ÁGAPE || Clarisse La Rue

κεφάλαιο 31

// C A P Í T U L O 31 \\

“ Titanic ”
• 𖥸 •

Quando se pensa em um mar de monstros, o lógico a se imaginar é um lugar horrível e assustador, com uma criatura bizarra e mortal em cada canto, mas, à primeira vista, Mar de Monstros não parecia diferente de qualquer outro –a água era azul esverdeada, a brisa salgada, e o céu azul com um sol brilhante e quente. Contudo, se prestasse atenção, o mistério estava lá, espreitando, esperando pela primeira distração.

Na cabine de capitão do Birmingham, sentados a mesa estavam Clarisse, Rose, Percy, Tyson e Annabeth, respectivamente ao redor da mesa retangular. O clima era um pouco tenso, era hora de colocar tudo em pratos limpos e decidir o que fariam.

Aquela missão, embora fosse para salvar o acampamento, era também um resgate, uma busca por reconhecimento e um atendimento ao chamado inerente de um destino. Aquela missão não poderia ser individual e Clarisse sabia bem.

Clarisse suspirou, sentindo o peso da escolha que recaía sobre ela, mesmo sabendo o que era o certo a se fazer. Até que sentiu Rose segurar sua mão por baixo da mesa, transmitindo um apoio silencioso.

– Bem, já que sem mim é bem óbvio que vocês vão morrer ‐ Clarisse começou, desviando o olhar para a mesa – Eu decidi ser legal e ajudar vocês.

– Você vai ajudar a gente? ‐ Percy ironizou.

Rose olhou para ele com um sorriso conformado e fazendo um sinal de "só aceita".

– Não me interprete mal, Jackson. Isso é só pelo acampamento mesmo ‐ Clarisse respondeu com uma expressão séria, mas havia algo nos olhos dela que contradizia suas palavras.

– Tá né... ‐ Percy respondeu, dando de ombro.

– De qualquer forma, temos que ter um plano ‐ Annabeth interveio, tentando manter o foco – Sabemos de alguns dos perigos do Mar de Monstros por causa das histórias, mas não dá pra baixar a guarda.

– Temos um barco, uma equipe grande e um objetivo claro ‐ Rose respondeu – Grover e o Velocino estão na ilha de Polifemo.

– E não temos muito tempo ‐ disse Percy, um pouco tenso – Pelo meu último sonho... Grover só tem mais três dias no máximo.

– Relaxa, o Birmingham é umas das embarcações de guerra mais rápidas que criaram ‐ Clarisse deu de ombros.

Isso era verdade, em uma noite e poucas horas eles cruzaram o continente sem problemas. Então só poderiam torcer para que continuasse assim.

A reunião seguiu com todos contribuindo com ideias. A tensão inicial começou a se dissipar, substituída por um senso de propósito compartilhado entre eles. E, mesmo que Clarisse insistisse que não estava fazendo isso por eles, ficava claro que, de alguma forma, todos ali estavam no mesmo barco, literal e figurativamente.

Clarisse não disse nada sobre Tântalo ou seu pai, nem era necessário, Rose não a forçaria a falar e não era isso que importava para Percy, ele não ligava que Clarisse quisesse a aprovação de seu pai, até porque no fundo ele também queria a aprovação de Poseidon, mas seu principal foco era salvar Grover. Embora o Jackson não pudesse negar que ficava feliz de ser Clarisse ali e não qualquer outro, porque ela era alguém em quem sabia com certeza que podia confiar, mesmo que grande parte de suas conversas fossem à base de insultos.

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Depois da reunião, acabaram fazendo uma excursão pelo navio, já que ficariam nele. Clarisse liderou o tour por acomodações escuras lotadas de marinheiros mortos, mas que já haviam se mostrado muito simpáticos e prestativos. Viram o depósito de carvão, as caldeiras e o motor, a casa do leme, o paiol de pólvora e o convés de artilharia (o favorito de Clarisse), com dois canhões Dahlgren de cano liso a bombordo e a estibordo e um canhão Brooke estriado de nove polegadas na proa e na popa –todos especialmente adaptados para disparar balas de bronze celestial.