Cap 22

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Estava na cozinha sentada na cadeira vendo Kendall preparar o pequeno almoço.

A conversa de ontem me pôs a pensar porque não sou do tipo que partilha nada com ninguém. Muitas vezes é raro com as meninas.

Mas não posso esconder mais nada. Eu quase morri por causa dessa minha mania.

—Bom dia família.— um homem mais ou menos da altura de Kendall, mas uns centímetros a menos, falou assim que entrou na cozinha.

É o mesmo homem que veio ter com Kendall no primeiro dia que estou aqui desde o incêndio.

—Esse pequeno almoço era só para mim e Mallory mas alguém veio estragar tudo não é.— Kendall resmungou e o homem piscou um olho para ele.

—Você nunca me apresentou minha cunhada, ela é muito linda.— no mesmo instante, uma faca voou em direção ao seu rosto mas ele foi rápido em segurá-lo antes que a faca o atingisse.

—Calma maninho eu só disse que ela é linda nada de mais.

Maninho?

— E eu apenas atirei a faca, maninho, nada de mais.— debochou enfatizando a palavra "maninho".

—Espera vocês são irmãos?— perguntei atraindo a atenção dos dois.

—O quê? Não.

—Sério?

—Mamãe devia ter nos contado.

—Eu me sinto enganado.

—Tapeado.

—Iludido.— debocharam sorrindo e eu revirei os olhos.

—Eu lembro de uma vez que eu te fiz várias perguntas e uma delas era se você tem irmão e você respondeu que não. Por que mentiu?— perguntei cruzando os braços.

—Me chamem quando o pequeno almoço estiver pronto.— o tal homem disse dando batidinhas no ombro de Kendall e se retirou.

—Estou esperando a resposta.

—Eu sempre disse tudo ao seu tempo monstrinha e aquele não era o momento de você saber isso. Ele meu irmão e chama-se Corand.

—Mas podia ao menos ter dito que tem um irmão.— resmunguei e ele se aproximou de mim.

—Naquele dia o foco não era Corand mas sim você.— falou acariciando meu rosto e minha pele arrepiou.— Eu ia te contar sobre ele mas não naquele momento.— se aproximou beijando minha testa e se afastou voltando para o pequeno almoço.

Não sei onde ele achou que tinha intimidade para fazer isso mas uma parte minha quer que ele nunca pare.

(...)

Após uma hora chegamos e eu desci do carro.

—Você deve aprender a memorizar o caminho de casa para aqui e vice-versa.— Kendall disse do vidro abaixado e eu revirei os olhos.

—Está cansado de me levar? Pode deixar que passo a chamar um uber.

—Não foi isso que eu quis dizer, eu amo sair com você.— falou seus olhos fixos nos meus.—Estou falando isso para não depender de mim para sair.

—Não tenho culpa se sua casa fica ainda mais longe do que a minha.

—Claro que não.— debochou e fiz careta.—Até o fim do seu turno, monstrinha.

—Até, kekel.— ele fez careta pelo apelido como sempre e foi embora, me deixando com um sorriso.

O que ele não sabe é que eu já sei o caminho de casa até aqui faz tempo.

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