κεφάλαιο 04

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// C A P Í T U L O 04 \\

"Acampamento Meio-Sangue"
• 𖥸 •

Rosalind sentia todo o seu corpo dolorido e cansado, um cansaço que nunca sentiu antes em toda sua vida. Flashs de momentos passavam em sua mente como um atormentador sonho ruim que nunca acabava. Toda vez que que tentava abrir os olhos, suas pálpebras pareciam pesar toneladas, mas ela teve um ou outro momento de lucidez, em um momento ela teve certeza de estar sendo alimentada por algo que parecia pudim, mas tinha gosto de cookies recém assados. E em algum momento ela viu uma sombra de alguém, parecia uma garota, talvez tivesse cabelos castanhos.

Quando Rose finalmente despertou de verdade, logo percebeu que estava deitada em uma cama num quarto desconhecido. Ela se levantou assustada, mas relaxou ao ver Grover.

– Calma, calma. Tá tudo bem... ‐ Grover segurou os ombros dela gentilmente.

– Grover... o que...?

– Sou eu, está tudo bem. Está segura, estamos no acampamento.

Grover tentou transmitir calma à Rosalind, enquanto ela raciocinava suas últimas lembranças. Semideuses, monstros, seu pai, Sally...

– Onde está o Percy?! ‐ ela perguntou preocupada.

Grover apontou para o lado oposto do quarto, onde havia outra cama, Percy estava dormindo nela. Ele parecia tranquilo e bem, o que fez a loira relaxar um pouco.

– Os curandeiros disseram que ele vai acordar logo ‐ disse o sátiro.

– Bom... ‐ Rose relaxou, sentindo suas extremidades ainda doloridas.

– Aqui, toma isso ‐ Grover lhe estendeu um copo com canudo.

Rose nem se importou em ver o que era, sua boca estava seca. Ela pegou o copo, levando o canudo aos seus lábios, o líquido, seja lá o que fosse, tinha gosto de torta de morango, não suco, torta, era a sua favorita, se. Ela não quis saber como que um líquido tinha gosto de torta, apenas tomou tudo, e imediatamente se sentiu bem.

– Melhor? ‐ Grover perguntou.

– Muito ‐ ela suspirou.

– É o efeito do néctar, ele cura e revigora os semideuses.

– Semideuses... deuses... ‐ ela murmurou, então olhou para Grover, mais especificamente para suas pernas de bode – Você é um sátiro mesmo...

– Rose... eu sinto muito. Seu pai... a mãe do Percy... minha missão era proteger vocês e‐

– Não foi sua culpa ‐ a loira murmurou – Sua missão era trazer Percy e eu aqui, você conseguiu... estamos aqui.

Seus olhos se fixaram em Percy, enquanto seu coração doía como nunca na vida. Ela se sentia péssima, horrível, queria gritar e chorar, talvez quebrar algumas coisas, mas também sabia que precisava ser forte, assim como seu pai a ensinara.

Grover segurou as mãos de Rosalind com carinho, oferecendo um apoio silencioso. Ele conhecia sua amiga, sabia que ela era mais sensível do que gostava de aparentar, sempre escolhendo retrair suas emoções por medo de incomodar.

O silêncio do quarto era quebrado apenas pelo suave respirar de Percy e o som distante da movimentação no acampamento.

– Eu posso sair? ‐ Rose perguntou – Eu preciso de ar.

– Pode sim, eu vou ficar aqui com o Percy.

Rose se levantou, ela estava usando calças de malha e uma camiseta branca, seus sapatos e casaco estavam em uma cadeira próxima. Ela calçou os tênis amarelos cheios de desenhos e rabiscos –feitos por ela mesma toda vez que se distraía com uma caneta na mão– e pegou seu casaco. Não estava frio, mas ela sentia a necessidade de se fechar.

ÁGAPE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora