A Outra Face

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Ao chegar em casa depois da aula, sinto um nó se formar em minha garganta ao ver o olhar furioso de papai direcionado a mim. Engolindo em seco, tento manter a calma, mas meu coração bate descontroladamente no peito.  Papai pergunta, com a voz carregada de raiva:

- Onde você estava, Sabrina? Por que demorou tanto?

Sinto um frio percorrer minha espinha. não queria desapontar  papai, mas também não queria admitir que tinha mentido para ele. Com as mãos tremendo, decidi inventar uma desculpa.

- Fiquei depois da aula por mal comportamento, pai - minto, desviando o olhar para evitar encará-lo nos olhos.

O rosto dele se contorce em uma expressão de pura frustração.  fechou o punho com força, dando passos lentos em direção a mim. Me encolhi, temendo pela reação de meu pai. Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, a empregada da casa entrou na sala, quebrando a tensão no ambiente.

- O almoço está servido, senhor - anunciou a empregada, lançando um olhar de advertência para mim.

Papai pareceu respirar fundo, controlando a raiva que transbordava dentro dele. Ele fez um gesto para que todos se sentassem à mesa, tentando deixar de lado a discussão que poderia se desencadear.

Durante o almoço, o clima na mesa era pesado. Eu mal conseguia saborear a comida, pois a mentira que tinha contado pesava em minha consciência como uma pedra. Eu sabia que mais cedo ou mais ele acabaria sabendo da verdade.

Ao final do almoço tenso,  não tive coragem de confessar a verdade para papai. Sei que ele ficará furioso em saber que estive sozinha com Erik e ainda mais que ele me beijou, ainda não sei o que vou fazer sobre isso. Antes de eu me retirar da mesa, papai me deteve com um olhar sério.

- Sabrina, mais tarde eu passarei em seu quarto. Certifique-se de estar usando algo confortável. Precisamos conversar - disse ele, com a voz carregada de tensão e determinação.

Engulo em seco mais uma vez, sem saber o que esperar daquela conversa que ainda estava por vir. Me levanto da mesa, evitando encarar o olhar pesaroso de meu pai, e sigo em direção ao meu quarto com o coração acelerado.

Ao fechar a porta atrás de mim, se jogo na cama, sentindo-me sufocada pela mentira que tinha contado. Eu sabia que não poderia adiar mais o momento de confessar a verdade para meu pai, mas o medo me paralisa. Horas passaram e o tempo parece arrastar-se lentamente.  Ouço batidas na porta e minha respiração acelerou. Meu pai entrou no quarto, fechando a porta atrás de si. Ele sentou-se na beirada da cama, olhando nos meus olhos.

- Esteve com aquele garoto? Está interessada nele? - perguntou ele, com a voz pesada de tensão.

Sinto as lágrimas brotarem em meus olhos. Fico sem saber o que dizer e então ele pede para que eu me levante. Ele se acomoda melhor e coloca suas costas na cabeceira da minha cama e me coloca sentada em seu colo. “Ninguém nunca vai tirar você de mim, minha bonequinha!” Nesse instante os azuis de seus olhos ficam intensos, ele aperta seu corpo contra o meu com mais força. Começa a cheirar meu pescoço… “P-papai, acho que talvez a gente… s-só por um instante devesse pensar no que estamos fazendo.” Digo quase num fio de voz. Nesse momento seu semblante muda completamente, ele puxa minha cabeça para trás segurando em meus cabelos. “ É esse seu coleguinha que está fazendo sua cabeça, né!” Ele diz com uma voz ríspida. Assustada começo a chorar, mas ele não parece se importar, levanta minha blusa e chupa meu peito, o que antes me dava sensações boas neste instante só sinto repulsa e nojo. Peço que ele pare, o que faz ele apenas me causar mais dor e desconforto. Ele aperta o bico do meu peito com os dentes, dói e começa a arder, ele para e solta meus fios loiros. Olho para ele e seus lábios está com sangue, ele nos une em um beijo tosco e violento. Com rapidez ele me vira de bruços e afasta minha calcinha, meu coração bate de forma descompensada, sinto que me falta o ar, as lágrimas apenas rolam pelo meu rosto, sinto vontade de gritar…pedir socorro… por um instante penso que talvez aquele não seja meu pai. A cada estoca sinto como se tivesse rasgando minha intimidade, tudo que quero é que acabe logo. Fecho meus olhos e vejo Erik, com aquele cabelo desarrumado, aquele sorriso gentil, seus lindos olhos esverdeados. Saio de meus pensamentos ao ouvir o barulho da porta se fechando, me encolho na cama e apenas choro.

SABRINA E O SEU MUNDO SECRETO |+18 Onde histórias criam vida. Descubra agora