Shit Jennie!

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S/n Hurston Point Of View

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O sol começava a nascer no horizonte, suas garras de luz rasgando lentamente a escuridão da noite. Minha pele formigava como se estivesse em chamas, cada toque do sol parecendo uma tortura. Minha barriga ardia, meu seio queimava, e meu pescoço parecia estar em brasa. O que aconteceu?

Olhei para o lado e vi Jennie, completamente nua, deitada ao meu lado. Respirei fundo, lembrando-me de como tentei resistir a ela. Mas não havia mais volta. Esse barco havia partido e eu estava em suas águas turvas.

Caminhei até o banheiro, fechando todas as cortinas para que Jennie continuasse dormindo tranquilamente. Ao ver meu reflexo no espelho, meus olhos se arregalaram e um grito surpreso e assustado escapou da minha garganta.

— PUTA QUE PARIU, JENNIE, VOCÊ ME FODEU! — exclamei, a voz ressoando pelo banheiro silencioso.

Liguei o chuveiro no mais gelado que conseguia suportar, tentando evitar que os arranhões em minha pele ardessem ainda mais. Jennie realmente havia deixado sua marca, e eu estava completamente chocada. Só de tentar evitar tocar nas áreas afetadas, parecia impossível. Me sequei com o secador porque me recusava a colocar uma toalha na pele ferida, e então acendi a luz do closet, optando por uma roupa de algodão, suave ao toque.

Quando finalmente estava completamente vestida, peguei meus travesseiros e comecei a bater em Jennie, que acordou resmungando.

— Por que você tá me batendo, sua louca? — perguntou irritada.

— Por quê? — questionei ironicamente. — Oh Jennie, quando você souber o porquê, vai estar do outro lado desse plano que você ainda mora. Tem noção de como deixou meu corpo?

Ela sorriu maliciosamente, jogando o cabelo para o lado e me encarando.

— Não sei... Por que não me mostra? — Que idiota!

— Levanta, vai pro seu quarto, acorda o Jeon, manda ele ir embora e faz o mesmo com o Ravi — ordenei, Jennie franziu as sobrancelhas, visivelmente intrigada.

— O noivo é seu — disse, incomodada.

Mas eu me sentei em seu colo, arrastando minha intimidade em sua perna.

— Mas sou eu quem manda em você.

Com isso, me levantei e fui até a cozinha, onde encontrei meu pai e Luiza tomando café. Me juntei a eles sem dizer nada.

— Que horas vocês voltaram? — perguntou Luiza, curiosa.

— Muito tarde — respondi, bocejando de sono.

— O Jeon está namorando com a Jennie? — perguntou meu pai, me fazendo rir internamente.

— Não sei — respondi de forma simples.

— Eu ouvi uns barulhos muito estranhos... Não sei se estou louco — disse meu pai, enquanto eu me servia de frutas.

— Pior que eu também! Achei que estava sonhando — Luiza completou, me fazendo fechar os olhos enquanto mastigava.

— S/n? O que é isso no seu ombro? — perguntou meu pai, preocupado. Ótimo, Jennie, você vai pagar por isso.

— Tive uma crise de coceira ontem à noite. Minha cama deve ter algum problema, acabei me arranhando inteira — respondi, talvez acrescentando muitas palavras.

— Céus! Vamos nos acalmar hoje? Que tal uma sessão de filmes? Você pode escolher — sugeriu meu pai, pela primeira vez mostrando um olhar esperançoso.

— Posso chamar Darin e Dinah? — perguntei, e ele concordou animado.

— Ainda bem que são só esses! Não consigo mais olhar para a cara do seu noivo — disse com tristeza, claramente contra o caminho que minha juventude estava tomando. Ele provavelmente suspeitava que Jennie era meu verdadeiro escape.

— Eu topo se puder chamar a Jisoo! — Jennie apareceu e se juntou a nós para tomar café. Meu pai parecia feliz por eu estar interagindo com ele, enquanto Jennie recebia meus olhares furiosos, especialmente quando meu pai perguntou se a cama dela estava coçando também, e ela teve a cara de pau de dizer que não, que era coisa da minha cabeça.

— Vou para a piscina agora, alguém quer ir? — perguntou meu pai, mas eu neguei e Jennie aproveitou para acompanhá-lo.

— S/n? — Luiza me chamou assim que começamos a guardar as louças na lava-louça.

— Não sei se vai se incomodar, mas Lalisa veio falar comigo.

Parei o que estava fazendo e respirei fundo.

— Luiza, sendo sincera? Não sei para que. Eu não vou a esse casamento, não quero ter contato com ela. Eu considero você mais minha mãe do que ela — respondi, irritada. Lisa parecia determinada a me perseguir até o fim dos meus dias.

— Não diga isso, S/n! Você ainda tem sua mãe viva. Quantas pessoas não queriam uma mãe como a sua? Olha, eu não sei o que Lisa fez diretamente, mas pense: somos seres humanos, somos falhos, erramos e temos sentimentos. Eu sei que você é como um cofre trancado a vinte chaves, mas dê uma chance a ela. Se ela errar novamente, tudo bem! Mas não guarde mágoas, isso só traz raiva. E a pior coisa neste mundo é um ser humano com raiva de outro. Então, pense nisso. Não estou te mandando fazer o que eu digo, mas ao menos considere minhas palavras.

Pela primeira vez, tomei a iniciativa de abraçar Luiza. Sabia o quanto me faltava afeto, algo que eu me impedia de sentir. Um abraço materno era algo que não tinha desde a infância. Naquele momento, me senti verdadeiramente feliz, e lágrimas começaram a escorrer involuntariamente. Luiza me abraçou tão forte que quase fiquei sem ar até que eu a soltasse.

— Descul...

— Nada disso, mocinha! Sem essa aqui, você tem abraço da Luiza quando precisar! — disse, sorrindo e me abraçando novamente, fazendo-me rir com seu humor.

— Agora vá, suba para seu quarto e pense no que eu disse. Se tiver alguma dúvida sobre o que fazer, me chame e eu te ajudo, tá bom? — Concordei e ela tocou meu rosto, secando minhas lágrimas teimosas. Então subi para o quarto, sentindo um êxtase renovado.

Uau.

The Sister - Jennie/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora