Nona

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Jennie Kim Point of View
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Paramos diante da casa no final da rua. Não era uma construção moderna, mas grande. A fachada de madeira dava-lhe um ar rústico e acolhedor, trazendo à tona uma sensação de conforto.

S/n observava atentamente a porta à nossa frente. Seus olhos denunciavam o medo de bater e não ser bem recebida. Decidi colar nossas mãos e tomei a iniciativa de bater na porta de madeira. Senti S/n apertar minha mão com força, suas emoções claras em seu toque. Então, um garoto apareceu, tragando um cigarro.

— S/n? Veio mesmo? — perguntou ele, a surpresa evidente em sua voz.

— Vim ver a Nona Jeon — respondeu S/n, sua voz tremendo ligeiramente, mas mantendo-se firme. O garoto riu e abriu espaço para entrarmos.

— Nossos parentes só viram parentes quando estão à beira da morte — disse ele, com um tom amargo, fazendo S/n parar e fuzilá-lo com um olhar de desdém.

— Onde ela está? — perguntou ela, ignorando totalmente o comentário do garoto.

— Tá na sala, assistindo TV — apontou ele para o corredor. S/n, ainda segurando minha mão, começou a caminhar. A tensão em seu corpo era palpável; ela estava claramente nervosa em encontrar a avó.

— Vó? Tem visita — anunciou o garoto antes de sair da sala. A mulher, ao ver S/n, teve uma expressão de surpresa nítida.

— S/n! — exclamou ela, abrindo os braços em expectativa.

— Oi, Nona — disse S/n, soltando minha mão e se dirigindo rapidamente para dar um abraço apertado na avó.

— Me ajude a levantar; vou fazer uns petiscos enquanto conversamos — pediu a mais velha, e S/n rapidamente foi ao seu auxílio, cuidando para que ela não caísse. Era evidente que S/n possuía uma força e uma determinação das quais eu nunca havia me dado conta.

— Seu avô ainda está em Mocchi; senti sua falta, S/n — continuou a avó enquanto nos dirigíamos à cozinha. Ela insistiu para que nos sentássemos à mesa enquanto preparava algo.

— Eu... Vó, eu preciso cuidar de algo que um dia será meu — tentou explicar S/n, sua voz baixa.

— S/n, eu sei que aquele homem amargurado não permite que você venha até nós, e eu não entendo por que ele faz isso — disse a avó, com um peso na voz. S/n ficou em silêncio, mas todos sabíamos que as palavras da avó eram verdadeiras.

— Quanto tempo de namoro? — perguntou a mulher, fazendo-me engasgar e S/n nem se mover.

— Ela é minha meia-irmã, vó, não minha namorada — explicou S/n, e a avó soltou uma risadinha contida.

— Vicent se casou novamente? — perguntou ela, e nós assentimos. — Que bom, pelo menos S/n não fica sozinha. Sabe, desde que Jeon descobriu que teria uma irmã, ele não quis saber de outra coisa — fiquei surpresa com a revelação. S/n era a irmã mais nova.

— Como ele está? — perguntou S/n, a preocupação evidente em sua voz.

— Eu tenho certeza de que meu neto é uma das pessoas mais educadas que existem, mas o vício está lhe dando problemas. Imagina se ele ficar doente por causa do cigarro? — S/n assentiu seriamente.

— Ele aceitou o casamento da Lisa? — perguntei, passando a mão sobre o ombro de S/n, sentindo-a tensa.

— Vocês dois são parecidos, não é à toa que ele veio morar conosco — disse a avó de S/n.

Decidi perguntar algo que me intrigava.

— Por que vocês dois têm uma relação ruim com a Lisa? — S/n me olhou surpresa, mas sua expressão logo se suavizou e ela respirou fundo, tentando se manter calma.

— S/n e Jeon sempre foram firmes no que dizem, desde pequenos, mas a rebeldia dos dois também é parecida — disse a avó, enquanto S/n revirava os olhos.

— Eu não sou parecida com ele — resmungou S/n.

— Nem eu com ela — disse o garoto, agora de volta à porta, os braços cruzados.

— A S/n é uma gelada, fria, não gosta de ninguém. Eu tenho coração.

— Pelo menos eu tenho uma carreira garantida — retorquiu S/n, e eu a repreendi com o olhar.

— Do que adianta ter tudo e ser infeliz? — ele retrucou.

— Do que adianta ser feliz e não ter nada? — perguntou, e eu desesperadamente olhando para a avó de S/n, que parecia acostumada com essas trocas.

— Pelo menos eu tenho avós que me amam, não um homem que me faz de boneco de vodu — o garoto murmurou antes de beijar a cabeça da avó.

— Vou ajudar o Namjoon, tá? Te amo — disse ele, acenando para mim antes de sair.

— Precisava disso? — questionei S/n, que apenas assentiu.

— Querem algo salgado ou doce?

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Algum tempo depois, os salgadinhos da Nona de S/n estavam prontos. O avô de S/n havia chegado, surpreso e agradecido por eu ter trazido S/n para visitar. Entramos em uma conversa tão confortável que não percebi o quanto S/n mantinha nossas mãos entrelaçadas.

— Voltem mais vezes, meninas. Eu gostei muito de você, Jennie. Não deixe S/n se trancar no mundo dela. E, S/n, não esqueça que aqui você tem uma família também — disse a avó, e S/n assentiu antes de abraçar seus avós carinhosamente.

Quando estávamos próximas ao carro de seu pai, Jeon voltou, usando um uniforme e com os braços manchados de graxa.

— Antes de irem... Vá ao casamento da Lisa. Ela pode ser uma idiota para nós, mas ainda é nossa mãe — disse ele, encostando-se a um poste.

— Não pretendo ir — respondeu S/n, destrancando o carro.

— Acho que deveríamos conversar com ela, então volte. E não demore para voltar. A vovó tem câncer, mas não deixamos o médico contar a verdade. Ia ser doloroso demais para ela. Só dissemos que os cabelos iam cair e que ela precisava tomar remédio no hospital — explicou Jeon, deixando S/n em choque.

— O quê? Por que fizeram isso com ela?

— Porque ela precisa! Eu tenho o direito de pensar em como ela ficaria. Não quero que ela sofra mais sabendo a verdade — disse ele, tirando um cigarro e um isqueiro do bolso.

— Eu vou voltar. E cuide de você também, pare de fumar essa merda. Você vai acabar morrendo — disse S/n, entrando no carro. Fiz o mesmo, permanecendo calada, sem me intrometer na conversa. Jeon veio até a janela, tragou o cigarro e riu.

— Se eu morrer, quem se importa, né? Cuidado com você, vai acabar ficando maluca sob a tutela daquele homem — disse ele, enquanto S/n arrancava o carro, voltando para casa.

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Boa tarde minhas putinhas, a situação aqui está estabilizada, já está tudo bem, mas eu ainda to esperando meu painho acordar, pq ele ta em coma, mas aqui ó att pra vcs

The Sister - Jennie/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora