κεφάλαιο 77

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// C A P Í T U L O  77 \\

" Olho por Olho, Dente por Dente "
• 𖥸 •

Voar não era novidade nenhuma para Rose, fosse em forma de ave ou sob a luz da lua, era algo que ela treinava diariamente, mas ainda assim, aquilo foi completamente novo. O cheiro das árvores sob o sol, o vento e a curvatura das asas de metal, elevando seu corpo como se fossem plumas, foi incrível.

Ela estava sorrindo, até que olhou para trás e viu os outros batendo os braços como patos. Despencando na direção do vale e das pedras vermelhas abaixo.

— Abram os braços e juntem as pernas! ‐ Rose gritou, meio em pânico, temendo pelas vidas deles.

Por um milagre, todos escutaram, seguindo seu conselho em meio ao pânico. Eles abriram os braços, deixando as penas, encontrarem o vento, e sua queda desacelerou. Percy e Clarisse eram os mais desajeitados, mas conseguiram descer planando num ângulo controlado o suficiente.

— Uhu! ‐ Percy gritou. Subindo e mergulhando no ar.

— Tenta me alcançar, Jackson! ‐ Clarisse gritou, mergulhando na frente dele.

Rose sorriu. Um pouco acima, Rachel, Annabeth e Nico espiralando no céu, reluzindo ao sol. Rose bateu a asas e girou, olhando para atrás, a fumaça subia das janelas da oficina de Dédalo, ela ainda estava irritada com ele, mas esperava que ele e a sra. O’Leary estivessem bem.

— Aterrissem! ‐ gritou Annabeth — As asas não vão durar para sempre.

— Quanto tempo? ‐ gritou Rachel.

— Não quero descobrir! ‐ disse Annabeth.

Eles desceram em direção ao Jardim dos Deuses. Descreveram um círculo completo em torno de uma das torres de pedra, assustando alguns alpinistas. Então, os seis planaram acima do vale, sobrevoando uma estrada e pousaram no terraço do centro de visitantes. Era fim de tarde e o lugar estava relativamente vazio, mas arrancaram as asas o mais rápido que puderam. Annabeth tinha razão, as faixas autoadesivas que as prendiam nas costas já começavam a se dissolver, e as penas de bronze já se soltavam.

Era lamentável, mas não poderiam consertá-las nem deixá-las para que fossem encontradas pelos mortais, então as jogaram na lixeira do lado de fora da lanchonete.

Rose usou o binóculo para turistas para olhar a colina onde estivera a oficina de Dédalo, mas a mesma havia desaparecido. Não havia mais fumaça. Nem janelas quebradas. Apenas a encosta de uma colina.

— A oficina sumiu ‐ ela disse, se afastando do binóculo para olhar o grupo.

— Deve ter se deslocado ‐ deduziu Annabeth — Não temos como saber para onde.

— E o que fazemos agora? ‐ Percy perguntou — Como voltamos ao Labirinto.

Clarisse olhou para o alto da Pikes Peak a distância.

— Talvez não tenha como. Se Dédalo morreu...

— Sim, ele disse que sua força vital estava ligada ao Labirinto ‐ Annabeth lembrou — Toda a obra pode ter sido destruída.

— Mas pode ter detido a invasão ao acampamento ‐ Clarisse respondeu.

Rose e Percy trocaram um olhar, ambos pensando em Grover e Tyson, que ainda poderiam estar em algum lugar lá embaixo. E em Dédalo, que embora tivesse feito coisas terríveis e colocado todos eles em risco, não parecia merecer uma morte horrível daquelas.

— Não ‐ disse Nico — Ele não tá morto.

— Como sabe? ‐ Rose perguntou.

— Eu sei quando as pessoas morrem ‐ Nico deu de ombros — É uma sensação que tenho, como um zumbido nos ouvidos.

ÁGAPE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora