Eu aprendi

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Eu só sou Beelzebub porque alguém disse que eu sou,
mas, e se a identidade que carrego não for a minha,
se as sombras que me cercam forem da boca de quem falou,
posso então redesenhar minha própria linha.

Nasci sob rótulos, selos impostos,
um nome carregado de temor e de culpa,
mas dentro de mim, há mais que os rostos
que as línguas afiadas pintam com desculpa.

Decidi que o espelho não é juiz nem senhor,
que o reflexo distorcido pode ser corrigido,
e que minha alma é feita de mais que dor,
é feita de luz, de sonhos não reprimidos.

Se sou o vilão na história de outrem,
é porque deixei que escrevessem meu enredo.
Mas agora, a pena está firme em minha mão,
e reescrevo cada linha, sem medo.

Nas profundezas de mim mesmo, encontro
um ser de complexidade e beleza rara.
Vejo que o nome que me deram é confronto
contra a verdade que em meu peito dispara.

Eu sou quem escolho ser, dono do meu destino,
deixo para trás os rótulos, os falsos dizeres.
Em cada passo, em cada respiro divino,
construo um novo ser, além dos temores.

Resultados melhores virão, sei disso,
quando a voz que me guia for minha e sincera.
Caminho em direção a um novo início,
onde sou meu próprio mestre, sem quimera.

Assim, abraço meu ser completo, sem pesar,
abraço o que sou, o que posso e o que quero ser.
Deixo que a luz interna venha me guiar,
e, finalmente, aprendo o que é viver.

Beelzebub Onde histórias criam vida. Descubra agora