κεφάλαιο 58

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// C A P Í T U L O  58 \\

O Conselho dos Deuses
• 𖥸 •

Eles aterrissaram em Crissy Field depois do cair da noite. Assim que o dr. Chase desceu de seu Sopwith Camel, Annabeth correu para ele e lhe deu um grande abraço.

– Papai! Você voou... você atirou... ah, meus deuses! Isso foi a coisa mais incrível que eu já vi!

O pai dela corou.

– Bem, não foi tão mau para um mortal de meia-idade, eu acho.

– Mas e as balas de bronze celestial? Onde você as conseguiu?

– Ah, bem. Você deixou algumas armas de meios-sangues em seu quarto na Virgínia, da última vez que... partiu.

Annabeth baixou os olhos, envergonhada. Notaram notou que o dr. Chase tomou todo o cuidado para não dizer fugiu.

– Resolvi derreter algumas para fazer o invólucro de projéteis ‐ continuou ele – Foi só um pequeno experimento.

Ele falou como se aquilo fosse algo simples e tranquilo, mas tinha um brilho nos olhos. Rose sorriu levemente, de repente, fez muito sentido que Athena, a deusa da sabedoria e da guerra, tivera uma queda por ele. No fundo, era um excelente cientista louco.

– Papai... ‐ balbuciou Annabeth.

– Rose, Annabeth, Percy ‐ interrompeu Thalia. Havia urgência em sua voz.

Ela e Ártemis estavam ajoelhadas ao lado de Zoë, envolvendo em ataduras os ferimentos da caçadora. Rose correu para ajudar, os outros logo atrás, mas não havia muito que pudessem fazer. Estava escuro, mas dava para ver que Zoë não estava nada bem. Ela tremia, e o brilho suave que em geral pairava em torno dela estava se apagando.

– É muito grave pra eu curar ‐ Rose disse, em pânico, então olhou para Ártemis – Você não pode curar ela com magia? Você é uma deusa.

Ártemis parecia aflita.

– A vida é uma coisa frágil, criança. Se as Parcas quiserem cortar os fios, há pouco que eu possa fazer. Mas posso tentar.

Ela tentou pousar a mão na lateral do corpo de Zoë, mas a mesma segurou seu braço. A Caçadora olhou dentro dos olhos da deusa, e algum tipo de entendimento aconteceu entre elas.

– Eu... vos servi bem? ‐ sussurrou Zoë.

– Serviu com grande honra ‐ disse suavemente Ártemis – A melhor de minhas tenentes.

O rosto de Zoë relaxou.

– Descanso. Finalmente.

– Posso tentar curar o veneno, minha brava Caçadora.

Mas, naquele momento, souberam que não era só o veneno que a estava matando. Fora o golpe final de seu pai. Zoë soubera todo o tempo que a profecia do Oráculo lhe dizia respeito: ela morreria pela mão do pai. E, no entanto, ela se empenhara na busca. Escolhera os salvar, e a fúria de Atlas a havia partido por dentro. Ela olhou diretamente para Rose.

– Não mude quem você é... ‐ Zoë disse, fraca – Obrigada por compartilhar de sua luz comigo, Rose.

Rose assentiu, sem conseguir responder mais que isso com as lágrimas descendo por suas bochechas.

Em seguida, Zoë olhou para Thalia e tomou-lhe a mão.

– Lamento que tenhamos discutido tanto ‐ disse Zoë – Poderíamos ter sido irmãs.

ÁGAPE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora