κεφάλαιο 107

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// C A P Í T U L O 107 \\

Eu e Você "
• 𖥸 •

O restante do dia foi tão estranho quanto o começo. Os campistas continuaram chegando aos poucos de Nova York –de carro, pégaso ou carruagem. Os feridos foram levados para a enfermaria enquanto os outros preparavam o anfiteatro para as despedidas.

Ao pôr do sol, uma grande fogueira foi feita no anfiteatro onde aqueles que se foram receberam todaos os ritos funerários apropriados junto à fogueira. A mortalha cor-de-rosa de Silena foi queimada e tanto o chalé de Ares quanto o de Afrodite reivindicaram seu reconhecimento como heroína e atearam fogo à mortalha juntos. O coração de Rose apertou quando não viu Drew ali.

Mesmo Ethan Nakamura recebeu uma mortalha –de seda preta com o desenho de duas espadas cruzadas debaixo de um par de balanças. Enquanto sua mortalha se consumia em chamas, Rose desejou que Ethan soubesse que, no fim, havia feito diferença. Ele pagara com muito mais do que um olho, mas os deuses menores finalmente teriam o respeito que mereciam.

As mortalhas do chalé de Apolo foram queimadas por seus quatro sobreviventes, enquanto a fumaça dourada subia aos céus, os quatro cantaram. Esperavam que suas vozes chegassem aos seus irmãos e que eles fizessem a passagem em paz, pois sua morte não foi em vão. Eles deixaram que Jake queimasse a mortalha de Michael e Mark a de Derek.

Pólux e Vinci queimaram a mortalha de sua irmã, Violett. Conforme a fumaça das mortalhas ascendia, misturando-se com as cores alaranjadas e rosadas do céu ao pôr do sol, o anfiteatro inteiro estava imerso em uma reverência silenciosa. Os estalos da fogueira eram quase os únicos sons presentes, além de alguns soluços distantes. O luto pairava sobre o acampamento como um véu pesado.

O jantar no pavilhão foi discreto. O único ponto de destaque foi Juníper, a ninfa das árvores, que gritou "Grover!" e pulou em cima do namorado, abraçando-o e fazendo todos aplaudirem. Os dois desceram para a praia para dar uma caminhada à luz da lua.

A sra. O'Leary brincava por ali, feliz, comendo os restos de todas as mesas. Nico sentou-se à mesa principal com Quíron e o sr. D, e ninguém parecia pensar que ele estava deslocado ali. Todos davam tapinhas nas costas de Nico, cumprimentando-o por seu desempenho na luta. Mesmo os filhos de Ares, sob o olhar atento de Clarisse, o cumprimentaram alegremente.

Lentamente, a turma do jantar foi se dissipando. Alguns seguiram para a fogueira para uma cantoria e outros foram dormir, estava mesmo precisando. Percy ficou sozinho na mesa de Poseidon até que Rose se aproximou e sentou ao lado dele. Ele notou o envelope nas mãos dela, o mesmo que ele tinha visto mais cedo.

— Ei... - Rose disse, a voz suave, quase cautelosa.

— O que é isso? - Percy perguntou de imediato, apontando para o envelope, tentando não soar preocupado.

Rose hesitou por um momento, olhando para o papel e soltou um suspiro.

— Mamãe e Paul têm me ajudado a procurar pela família do meu pai na Inglaterra.

Percy franziu o cenho, um misto de confusão e apreensão tomando conta dele.

— Família do seu pai? Mas... - ele começou, tentando entender — Quer dizer, por que agora? Depois de tanto tempo, você vai... embora?

— O que? Não! - Rose exclamou — O que eu ia fazer na Inglaterra? - ela riu — Eu só... queria saber ser tinha mais alguém. Eu amo a nossa família, de verdade. Você, a mamãe, agora o Paul, eu amo vocês. Mas... eu sou uma Garcia.

— Você também é uma Jackson.

— E eu amo ser uma Jackson - Rose sorriu — Mas eu queria conhecer mais sobre esse passado, queria saber mais dos meus avós, da minha cultura... entende?

ÁGAPE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora