Cap 14

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Mallory

Estava na minha sala arrumando algumas coisas quando vejo um bilhete.

Peguei-o e comecei a lê-lo

"Quanto mais longe você acha que estou melhor para mim. Estou cada vez mais perto de ti queridinha"

Meu coração começou a bater ainda mais forte e um arrepio percorreu minha espinha.

Quem escreveu isto quer deixar bem claro para eu tomar cuidado, para me proteger dele mesmo.

Eu pensei que essas perseguições haviam acabado mas afinal era só questão de tempo para voltar.

Eu não sei o que fazer. Não tem como ligar para a polícia porque não tenho provas, se eu continuar calada é provável que eu morra antes de tentar falar.

Guardei o bilhete e voltei a sentar-me como se nada tivesse acontecido.

Eu preciso fazer alguma coisa

A porta foi aberta e Marcos passou por ela.

—Aí está você, desde sexta não tenho notícias tuas.

—Aproveitei para relaxar um pouco, demasiado trabalho faz a pessoa enlouquecer.

—Tem razão, bom o seu paciente está na sala trinta, é um senhor que está com a garganta arranhada mas segundo ele não é gripe.

—Se for gripe ele vai se ver comigo.— levantei-me, peguei os registos do senhor e fui para a sala trinta.

(...)

—O senhor tem certeza que não é gripe?— perguntei examinando sua garganta.

Já faz alguns minutos que estou aqui e não vejo nada de estranho com ele.

—Sempre que tusso minha garganta dói, e sei que não é gripe.

Assim que ele disse isso eu parei e comecei a olha-lo com os dedos nas têmporas.

—Isso aí é tosse.— quase berrei e ele olhou algum ponto no chão finalmente percebendo.

—Oh, não sabia.— ele disse e eu me controlei para não atirar a lanterna na sua cara.

Tinha que ser homem

Estava guardando os materiais quando senti mãos na minha cintura e dei um sobressalto me afastando.

Olhei para trás e vi o paciente me olhando de um jeito....estranho.

—Você me ajudou com a tosse, eu tenho que retribuir de alguma maneira, não?

—O quê? Você pode retribuir indo para casa e tratar disso.— eu disse pegando uma mini faca atrás de mim caso fosse preciso.

—Eu ia fazer isso mas aí apareceu uma médica tão linda que eu não pude resistir.— ele disse se aproximando com passos largos e no impulso eu peguei a faca e enfiei no seu pescoço.

Ele caiu gritando de dor e eu estava paralisada demais para fazer alguma coisa.

Nunca agredi nenhum paciente antes, e fazer isso me deixou imóvel.

—Sua filha da puta...você vai se arrepender de ter feito isso.— ele disse com dificuldade mas conseguiu proferir as palavras.

—Sua desgraça- — ele não conseguiu terminar porque caiu desmaiado ou morto no chão com o sangue jorando de seu pescoço.

Fiquei um tempo parada decidindo o que fazer, se eu deixá-lo alguém vai entrar e ver ele assim, mas não tem como eu levá-lo até lá em baixo sem ninguém ver.

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