πρόλογος

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// P R Ó L O G O \\
• 𖥸 •

Primavera, a estação das flores e do renascimento, a favorita de muitos. Em belo jardim de uma mansão sinuosa, uma garotinha de cabelos dourados caminhava, sentindo o perfume das flores no ar e se admirando com as borboletas voando entre os canteiros coloridos.

– Olhe, Rose.

A voz de seu pai chamou-lhe a atenção. Girando na direção de sua voz, ela encontrou o mesmo em um canteiro próximo segurando um vaso de tulipas vermelhas.

– Quer me ajudar a plantar essas? ‐ ele perguntou.

Ela sorriu, correndo até o mais velho com entusiasmo. Juntos, pai e filha se ajoelharam na terra macia, plantando as tulipas com cuidado no canteiro. O sol dourado da primavera aquecia seus rostos enquanto compartilhavam sorrisos.

O pai orgulhoso olhava sua filha com carinho, encantado com a forma como ela tratava a flor com tanta delicadeza. Ele sempre se admirava com como as flores pareciam se exibir mais na presença de sua filha, ela era o seu pequeno raio de sol.

Em aparência, Rosalind –Rose–, não era muito parecida com seu pai. Ele era quase pálido e tinha cabelos escuros como tinta, enquanto que ela era loira e tinha uma pele porcelanada beijada pelo sol. Contudo, ambos compartilhavam um grande amor pela natureza, música e dias ensolarados.

– As flores estão tão bonitas ‐ Rose comentou, ainda distraída com o canteiro.

– Sim, Perséfone deve estar feliz ‐ ele respondeu.

– Quem?

Seu pai sorriu, explicando:

– Perséfone, ela é uma deusa grega, quem trás a primavera e faz as plantas renascerem. Diz a lenda que quando ela sorri, as flores desabrocham.

Rose arregalou os olhos, fascinada.

– Ela deve ser tão bonita... e mágica!

Seu pai riu, concordando. Uma brisa suave passou, balançando as folhas das árvores ao redor, e fez a franja de Rose cair em seus olhos.

O mais velho tirou uma de suas luvas, levando a mão ao rosto da filha para colocar a mecha loira para trás.

– Às vezes, é bom acreditar em um pouco de magia, não acha?

Rose assentiu, imaginando um toque divino nas flores que ela tanto amava. Enquanto trabalhavam, Rose murmurava uma canção, ela tinha uma bela e doce voz.

Alguém se aproximou causando uma pequena sombra nos dois.

– Matthew ‐ chamou a voz masculina.

Matthew ergueu a cabeça ao ouvir seu nome, avistando o homem de aparência imponente se aproximando. Era Osmar, o mordomo da enorme mansão, ele era muito sério, educado, mas também meio rude, como se tivesse alguma ideia de superioridade, mesmo que ele também fosse apenas um dos empregados da mansão.

– Senhor Osmar, boa tarde ‐ Matthew se levantou de imediato.

Rose, um pouco acanhada, acabou se afastando, normalmente ela seria sociável, mas ela não gostava de Osmar. Ele lhe lembrava uma cobra, e Rosalind não gostava de cobras.

ÁGAPE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora