κεφάλαιο 38

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// C A P Í T U L O 38 \\

Nosso irmão!
• 𖥸 •

Eles chegaram a Long Island logo depois de Clarisse, graças à capacidade de deslocamento dos centauros. Rose foi junto de seu mais novo amigo, o centauro Jearo. E Percy foi junto de Quíron, mas não conversaram muito, especialmente sobre Cronos. Percy sabia que tinha sido difícil para ele lhes contar aquilo e não queria pressioná-lo com mais perguntas.

Quando chegaram ao acampamento, os centauros estavam ansiosos por conhecer Dionísio. Tinham ouvido falar que ele promovia festas insanas, mas ficaram desapontados. O deus do vinho não estava com disposição para celebrar quando o acampamento inteiro se reuniu no topo da Colina Meio-Sangue.

O acampamento acabara de passar por duas semanas difíceis. O chalé de artes e ofícios fora totalmente queimado no ataque de um Draco Aionius (um dragão cuspidor de lava). Os quartos da Casa Grande estavam transbordando de feridos. As crianças do chalé de Apolo, que eram os melhores curandeiros, estiveram trabalhando horas a fio nos primeiros socorros.

Todos pareciam exaustos e maltratados quando se reuniram em volta da árvore de Thalia. No momento em que Clarisse pendurou o Velocino de Ouro no galho mais baixo, o luar pareceu clarear, passando de cinzento para um prata-claro. Uma brisa fresca sussurrou entre os galhos e fez o capim ondular até o vale. Tudo entrou em um foco mais nítido –a luz dos vaga-lumes nos bosques, o aroma dos campos de morangos, o som das ondas na praia.

Aos poucos, as agulhas do pinheiro começaram a esverdear, perdendo o tom marrom. Todos vibraram. Estava acontecendo devagar, mas não havia dúvida de que a mágica do Velocino penetrava na árvore, enchendo-a com uma força nova e expelindo o veneno.

Quíron ordenou vigia vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, no topo da colina, pelo menos até que pudesse arranjar um monstro apropriado para proteger o Velocino. Disse que publicaria um anúncio no Semanário do Olimpo imediatamente. Nesse meio-tempo, Clarisse foi carregada nos ombros por seus companheiros de chalé até o anfiteatro, onde foi homenageada com uma coroa de louros, muita comemoração em volta da fogueira e, lógico, fogos de artifício.

Ninguém deu a menor atenção a Rose, Annabeth ou a Percy. Era como se nunca tivessem partido. E os três sabiam que era o melhor agradecimento que poderiam receber, porque, se admitissem que tinham fugido e quebrado as leis do acampamento para realizar a missão, teriam que os expulsar. E, na verdade, nenhum deles queria mesmo mais
nenhuma atenção. Era boa a sensação de ser apenas um dos campistas, para variar.

Mais tarde, naquela noite, quando estavam assando guloseimas e ouvindo os irmãos Stoll os contarem uma história de fantasmas sobre um rei perverso que fora comido vivo por doces demoníacos no café da manhã, Clarisse se aproximou.

Ela deu um empurrão nem tão forte em Percy e disse um tanto baixo:

– Parabéns, nanico.

E essa foi a coisa mais gentil que ela já lhe disse. Em seguida, a cacheada se aproximou de Rose com um sorriso enorme e a pegou nos braços, levando‐a para longe, em direção ao bosque.

– Sabe, eu gostaria muito que vocês não estivessem sempre a ponto de se esganar ‐ disse Rose, entrelaçando seus braços no pescoço da cacheada.

– Aí não teria graça ‐ Clarisse respondeu, rindo levemente, sem parar de andar.

– E eu posso saber pra onde está me levando?

– A guerreira volta vitoriosa e fica com a princesa, não é óbvio?

Rose sorriu se deixando ser levada pelo bosque, se afastando um pouco das luzes da fogueira e da festa. O ambiente estava sereno, com a lua lançando sua luz filtrada pelos galhos das árvores.

ÁGAPE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora