κεφάλαιο 53

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// C A P Í T U L O 53 \\

" Partes De Si Mesma "
• 𖥸 •

O grupo cavalgou com o javali até o pôr do sol, o que passou longe (muito longe) de uma viagem confortável. Ao pôr do sol, seus traseiros e colunas já haviam entrado em falência. Era difícil calcular a extensão que correram, mas as montanhas desapareceram na distância e foram substituídas por quilômetros de terra plana e seca. A grama e os arbustos foram ficando mais esparsos até que chegaram galopando em um deserto.

A terra ressecada, Rose se tremeu.

Quando a noite caía, o javali parou no leito de um riacho e resfolegou. Ele começou a beber a água lamacenta, então arrancou um cacto do chão e o mastigou, com espinhos e tudo.

– Aqui é o mais longe que ele irá ‐ disse Grover – Temos que descer enquanto ele come.

Ninguém precisou ser convencido. Eles deslizaram pelas costas do javali enquanto ele estava ocupado, arrancando cactos. Então se afastaram tremendo, andando o melhor que podiam com as costas e traseiros doloridos. Depois de seu terceiro cacto e outra golada de água lamacenta, o javali guinchou e arrotou, então deu meia-volta e galopou de volta ao leste.

– Ele prefere as montanhas ‐ Rose deduziu com muita certeza.

– Não posso culpá-lo ‐ disse Thalia – Olha lá.

À sua frente havia uma estrada de duas pistas quase coberta de areia. Do outro lado da estrada, viase um grupo de construções pequeno demais para ser uma cidade: uma casa fechada por tábuas, uma lanchonete mexicana que parecia não ser aberta a séculos, e uma agência de correios de estuque com uma placa em que se lia: "Gil Claw, Arizona" pendurada torta na porta.

Além dessas construções, via-se uma série de morros, mas não morros normais. A região era plana demais para eles. Os morros eram montes enormes de carros e aparelhos velhos, e outras sucatas de metal. Era um ferro-velho que parecia não ter fim.

– Uau! ‐ Percy exclamou.

– Alguma coisa me diz que não vamos encontrar uma agência de aluguel de carros por aqui ‐ Thalia ironizou, então olhou para Grover – Você não teria outro javali gigante na manga, teria?

Grover farejava o vento, parecendo nervoso. Ele pegou algumas bolotas de carvalho e as atirou na areia, então tocou a flauta. As bolotas se rearrumaram em um padrão que não fazia o menor sentido para ninguém, mas Grover pareceu preocupado.

– Aqueles somos nós ‐ disse ele – Aqueles seis lá.

– Qual deles sou eu? ‐ Percy perguntou.

– O pequeno deformado ‐ sugeriu Zoë.

– Ah, cala a boca!

Eles quase sorriram um pro outro, Rose até pensou estar vendo coisas. Percy e Zoë se dando bem, só podia ser um milagre.

– Aquele grupo ali adiante ‐ continuou Grover, apontando para a esquerda – Significa problema.

– Monstros? ‐ Rose perguntou.

Grover pareceu agitado.

– Não farejo nada, o que não faz sentido. Mas as bolotas não mentem. Nosso próximo desafio...

Ele apontou para o ferro-velho. Com a luz do sol quase totalmente extinta agora, as colinas de metal pareciam pertencer a outro planeta. Era algo muito disforme e sombrio.

– Tá bom... ‐ Rose murmurou – Eu acho que ninguém quer praticar mergulho no lixo no escuro, depois de cavalgar um javali por horas. Então vamos acampar aqui?

ÁGAPE || Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora