Infinity | Romance gay

「 41 」

Dentro de 24 horas aconteceu a audiência de custódia e a decisão judicial, também não demorou muito para que Gael e Dante fossem transferidos para o presídio, foram para lugares diferentes.

Quando Gael estava saindo da delegacia escoltado, jornalistas correram para conseguir arrancar algumas informações dele, no entanto, ele apenas sorriu e tentou acenar com as mãos algemadas, por dentro ele estava tremendo, por fora, ele queria parecer bonito, afinal, estaria saindo na maioria dos jornais do país.

Os flashes das câmeras criavam uma tempestade de luzes ao redor de Gael, dificultando a sua visão enquanto ele avançava em direção ao camburão. O sorriso que ele forçava em seu rosto contrastava com o caos seu redor. Já Dante, ignorou tudo enquanto era direcionado para o carro, sem fazer nenhum contato visual.

Assim que as portas do veículo se fecharam, o barulho exterior foi substituído pelo silêncio pesado do interior do camburão. Gael finalmente permitiu-se relaxar um pouco e abandonar aquela falsa despreocupação que queria passar.

As portas do camburão se abriram com um rangido metálico e Gael foi puxado para fora pelos agentes penitenciários.

A primeira visão que teve foi de uma muralha alta e cinzenta, com arame farpado enferrujado no topo, o portão de ferro maciço rangeu ao abrir, revelando um pátio de concreto onde alguns presos andavam de um lado para o outro, guardas armados observavam tudo de torres elevadas.

Assim que entrou no pátio, Gael foi levado para a área de triagem. Um guarda de expressão mal humorada pegou seus pertences e os colocou em uma sacola plástica etiquetada. Gael foi então conduzido para uma pequena sala onde teve que tirar toda roupa. A revista foi humilhante, depois teve que vestir a camisa verde e calça azul de presidiário, foi levado para uma sala onde tiraram suas digitais e tiraram uma foto para o registro.

Gael foi levado pelos corredores estreitos e sujos da prisão, o som das portas de metal se fechando e de conversa ecoavam pelo local. As paredes eram marcadas por grafites e rabiscos, e marcas vermelhas que podiam facilmente ser sangue, ele não duvidava.

Gael finalmente chegou à ala onde ficaria, os agentes o empurraram para dentro de uma cela sem se importar se estavam sendo grosseiros ou não, a não era muito diferente da que ele ficou já delegacia, as paredes cinzentas pareciam absorver toda a luz que entrava pela pequena janela, tinha dois beliches, um deles estava vazio, os outros três eram ocupados por outros presos com quem ele dividiria a cela.

- E aí, firmeza? - Disse ele, na sua melhor tentativa de parecer um hétero top.

Ele correu o olhar pelo ambiente, foi até a pequena janela e avistou um pedaço do pátio e, ao longe, outras alas da prisão. Viu grupos de presos reunidos, alguns conversando, outros apenas observando o movimento. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao pensar que ficaria naquela bomba de lugar por tempo indeterminado, mas esperava sair dali logo. Gael sabia que precisava ser forte, manter a cabeça erguida e não demonstrar medo, e ele estava determinado a dar seus pulos pra sobreviver ali dentro.

Gael sentou-se na cama, avaliando os outros presos dali e decidiu que a melhor chance do seu recém feito plano de sobrevivência na cadeia era saber ter contatos e fazer amizades por ali, então ele começou a puxar assunto.

Em outro presídio, Dante foi recebido com a frieza típica do sistema carcerário, passando também pela burocracia inicial, a revista minuciosa, e a entrega dos uniformes que ele jamais pensou em usar, as paredes cinzentas e o ambiente hostil não deixavam dúvidas que aquela era uma situação de merda.

Diferentemente de Gael, Dante mantinha um semblante sério e distante, ele não tinha interesse em atrair atenção, sua prioridade era entender o terreno em que estava pisando, as notícias chegavam aos ouvidos até dos presidiários e era questão de tempo até seus companheiros de cela descobrirem que ele era policial e tentarem arranjar confusão ou algo do tipo.