um pequeno piquenique preparado, com uma manta no chão e uma cesta de vime.

— Surpresa — disse ele, seus olhos brilhando.

— Você fez tudo isso por mim? — perguntei, sentindo-me tocada pelo gesto.

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